Muitas pessoas acham
que não é possível ter IST na terceira idade. No entanto, essa fase da vida
também pode trazer infecções sexualmente transmissíveis. Dessa forma, entenda
mais sobre como se prevenir da melhor maneira.
O
QUE MUDA NA TERCEIRA IDADE?
Essa é uma fase da
vida marcada por inúmeras mudanças físicas, emocionais, hormonais e sociais.
Com o envelhecimento, o corpo passa por transformações que impactam no
bem-estar geral.
Dentro das mudanças
hormonais, a menopausa nas mulheres e a andropausa nos homens são as mais
marcantes.
A menopausa acontece,
em geral, entre os 45 e 55 anos, e afeta questões como a redução da produção de
estrogênio e progesterona. Esses últimos são hormônios importantes para a saúde
reprodutiva e sexual. No caso dos homens, a andropausa gera uma redução global
dos níveis de testosterona, o que costuma afetar a libido e a função sexual.
Fora as mudanças
hormonais, o envelhecimento também acarreta uma série de desafios emocionais e
sociais. Por exemplo, muitos idosos enfrentam a perda de parceiros, amigos e
familiares. Isso pode gerar uma solidão e isolamento. Essas questões impactam a
saúde mental e a qualidade de vida.
Socialmente falando, o
papel e as expectativas da sociedade em relação aos idosos também mudam quando
o assunto é sexualidade na terceira
idade. Afinal, muitas vezes, ela é negligenciada ou subestimada. Mesmo assim, é
essencial ter noção de que a sexualidade continua sendo uma parte da vida.
Infelizmente, a falta de discussões e educação sobre o assunto ainda é enorme.
QUAIS
AS ISTs MAIS COMUNS NA TERCEIRA IDADE?
Muitas ISTs podem se
manifestar nesse período. Como a sigla já entrega, essas infecções são
transmitidas através do contato sexual.
Elas podem gerar
consequências graves para a saúde, em especial se não forem diagnosticadas e
tratadas no tempo certo.
Diante disso, confira
algumas das ISTs mais presentes na terceira idade.
CLAMÍDIA E GONORREIA
Essas infecções
bacterianas podem causar sintomas como dor ao urinar, secreção genital e, em
casos graves, infertilidade. Nos idosos, a detecção pode ser mais difícil
devido à ausência de sintomas ou a confusão com outras doenças.
SÍFILIS
Essa infecção pode
apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis
primária, secundária, latente e terciária), podendo ter sintomas variados.
Em estágios iniciais,
há o surgimento de uma ferida, geralmente única, no local de entrada da
bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da
pele) e não dói, não coça, não arde e não tem pus. Em estágios avançados, podem
surgir danos ao coração e ao sistema nervoso.
HERPES GENITAL
Ela é causada pelo
vírus herpes simplex e provoca bolhas dolorosas nos órgãos genitais. Ela pode
se tornar crônica, com surtos recorrentes.
HPV
O papilomavírus humano
é responsável por verrugas genitais. Além disso, está associado a vários tipos
de câncer, incluindo o do colo de útero, anal e de orofaringe.
HIV/AIDS
O vírus da
imunodeficiência humana ataca o sistema imunológico. Com isso, torna o corpo
mais vulnerável a outras infecções e doenças. O diagnóstico precoce e o
tratamento são essenciais para controlar a progressão da doença.
QUAIS
OS FATORES QUE PROMOVEM A VULNERABILIDADE DOS IDOSOS ÀS ISTs?
Existem vários fatores
que aumentam a vulnerabilidade dos idosos às ISTs. Confira alguns dos
principais:
FALTA DE INFORMAÇÃO
Muitos idosos não
receberam educação sexual adequada ao longo de suas vidas. Essa falta de
informação é um dos fatores mais agravantes quando se fala na dificuldade de
prevenção contra as ISTs.
MUDANÇAS FISIOLÓGICAS
As alterações
hormonais podem causar secura vaginal nas mulheres e disfunção erétil nos
homens. Assim, isso costuma aumentar o risco de pequenas lesões durante a
relação sexual, o que facilita a entrada de patógenos.
SISTEMA IMUNE
Com o envelhecimento,
o sistema imunológico se torna menos eficiente, podendo aumentar muito a chance
de desenvolver infecções.
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NOVOS RELACIONAMENTOS
Ao entrar em novos
relacionamentos, em diversos casos, as pessoas podem negligenciar o uso
consistente de preservativos. Isso também é um resultado da falta de informação
sobre o tema.
ESTIGMA SOCIAL
O estigma em torno da
sexualidade na terceira idade é enorme. Dessa forma, isso pode impedir a buscar
informações e cuidados médicos adequados.
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COMO
PREVENIR IST NA TERCEIRA IDADE?
Até aqui já dá para
ter uma boa ideia de como combater essas infecções. No entanto, confira os 4
pilares essenciais para garantir sucesso nessa missão.
EDUCAÇÃO
É essencial garantir a
educação sexual contínua! Então, não se pode deixar de abordar a importância do
sexo seguro e o uso de preservativos.
Informações claras e
acessíveis sobre as ISTs, seus sintomas e métodos de prevenção devem ser
disponibilizadas sempre. Isso costuma ser feito em centros de saúde,
comunidades e por meio de campanhas públicas.
USO DE PRESERVATIVOS
O uso de preservativos
masculinos e femininos é uma das formas mais eficazes de prevenir a transmissão
de ISTs. Portanto, é importante que os idosos sejam incentivados a usá-los
durante suas relações sexuais.
CONSULTAS MÉDICAS REGULARES
Fazer check-ups
regulares e discutir abertamente questões de saúde sexual com seus médicos faz
total diferença. Isso ajuda na detecção precoce e no tratamento das ISTs.
Por último, a
vacinação e o apoio emocional e social não podem faltar nesse processo. Assim,
fica mais fácil aumentar a qualidade e expectativa de vida na terceira idade.
Lembrando que esses cuidados com o bem-estar devem ser contínuos. Inclusive, é indispensável que os idosos se mantenham ativos em todas as fases da vida, cuidando da saúde física e mental. Por isso, leia também sobre a importância da atividade física para idosos e crie ou mantenha hábitos saudáveis sempre!