A luta pela igualdade de direitos e inclusão social é constante em nossa sociedade e vem ganhando cada vez mais força! Mas, ainda existem aspectos dessa batalha que são muitas vezes deixados de lado, como o capacitismo, que consiste em uma forma de discriminação contra as pessoas com deficiência.
Só no Brasil existem quase 20 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Infelizmente, a maioria delas precisa enfrentar diversas barreiras impostas pela sociedade por conta de atitudes, falas e políticas capacitistas.
Quer aprender mais a fundo sobre o que é capacitismo, como ele se manifesta, suas consequências para as pessoas com deficiência, como podemos evitá-lo e combatê-lo? Então confira este artigo! E fique até o final, porque também vamos te dar dicas de expressões capacitistas que devem ser excluídas do seu vocabulário.
O que é capacitismo?
O capacitismo pode ser descrito como uma forma de preconceito, composto por um conjunto de atitudes e crenças que colocam as pessoas com deficiência em uma posição de inferioridade. Ou seja, ações capacitistas tratam essa parte da população de maneira discriminatória, apenas por conta de sua deficiência e limitações físicas ou mentais.
Essa forma de discriminação é fundamentada na suposição de que ter uma deficiência é indesejável, e que as pessoas com deficiência são menos capazes ou menos dignas de respeito e oportunidades.
O capacitismo também pode ser encontrado na forma de supervalorização da realização de tarefas básicas por parte das pessoas com deficiência, tratando-as com um tipo de heroísmo equivocado. Afinal, elas não são melhores ou piores do que ninguém por conseguirem cuidar de seus afazeres diários com autonomia.
Muitas pessoas nem conhecem o termo capacitismo, não reconhecendo o preconceito em suas falas e ações diversas vezes. Por isso, é muito importante que a gente discuta cada vez mais sobre esse assunto, e cumpra nosso papel educando nossos familiares, colegas e amigos sobre o tema também!
Como o capacitismo é manifestado?
O capacitismo se manifesta de várias formas em nossa sociedade, desde estereótipos e preconceitos até políticas e práticas discriminatórias. Por exemplo, a exclusão social e a falta de acessibilidade são formas comuns de capacitismo. Muitas vezes, as pessoas com deficiência são excluídas de espaços públicos, educação, emprego e até mesmo de relacionamentos afetivos.
Além disso, atitudes condescendentes e infantilizadoras são frequentemente direcionadas a pessoas com deficiência, desrespeitando sua autonomia e dignidade. Ou até mesmo quando a deficiência é tratada como uma doença, o que não é a verdade.
Outra forma comum de capacitismo é por meio de brincadeiras de mau gosto envolvendo as deficiências. Podem observar isso claramente nas expressões capacitistas mais usadas, sobre as quais vamos falar daqui a pouco.
Quais as consequências do capacitismo para pessoas com deficiência?
O capacitismo tem consequências significativas para as pessoas com deficiência, afetando tanto sua qualidade de vida quanto sua autoestima. A exclusão social e a falta de oportunidades podem levar ao isolamento e à marginalização, resultando em menor participação na sociedade. Isso cria um ciclo vicioso de desvantagens, prejudicando o acesso a empregos, serviços de saúde adequados e educação inclusiva, como mencionamos acima.
Além disso, o capacitismo pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, devido ao estigma e à discriminação enfrentados pelas pessoas com deficiência.
Em resumo, essas consequências privam ou dificultam bastante as pessoas com deficiência de viverem de forma independente e autônoma.
Ah, e vale lembrar que a inclusão faz parte da lei brasileira. Ou seja, capacitismo é crime!
Como evitar o capacitismo?
É fundamental que todos nós nos esforcemos para evitar o capacitismo em nossas atitudes e linguagem. A inclusão começa por reconhecer a igualdade de valor e dignidade de todas as pessoas, independentemente de suas habilidades ou limitações. Aqui estão algumas maneiras de evitar o capacitismo:
- estude sobre o assunto: busque aprender sobre deficiências e as experiências das pessoas com deficiência. Informe-se sobre os direitos e as lutas dessas pessoas por igualdade e qual o papel das pessoas sem deficiência nesse contexto;
- respeite a autonomia: reconheça e respeite a autonomia das pessoas com deficiência. Evite tomar decisões por elas sem consentimento e sempre trate-as como indivíduos capazes de fazer suas próprias escolhas;
- promova a acessibilidade: incentive a criação de ambientes acessíveis e inclusivos, tanto físicos quanto digitais. Garanta que todas as pessoas possam participar plenamente da sociedade, independentemente de suas habilidades.
Expressões capacitistas a serem evitadas
A linguagem que usamos desempenha um papel fundamental na perpetuação do capacitismo. É importante evitar expressões que reforcem estereótipos e subestimem as pessoas com deficiência. Aqui estão alguns exemplos de expressões capacitistas comuns que devemos excluir de uma vez por todas de nosso vocabulário:
- "Deficiente", "inválido" ou "portador de deficiência": essas expressões são desumanizantes e colocam o foco na deficiência, em vez da pessoa;
- "Coitadinho" ou "pobrezinho": essas expressões infantilizam e diminuem a autonomia das pessoas com deficiência;
- "Superar a deficiência": essa expressão pressupõe que ter uma deficiência é algo a ser superado, em vez de reconhecer as habilidades e a diversidade das pessoas;
- “Você nem tem cara de surdo/autista”: isso reforça o preconceito principalmente em relação às “deficiências invisíveis”, aquelas que não apresentam características físicas;
- “Tudo bem você ser deficiente, desde que seus filhos nasçam normais”: já falamos um pouco ali em cima, mas o conceito de normalidade é pautado sempre em corpos sem deficiência, o que não deveria ser tido como o certo.
Como combater o capacitismo?
Combater o capacitismo é uma responsabilidade coletiva. Aqui estão algumas maneiras de contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva:
- apoie organizações e causas: existem diversas organizações que trabalham em prol dos direitos das pessoas com deficiência. Apoie suas causas e participe de ações de conscientização;
- promova a diversidade, inclusão social e representatividade: incentive a representação adequada de pessoas com deficiência na mídia, na política, no seu trabalho e em outros setores da sociedade. Isso ajuda a desafiar estereótipos e promover a inclusão.
- cumpra a lei: o capacitismo é uma forma de discriminação que afeta pessoas com deficiência e limita sua participação plena na sociedade. Para construirmos uma sociedade verdadeiramente inclusiva, é essencial reconhecer e combater o capacitismo em nossas atitudes, linguagem e práticas. Ao evitar expressões capacitistas em nosso vocabulário e adotar ações concretas para promover a inclusão, podemos contribuir para um mundo mais igualitário e respeitoso para todas as pessoas, independentemente de suas habilidades.
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Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.