A obesidade é uma condição catalogada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Além disso, trata-se de uma doença tão incidente na população que estudiosos consideram a possibilidade de uma epidemia nos próximos anos.
Segundo o levantamento realizado pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), no ano de 2021, mais de 50% dos brasileiros estão em condição de sobrepeso. Esse é um alerta para a necessidade de diagnóstico e tratamento da doença, a fim de promover mais bem-estar e qualidade de vida à população.
Neste post, vamos apresentar as principais
características da obesidade e mostrar por que o seu tratamento é tão
importante. Acompanhe e saiba mais!
O que é obesidade?
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, favorecendo o aumento do peso. Isso ocorre, na maioria das vezes, por conta do sedentarismo e uma alimentação com pouca qualidade — isto é, carente de nutrientes e com excesso de calorias.
Essa condição é capaz de acometer pessoas
das mais variadas faixas etárias, desde
crianças até idosos. Além disso, no caso de adultos, é classificada em
diferentes graus com o cálculo IMC =
Peso (Kg) /altura2 (m2):
●
grau I: IMC entre 30 e 34,9
kg/m²;
●
grau II: IMC entre 35 e
39,9 kg/m²;
●
grau II (mórbida): IMC acima de
40 kg/m².
Quais são as causas?
É interessante destacar que a obesidade é uma condição que pode ser desencadeada por diversos fatores. Sendo assim, é importante quebrar o mito de que apenas a alimentação desbalanceada é a responsável pelo acometimento dessa doença, embora também contribua para o seu surgimento.
Herança genética e alterações no sistema endócrino são exemplos de fatores que podem auxiliar no desenvolvimento da obesidade. Junto a isso, um estilo de vida pouco saudável é capaz de aumentar as chances de ter a doença.
Os fatores comportamentais estão relacionados à rotina sedentária e ao
consumo de alimentos com altas calorias e poucos nutrientes. Como não há o
gasto calórico pelo corpo, o organismo armazena todos os elementos que são
capazes de produzir energia no futuro, como carboidratos e lipídios, em forma
de gordura corporal.
Quais são as características
da obesidade?
A principal característica da obesidade é o acúmulo de gordura corporal, seja no abdômen, nas coxas ou de forma homogênea. No entanto, devido aos fatores comportamentais contribuírem para o surgimento da condição, outras doenças crônicas, associadas a um estilo de vida pouco saudável, podem ser desencadeadas.
Esse é o caso do diabetes tipo 2, do
colesterol alto e da hipertensão arterial. Não necessariamente uma pessoa com
obesidade apresenta essas doenças, porém, tem mais predisposição a
desenvolvê-la por conta dos hábitos.
Quais as maiores consequências
da obesidade?
O aumento excessivo do peso e da gordura
corporal também pode proporcionar ao indivíduo algumas consequências negativas.
Desse modo, é possível observar alguns sinais desconfortáveis que surgem ao
longo do desenvolvimento da obesidade. A seguir, veja os principais!
Dores no corpo
O aumento do peso faz com que a pressão exercida em algumas regiões do corpo ao se movimentar seja maior, como nos joelhos e nas costas. Por conta disso, pacientes com obesidade costumam relatar dores, em especial nessas áreas.
Vale ressaltar que pessoas com obesidade e
que também são sedentárias podem apresentar uma maior tendência às dores no
corpo por conta da falta de atividade e exercícios físicos.
Manchas na pele
O aumento das dobras na pele, que podem passar despercebidas na hora de se secar após o banho ou acumular suor, aumenta a suscetibilidade da ação de fungos, devido à umidade.
Isso favorece o desenvolvimento de
infecções na pele, como a dermatite, que pode contribuir para o aparecimento de
manchas, principalmente em regiões como axilas, virilha e pescoço.
Falta de ar
A pressão do abdômen sobre o pulmão pode
fazer com que o sistema circulatório sofra algumas alterações no funcionamento,
causando falta de ar, principalmente em momentos em que a demanda de oxigênio é
maior, como após se movimentar ou passar por situações de estresse.
Dificuldade de se mover
A obesidade traz como uma das consequências uma maior limitação ao movimento. Além de esse fator também contribuir para o surgimento de problemas de pele, há complicações físicas.
A diminuição do movimento do corpo causa uma maior sobrecarga na coluna e nos membros inferiores, assim como compromete o condicionamento físico, dificultando a realização de atividades físicas diárias, como caminhar.
As articulações da região do quadril, joelhos
e tornozelos também podem ser prejudicadas, aumentando as chances de
desenvolver artrose, principalmente nessas áreas mais afetadas.
Como obter o diagnóstico?
Uma das etapas do diagnóstico da obesidade é a avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC). Esse é um valor encontrado com base na fração do peso pelo quadrado da altura de um indivíduo (peso (Kg) / altura² (m²)).
A partir disso, é possível comparar os resultados com os parâmetros ideais para o IMC. Valores acima de 25 kg/m² indicam a presença do sobrepeso; e acima de 30 kg/m² destacam a obesidade.
É fundamental que o diagnóstico seja realizado por um médico, como um clínico geral ou um endocrinologista. O profissional também se encarregará de solicitar exames de sangue e endócrinos a fim de avaliar diversos outros fatores que podem estar envolvidos no ganho de peso, com o objetivo de identificar o tratamento mais adequado.
Também são utilizados como métodos
complementares para o diagnóstico a circunferência abdominal e bioimpedância
(avaliação do percentual de gordura, massa magra e água no corpo). Além disso,
o médico solicita exames de sangue, níveis lipídicos e glicose, avalia a
evolução do peso, histórico familiar e pressão arterial.
Quais são os tratamentos?
O tratamento da obesidade envolve diversas ações. Para começar, como visto, o diagnóstico clínico é fundamental para identificar os fatores que contribuem para o aumento da gordura corporal. O tratamento de problemas hormonais, se houver, deve ser um dos primeiros passos.
Além disso, a adoção de um estilo de vida mais saudável é indispensável. A reeducação alimentar, sob a orientação de um nutricionista, assim como a prática regular de atividades físicas, com o apoio de um profissional da Educação Física, são fundamentais para reduzir o sedentarismo, aderir e manter a prática de exercícios físicos regulares e melhorar a alimentação.
Em casos mais graves de obesidade, o médico
pode recomendar a cirurgia bariátrica, a fim de auxiliar na qualidade de vida
do paciente e contribuir para a melhoria dos hábitos diários. O mesmo vale para
o acompanhamento psicológico, com o objetivo de ajudar nas questões emocionais
e na adoção de um estilo de vida mais saudável.
Quais os cuidados diários?
Os cuidados diários para pessoas com sobrepeso devem aliar a busca por um déficit calórico, para garantir o emagrecimento e a diminuição da gordura corporal.
Por conta disso, a substituição de alimentos ultraprocessados por produtos in natura ou minimamente processados é um dos passos essenciais para melhorar a alimentação. Ao mesmo tempo, fazer diversas refeições, porém, em pequenas quantidades, ao longo do dia, auxilia na reeducação alimentar.
Já a decisão de ter uma vida mais ativa
favorece a diminuição do sedentarismo. Isso envolve praticar mais atividades
físicas e manter o corpo em movimento, sempre que possível. Realizar mais
exercícios físicos, como esportes, caminhada, natação, musculação, entre
outros, com o auxílio de um profissional de educação física, também deve ser
uma decisão diária.
Como prevenir a obesidade?
A melhor forma de se prevenir da obesidade é adotar esses mesmos cuidados diários. Além disso, fazer consultas regulares ao médico e exames de check-up ajuda a acompanhar o estado de saúde e identificar fatores que podem contribuir para o aumento do peso corporal de forma precoce.
Vale a pena também compreender que os problemas da obesidade não são puramente estéticos. A concentração de gordura corporal traz diversas consequências negativas para a saúde, e esse deve ser o foco e a motivação para a prevenção.
Por fim, entender melhor o que é a obesidade e as principais formas de lidar com a condição é um passo importante para aumentar os cuidados com a saúde e construir um estilo de vida mais saudável, longe das mais variadas doenças crônicas. Pensando nisso, a Medicina Preventiva da Unimed Campinas oferece a todos os beneficiários o programa de saúde Corpo em Equilíbrio, no qual você poderá contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar de saúde nesse missão. Clique aqui para conferir todas as informações e se inscrever para a próxima turma, que inicia em 07 de março!
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.