A melancolia, um sentimento tão retratado na arte, na verdade, está relacionada a um transtorno de humor. Ao contrário do que muitos pensam, ela não é um sinônimo de depressão. No entanto, também merece atenção e precisa de tratamento.
Acontece que a melancolia, na vida real, não tem todo esse romantismo retratado em um conjunto de versos nas músicas ou poesias. Na verdade, causa uma tristeza tão profunda que pode prejudicar toda a qualidade de vida de um indivíduo.
Por esse motivo, buscar ajuda em casos de
melancolia é muito importante. Contudo, antes disso, é importante saber como identificar os seus sinais. Neste
post, vamos apresentar mais detalhes sobre o assunto. Acompanhe e saiba mais!
O que é melancolia?
A melancolia é um sentimento que provoca apatia, tristeza e falta de expectativas no dia a dia. Trata-se de um transtorno de humor que afeta os planos, a produtividade, o humor e os relacionamentos interpessoais de uma pessoa.
O famoso psiquiatra Freud descreve a
melancolia como uma resposta à perda, tal como o luto, em seu livro Luto e
Melancolia, lançado em 1917. A diferença, no entanto, é que o indivíduo não consegue identificar
conscientemente qual é a razão da tristeza provocada pelo estado melancólico.
Qual a diferença entre
melancolia e depressão?
A depressão também é um transtorno de
humor, porém, não é sinônimo de melancolia. A forma como esses dois distúrbios
afetam uma pessoa pode até ser parecida, mas os mecanismos internos são
diferentes.
A depressão é uma doença crônica, que pode
ser manifestada por diversos fatores, como biológicos, genéticos e ambientais.
Ao longo do tempo, se não tratada, é capaz de afetar funções cognitivas, como a
memória, o raciocínio e a atenção.
Já a melancolia não provoca esse efeito. Na
verdade, é um sentimento constante de tristeza vaga, ainda que não se saiba o
motivo, mas que não interfere na cognição de uma pessoa. O que pode acontecer é
uma diminuição da motivação e do interesse pelas atividades do cotidiano.
Quais as causas da melancolia?
A melancolia não necessariamente precisa de uma causa aparente. Na realidade, as pessoas que sofrem com esse transtorno sequer conseguem relacionar um motivo que causa tamanha tristeza.
O que Freud dizia é que a melancolia faz parte dos processos
inconscientes, ou seja, que não caem na área mental em que uma pessoa tem
fácil acesso e controle. Trata-se de uma manifestação que não envolve decisão,
evocação ou associação consciente.
Como identificar a melancolia?
Existem diversos sinais no dia a dia que
ajudam a perceber se a melancolia faz parte da vida de uma pessoa. A seguir,
citamos os principais.
Apatia generalizada
A apatia é a sensação de indiferença diante
de um evento, emoção ou pessoa. Não é um sentimento ruim, embora também não
provoque nenhum benefício ou estado mais otimista. Por conta disso, pode causar
bastante incômodo na rotina.
Falta de ânimo
A melancolia se relaciona também à
diminuição da vontade de fazer as atividades do cotidiano, até mesmo aquelas
que antes eram prazerosas. Por isso, a falta de ânimo persistente que não está
relacionada a outros fatores, como o cansaço, pode ser mais um sinal de alerta.
Tédio
A vida também parece mais chata e sem
nenhuma emoção quando uma pessoa sofre com o transtorno de melancolia. O tédio
está presente até mesmo nos dias mais agitados, o que também pode incomodar o
indivíduo.
Falta de desejo de explicar os
sentimentos
A apatia está presente, até mesmo, na
relação com os próprios sentimentos. Por esse motivo, é difícil identificar a
melancolia em outras pessoas, tendo em vista que elas dificilmente relatam o
que estão sentindo, por diminuição da vontade de falar sobre o assunto.
Sentimento de culpa
Ver pessoas felizes em volta e,
principalmente, acessar redes sociais que promovem um estilo de vida dos
sonhos, ainda que irreal, faz com que uma pessoa com melancolia se sinta
culpada. Afinal, acredita que deveria ser mais grata, alegre e otimista.
Sonolência
O tédio e a apatia também contribuem para uma maior sensação de sono no dia a dia.
É como se as mais longas noites dormidas não fossem suficientes para recarregar
as energias e voltar com disposição.
Concentração em problemas que
antes eram insignificantes
Aquela implicância e o pensamento excessivo
sobre um problema que, anteriormente, a pessoa mal se lembrava, também pode ser
um sinal de melancolia. Esse é um resultado da sensação apática e tediosa dos
dias com esse transtorno.
Vida sem sentido e sabor
A soma de todos esses sinais faz parecer
que a vida não tem nenhum sentido e que é cada vez mais desanimadora. Esse,
inclusive, é um pensamento perigoso, pois pode fazer com que o indivíduo se
interesse menos ainda pelos cuidados com a saúde e o bem-estar.
Como tratar a melancolia?
Só de observar os sinais, é possível notar que esse não é um transtorno fácil de lidar e que pode provocar muito sofrimento a uma pessoa. Por esse motivo, a melhor saída é procurar ajuda médica o mais rápido possível.
O tratamento da melancolia é realizado com base no quadro apresentado pelo paciente. A psicoterapia é um processo recomendado a praticamente todas as pessoas que convivem com o transtorno.
Além disso, em alguns casos, podem ser prescritos
medicamentos para aliviar os sintomas de tristeza. No entanto, para isso, é
necessário consultar um psiquiatra e passar pelos exames fundamentais para
confirmar o diagnóstico.
Qual é a importância de
procurar ajuda?
Procurar ajuda profissional e de uma rede de apoio faz toda a diferença no tratamento contra a melancolia. Assim, é possível compreender o que está acontecendo, receber as melhores orientações para lidar com a situação e ter um incentivo para começar a sair do ciclo de tristeza.
Como visto, a melancolia é um transtorno de humor. Por conta disso, deve ser devidamente tratada, a fim de restituir o bem-estar e a qualidade de vida do indivíduo. Por isso, é fundamental buscar ajuda o mais rápido possível ao notar a presença frequente dos sinais apresentados.
Conteúdo revisado pela Medicina Preventiva da Unimed Campinas.