Mudanças frequentes de humor, impulsividade, ansiedade,
momentos de raiva e medo constante de ser abandonado podem ser sinais da
síndrome de borderline. Esse transtorno pode impactar diretamente os
relacionamentos, gerando desconfiança e afetando o bem-estar mental,
frequentemente associado a um estado constante de estresse.
A síndrome de borderline é frequentemente confundida com
outros transtornos mentais devido à similaridade de alguns sintomas. Uma
análise cuidadosa do comportamento, dos sintomas e um diagnóstico preciso podem
identificar e diferenciar o transtorno, permitindo que ele seja adequadamente
tratado e controlado.
Neste artigo, abordaremos o que é a síndrome de
borderline, suas principais características e os primeiros passos para
tratá-la.
O QUE É SÍNDROME DE BORDERLINE?
A síndrome de borderline, também chamada de Transtorno de
Personalidade Borderline (TPB), é um transtorno mental caracterizado por mudanças
súbitas e intensas de humor e comportamento.
Uma pessoa pode estar calma e contente em um momento e, em
questão de minutos, tornar-se extremamente irritada de forma desproporcional.
Essas mudanças emocionais são frequentemente desencadeadas por eventos sociais,
e qualquer imprevisto pode gerar pensamentos negativos e extremados.
Por exemplo, se um amigo desmarcar um compromisso de
última hora, a pessoa com borderline pode interpretar essa situação como um ato
de rejeição pessoal, pensando que o amigo a odeia, quando na verdade a mudança
de planos foi causada por uma emergência.
A pessoa que lida com a síndrome de borderline apresenta
alguns padrões comportamentais específicos que ajudam no diagnóstico desse
transtorno. Os principais sintomas incluem:
RELAÇÕES EXTREMAS COM PESSOAS PRÓXIMAS
As emoções relacionadas a amigos e familiares podem
oscilar de momentos de grande proximidade e afeto para sentimentos de raiva e
mágoa em questão de minutos ou horas.
MEDO DO ABANDONO POR ENTES QUERIDOS
A pessoa com borderline geralmente tem medo da falta de
apoio ou de ser abandonada por pessoas queridas, o que pode causar insegurança
nas relações.
MUDANÇA REPENTINA DA SUA IDENTIDADE E VALORES
As crenças, interesses e até mesmo a identidade pessoal
podem mudar de acordo com as emoções do momento, sem uma consistência clara ao
longo do tempo.
IMPULSIVIDADE
A pessoa costuma tomar decisões de maneira impulsiva, com
pressa e sem avaliação dos riscos, o que pode colocar a própria integridade da
pessoa em perigo.
SENTIMENTO DE FÚRIA DESPROPORCIONAL
Qualquer tipo de frustração, por menor que seja, pode
desencadear ataques de raiva, comportamentos agressivos e até ações
autodestrutivas.
SENSAÇÃO DE VAZIO E PENSAMENTOS PARANÓICOS
A pessoa com borderline pode experimentar uma sensação
constante de vazio e crises de identidade, além de pensamentos paranóicos sobre
si mesma e os outros.
O primeiro passo para o tratamento da síndrome de
borderline começa com a procura de ajuda psiquiátrica.
O diagnóstico adequado é essencial para planejar um
tratamento que ajude o paciente a estabilizar seu estado emocional e melhorar sua qualidade de vida.
PSICOTERAPIA
A psicoterapia é uma ferramenta fundamental no tratamento
da síndrome de borderline.
Geralmente, é um acompanhamento multidisciplinar entre
psiquiatras e psicólogos, que utilizam abordagens
terapêuticas específicas para esse transtorno, como a terapia
cognitivo-comportamental (TCC). O objetivo é ajudar o paciente a identificar
seus padrões de comportamento negativos, aumentando sua capacidade de lidar com
emoções intensas de forma mais equilibrada.
Outra abordagem que pode ser utilizada é a terapia
dialética comportamental (TDC), que tem como foco a regulação emocional e o
desenvolvimento de habilidades interpessoais.
MEDICAÇÕES
Dependendo da gravidade dos sintomas, o uso de
medicamentos também pode ser uma boa alternativa.
Medicamentos como antidepressivos,
estabilizadores de humor e ansiolíticos podem ser indicados para tratar os sintomas associados,
como depressão, ansiedade e impulsividade.
Esses medicamentos devem ser prescritos individualmente,
segundo o caso do paciente em questão e monitorados por um médico psiquiatra.
Como dito anteriormente, o diagnóstico da síndrome de
borderline é feito com base em uma avaliação clínica realizada por um
especialista em psiquiatria.
Durante a avaliação, o profissional leva em consideração
os sintomas apresentados, a duração e a intensidade dos episódios emocionais,
bem como o impacto desses comportamentos na vida pessoal e profissional do
paciente. Essa análise pode necessitar de mais consultas, para uma avaliação
durante certo período.
A avaliação diagnóstica segue critérios estabelecidos pelo
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que classifica
o transtorno de borderline como um distúrbio de personalidade, sendo necessário
que o paciente apresente uma combinação de certos sintomas para ser
diagnosticado com o transtorno.
Embora os primeiros sinais
possam aparecer durante a adolescência, o diagnóstico é mais assertivo a
partir dos 20 anos.
Isso ocorre porque durante a infância e adolescência o
indivíduo passa por diversas mudanças hormonais e de personalidade, o que pode
confundir o diagnóstico. Por isso, é mais adequado esperar o crescimento do
paciente para entender se seus sintomas eram associados à instabilidade
hormonal ou não.
A síndrome de borderline tem tratamento, e com o
acompanhamento adequado é possível estabilizar o transtorno, permitindo à
pessoa um maior domínio sobre suas emoções e bem-estar mental. O tratamento
pode exigir tempo e paciência, mas seguindo os passos certos, tem grandes
chances de sucesso.
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