Os tempos de hoje vêm impondo altas cargas de estresse na maioria das pessoas, o que pode desregular diversos processos fisiológicos do organismo e predispor ao surgimento de uma série de condições adversas, como o diabetes. Por isso, entender essa relação e saber como lidar com os sentimentos que afetam seu tratamento é muito importante.
O impacto de sentimentos adversos no
tratamento da situação não deve ser jamais menosprezado, uma vez que uma terapêutica adequada e eficaz também
depende do controle de aspectos de ordem mental, como estresse e ansiedade.
Continue a leitura e aprenda mais sobre o tema!
O que é o diabetes?
Podemos definir o diabetes como uma condição metabólica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, também chamado hiperglicemia. No entanto, isso pode ocorrer com causas e processos fisiológicos bastante diferentes, por isso, é possível dividi-la em tipos que são relativamente distintos entre si.
No diabetes mellitus tipo 1, também chamado infanto-juvenil, a produção de insulina pelo pâncreas é insuficiente, uma vez que as células do órgão são destruídas por reação autoimune. Ou seja, é uma desordem de origem genética, em que os portadores precisam de injeções diárias do hormônio para regular as suas taxas de açúcar.
Já o diabetes mellitus tipo 2 é aquele que
pode ser desencadeado por hábitos
inadequados de vida, correspondendo a nada menos do que 90% dos casos atualmente.
O seu surgimento costuma estar relacionado a uma alimentação inadequada, ao
sedentarismo e ao estresse da rotina urbana, que contribui para o
desenvolvimento da obesidade e de uma condição chamada resistência insulínica.
Qual é a relação entre saúde
emocional e diabetes?
Embora algumas pessoas pensem que isso não é verdade, a saúde emocional tem relação com as possibilidades de uma pessoa desenvolver o diabetes. Como você já deve saber, o que chamamos de estresse é uma reação do nosso organismo para nos manter em alerta, seja quando nos sentimos em perigo, seja físico ou por situações de medo, ansiedade e estafa, e também que nos permite nos adaptar a novos ambientes e situações.
Quando isso ocorre, o nosso corpo sofre
mudanças fisiológicas, que desencadeiam a liberação de vários hormônios para
mobilizar energia estocada, como gordura e glicogênio, em resposta à suposta
ameaça. Liberados em excesso, esses hormônios, como o cortisol e a adrenalina,
podem alterar diretamente a glicemia, prejudicando a produção de insulina ou a
capacidade de utilizá-la adequadamente.
Como o estresse afeta a
glicemia?
Na prática, o estresse pode afetar a glicemia de duas maneiras distintas. Uma delas é a que citamos no tópico anterior, tendo em vista que os hormônios supracitados podem interferir no nosso controle sobre os níveis de açúcar do sangue, fazendo com que o controle metabólico e a resposta insulínica sejam prejudicados.
Outro ponto que merece destaque é que, em
linhas gerais, indivíduos estressados
tendem a não conseguir se cuidar adequadamente. Com isso, podem abusar de
comidas processadas, não realizar atividades físicas ou, até mesmo, ingerir
álcool em excesso. O resultado costuma vir em forma de sobrepeso, obesidade e
diversos problemas de saúde, como alterações dos níveis de gordura no sangue,
entupimento de veias e artérias, hipertensão, entre outros.
Como identificar o
desenvolvimento do estresse?
Atualmente, é muito comum nos sentirmos estressados, uma vez que as exigências da vida moderna, incluindo tarefas de trabalho, rotinas corridas e com muitas atividades, são cada vez mais elevadas e começam cada vez mais cedo. Entretanto, saber identificar o desenvolvimento do estresse é essencial tanto para reverter as causas como para buscar ajuda profissional especializada quanto antes.
Sendo assim, não deixe de prestar atenção
em determinados indicadores, como irritação, falta de concentração, aumento da
pressão arterial ou da frequência cardíaca, sobretudo sem algum fator
desencadeador específico. Outros sinais de alerta podem ser o surgimento de
dores musculares ou tensões e elevações ou quedas dos níveis glicêmicos sem
causas aparentes.
Como proteger a sua saúde
física e emocional?
Agora que você já entendeu melhor o
conceito de diabetes e viu como o estresse pode desencadear o problema, vamos
dar algumas dicas de como proteger a sua saúde física e emocional. Acompanhe.
Valorize atividades prazerosas
e saudáveis
Um dos primeiros passos para proteger a sua saúde física e emocional é valorizar atividades prazerosas e saudáveis. A vida é feita de bons momentos e, por mais que você tenha preocupações com a sua carreira ou aspectos financeiros, vale a pena ter períodos para simplesmente desacelerar e desfrutar.
Por outro lado, é preciso ter cuidado com
determinados hábitos e vícios. As bebidas alcoólicas, por exemplo, devem ser
evitadas, principalmente por portadores de diabetes. O tabagismo também é
uma opção muito ruim, pois o cigarro contém uma série de substâncias nocivas
para o organismo, especialmente em longo prazo.
Pratique exercícios físicos
regularmente
Você já deve ter ouvido falar que o sedentarismo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Isso acontece porque o metabolismo das pessoas que não realizam atividades físicas se torna mais lento e as calorias consumidas não são queimadas, aumentando as chances do acúmulo de gordura corporal.
Se você se enquadra nesse perfil, é hora de mudar. A Sociedade Brasileira de Diabetes, por exemplo, recomenda praticar atividades aeróbicas moderadas por, pelo menos, 150min por semana, correspondendo a 5 dias de caminhada de 30 min em ritmo moderado, por exemplo. O melhor de tudo é que você pode escolher o que mais gosta — caminhadas, corridas, natação, ciclismo, esportes coletivos, etc.
Mas lembre-se: para a realização de
atividades físicas, a glicemia deve estar controlada, deve haver a liberação
médica e aconselha-se a supervisão e orientação de Profissional de Educação
Física
Tenha uma alimentação
balanceada
Por fim, não dá para proteger a sua saúde física e emocional, especialmente pensando em termos de diabetes, sem ter uma alimentação balanceada. Por isso, você deve ficar longe de alimentos processados e embutidos, como salame, presunto e mortadela, que costumam oferecer uma composição muito ruim, com bastante açúcar, sal e conservantes em geral.
Aliás, balas, biscoitos, bolos e refrigerantes devem ser restringidos ao máximo, substituídos por frutas, legumes, verduras, sementes e cortes magros de carne. Não se esqueça também do poder das fibras, presentes em produtos integrais e in natura, que têm a capacidade de reduzir a velocidade de absorção da glicose.
Agora você já sabe como lidar melhor com a saúde emocional e diabetes. No entanto, não se esqueça da importância do acompanhamento médico e psicológico nesse momento.
Gostou de aprender mais sobre o assunto? Então, confira o nosso post com 11 dicas práticas de autocuidado.
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.