Você sabia que os fatores emocionais e a glicemia estão interligados? Essa relação é explicada por conta da conexão entre todas as funções e partes do nosso corpo, incluindo o funcionamento da mente, órgãos, tecidos e todo corpo humano.
A glicose é uma das principais fontes de energia para a execução de muitos desses processos. No entanto, é preciso que a glicemia — quantidade de glicose no sangue — seja controlada e mantida em níveis equilibrados. Do contrário, a concentração muito alta ou baixa da substância pode desencadear condições de saúde complexas, como o diabetes.
Nesse sentido, produzimos este conteúdo
para apresentar a você os principais fatores emocionais que impactam os níveis
de glicemia e como evitar que esse desequilíbrio aconteça. Continue a leitura
para conferir!
Qual a relação entre os
fatores emocionais e a glicemia?
O nosso organismo funciona como uma orquestra sinfônica, em que todos os participantes têm a sua atribuição e são essenciais para um bom resultado. Em uma comparação, a mente pode ser considerada um dos elementos mais importantes para a harmonia entre todos os "instrumentistas do corpo".
Nosso estado emocional é capaz de alterar diversos processos corporais e modificar o funcionamento natural do nosso organismo. É como se o cérebro mandasse várias mensagens explicativas ao corpo sobre o que fazer, o tempo todo.
O que acontece é que, diante de alguns fatores emocionais, a mente envia instruções para regular esses aspectos. Um exemplo é a liberação do hormônio cortisol para as situações de luta ou fuga. Ele estimula o uso e a produção das nossas reservas de glicose, para garantir que o corpo tenha energia suficiente para reagir aos eventos estressores. Ou seja, nesses casos, a liberação hormonal ocorre como um meio de autoproteção.
Em quantidades normais, os hormônios são
saudáveis e regulam nosso humor, trazendo, entre muitos outros aspectos,
disposição e ânimo para as tarefas diárias. Porém, quando estão em quantidades
excessivas ou faltantes, dificulta o desempenho do nosso organismo.
Quais são os principais
fatores emocionais que influenciam nos níveis glicêmicos?
Existem algumas situações que desencadeiam
o desequilíbrio psicológico e que podem impactar no aumento ou diminuição da
glicemia. Vejamos as principais:
Estresse
O estresse, por si só, não é um vilão. Ele é responsável por emitir um sinal para o nosso corpo de que alguma situação é ameaçadora ou que representa algum risco à nossa integridade. De fato, se o evento for mesmo perigoso, é extremamente importante que o organismo receba esse aviso.
O ideal é conseguir identificar quais são
as situações que oferecem algum perigo real, para evitar que o corpo fique em
vigília constante e sinta os efeitos dessa pressão. Altos níveis de estresse
podem aumentar ou diminuir a glicemia, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes.
Raiva
A raiva é um sentimento inerente à existência humana. Porém, assim como ocorre com outras emoções, é preciso saber lidar com essa reação diante das adversidades. Aprender a controlar o efeito que a sensação emocional gera em nosso organismo colabora para que nossos processos internos não se desequilibrem.
Viver com raiva o tempo todo piora a
ansiedade e outras condições psicológicas, pois a pessoa afetada costuma ficar
em vigilância, esperando que coisas negativas aconteçam. Esse comportamento
aumenta os níveis de cortisol no organismo, fazendo com que a insulina não
consiga exercer suas funções e, consequentemente, há um aumento da glicose.
Esgotamento mental
Pode surgir em resposta a longos períodos de convivência com os dois fatores emocionais citados anteriormente, ou por uma longa exposição a situações conflitantes.
É como se a mente não conseguisse mais dar
conta de processar tantos eventos adversos dentro de um espaço curto de tempo.
Esse tipo de situação gera instabilidade emocional e desregulação hormonal, o
que contribui para o desequilíbrio dos níveis glicêmicos.
Ansiedade e medo
A ansiedade está intimamente relacionada ao medo. O processo ansioso parte da ideia central de que algo ameaçador vai acontecer e de que não será possível controlar a situação e, tampouco, as consequências.
Essa sensação de medo diante de alguns
eventos coloca o corpo em alerta constante, como se fosse preciso manter-se
pronto para fugir ou lutar, mesmo perante circunstâncias em que isso não se faz
necessário.
Tristeza
Assim como a raiva, é normal que em alguns momentos de nossas vidas sejamos tomados pelo sentimento de tristeza. Contudo, vivenciar essa emoção de forma ininterrupta pode resultar em processos depressivos e outros distúrbios psicológicos.
Aliás, a predominância da tristeza e do pessimismo pode indicar que algo não vai bem com a nossa saúde mental. Esse estado emocional impacta diretamente na liberação de hormônios, o que afeta outros processos do metabolismo, como a regulação dos níveis de glicemia.
Além disso, a tristeza constante também
pode resultar em fome excessiva ou ausência da mesma. Ou seja, nesses casos em
que se come além do ideal, a alteração glicêmica pode ocorrer não somente por
desarranjos hormonais.
Como se cuidar melhor?
Para o controle da glicemia, algumas medidas são muito importantes, como manter uma alimentação adequada e evitar a ingestão em excesso de açúcar e carboidratos, além da prática de exercícios físicos.
No entanto, é fundamental, tanto quanto essas providências, cuidar da saúde mental e dos fatores emocionais. Isso porque, como vimos, as emoções podem desregular o nosso metabolismo, de forma a aumentar ou diminuir significativamente a quantidade de glicose no sangue.
Portanto, manter um estilo de vida saudável,
prezando pelo bem-estar, contribui para a estabilidade dos nossos processos
internos e colabora para que eles funcionem da melhor forma possível.
Qual a importância do
acompanhamento médico e psicológico?
A alteração nos índices glicêmicos nem sempre gera sintomas. Desse modo, é muito importante que, periodicamente, durante os exames e consultas médicas de rotina, sejam verificadas as taxas de glicose na corrente sanguínea.
Essa averiguação dos níveis de glicemia pode ser feita por meio de exames de sangue convencionais ou até por uma gota de sangue inserida em uma fita, a qual é introduzida em um aparelho específico para essa finalidade. Aqui, é importante destacar que o teste simples de glicemia não é usado como diagnóstico de diabetes.
O profissional médico está apto a avaliar cada caso, considerando histórico familiar, contexto de vida e outras condições clínicas, se houverem, além de comparar com os resultados de exames e, caso haja necessidade, indicar possibilidades para melhorar o quadro de cada paciente. Dentre as alternativas, o acompanhamento psicológico pode ser sugerido para cuidar da saúde mental em paralelo.
Os fatores emocionais e a glicemia fazem parte do mesmo metabolismo. Significa dizer que quando um desses aspectos é afetado, o outro, consequentemente, também sofrerá alterações.
Uma das maneiras mais efetivas para manter os níveis glicêmicos equilibrados e evitar complicações, como o diabetes, é cuidar das questões mentais tanto quanto das físicas. Viver com qualidade de vida favorece a regulação autônoma das emoções e previne o desequilíbrio das funções vitais do corpo.
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.