Um momento de desequilíbrio emocional pode ser comum em
nossas vidas. Afinal, não é possível ter controle sobre todas as variáveis
que lidamos. Eventualmente, questões nos afetarão e nos tirarão do eixo.
Contudo, quando é recorrente, esse tipo de
descompensação é um alerta sobre eventuais problemas que podem dar seus
primeiros sinais. Além disso, essas situações geram questões em sua vida
pessoal, social, familiar, afetiva e no emprego, além de forte sofrimento para
você mesmo.
Entenda a seguir o que é o desequilíbrio emocional, suas
causas e sintomas e como lidar com essa questão que pode ser muito delicada.
O que é desequilíbrio emocional?
O desequilíbrio emocional pode ser comparado ao estado de
homeostase do corpo (capacidade do organismo de apresentar
uma situação físico-química característica e constante, dentro de
determinados limites, mesmo diante de alterações impostas pelo meio ambiente)
porém no campo das emoções. Isto é, quando alguma situação nos
tira do nosso próprio controle ou somos profundamente afetados por um evento
inesperado.
Pode, ainda, ser derivada de questões crônicas. Por exemplo,
um quadro de burnout onde a pessoa se encontra em um estado de exaustão
emocional. Por isso, é muito importante identificar suas causas, descobrindo de
que forma isso afeta a sua vida e quais situações estão comprometendo sua
inteligência emocional.
Quais as principais causas?
Algumas das principais causas desse problema são:
●
situações
agudas de forte estresse, como luto, situações de
violência, demissão inesperada, entre outros;
●
estresse
crônico e aproximação da síndrome de burnout;
●
quadros
que estão ligados com os transtornos mentais como: ansiedade, depressão, entre outros;
●
sobrecarga de trabalho;
●
problemas pessoais em diferentes áreas
(financeiro, pessoal, social, afetivo, entre outros);
●
dificuldade de ser uma pessoa resiliente diante
de problemas que apareçam em sua vida.
Quais seus sintomas?
Muitas pessoas só identificam o desequilíbrio emocional
quando ele já está em um momento mais intenso, ou seja, alterações graves de
humor, crises de choro recorrentes e episódios explosivos, com o sentimento de
perda de controle, principalmente frente a fortes pressões.
Contudo, quando a pessoa identifica seus sintomas
precocemente, é possível buscar ajuda, entender o que está afetando essa área e
recuperar o equilíbrio. Alguns dos principais sinais de que suas emoções estão
passando por um período de descontrole são:
●
falta de concentração: você não consegue mais
focar em suas atividades cotidianas. Muitas vezes, isso acontece porque sua
mente está permeada por pensamentos intrusivos ou, então, o descontrole
emocional está afetando seu sono, o que impacta diretamente a sua concentração;
●
irritabilidade: questões simples deixam você
mais irritado, incluindo, até mesmo, pequenas frustrações cotidianas. Por
exemplo, uma fechada no trânsito tira você completamente do eixo;
●
sensação de que perdeu controle sobre as ações
da sua vida: muitas pessoas que estão nessa situação relatam que há a percepção
de que nada em suas vidas faz sentido, ou que as atividades cotidianas não as
engajam mais, sentindo desmotivação na sua rotina;
●
dificuldade para dormir: por estarem
constantemente estressadas e irritadas, é muito comum que pessoas em
descontrole emocional sintam mais dificuldade ao tentar dormir ou, então,
tenham um sono agitado (quando acordam várias vezes durante a noite, não conseguindo
ter um descanso de qualidade);
●
cansaço
constante - observado tanto no físico quanto no emocional e cognitivo:
exatamente pelo ponto anterior, essas são pessoas que relatam forte sonolência
durante o dia;
●
dores corporais: estágios de tensão constante
podem fazer com que você sinta, recorrentemente, dores pelo corpo, causados
tanto pelo tensionamento muscular quanto pela somatização do estresse. Pode,
também, gerar mais dores no estômago, frequentemente causada por quadros de
gastrite.
Cabe lembrar que, apesar de esses serem os sintomas mais
comuns, não são todas as pessoas que vão desenvolvê-los. Cada indivíduo
é único e sente esse descompasso de uma forma. O importante é estar atento a
si, identificando quando está começando a se incomodar e buscar ajuda
profissional.
Por que se preocupar com o desequilíbrio
emocional?
O desequilíbrio emocional pode ser uma bandeira vermelha,
sinalizando que problemas mais sérios estão presentes ou, ainda, ser os
primeiros sintomas de quadros preocupantes de saúde mental que poderão se
desenvolver, caso você não se atente.
Alguns dos motivos pelos quais você precisa estar alerta
são:
●
a
oscilação emocional pode ser um dos primeiros sinais de que se instalou um
desequilíbrio emocional: como episódios ansiosos;
●
a flutuação de emoções de forma intensa pode
causar problemas físicos, como gastrite, enxaquecas, cefaleia tensional,
torcicolos, disparar crises de fibromialgia, entre outros problemas;
●
o descontrole pode afastar colegas, amigos,
familiares e parceiros, potencializando ainda mais suas oscilações;
●
muitas
doenças são afetadas quando há este tipo de problema. Um dos casos é o da diabetes.
●
como o descontrole emocional afeta muitas
questões pessoais (como concentração, capacidade de tomar decisões
racionalmente, saber ponderar como reagir diante de conflitos, entre outros),
sua autoestima pode ficar fortemente prejudicada.
Como lidar com o desequilíbrio emocional?
Como falamos na introdução deste artigo, quadros agudos e
pontuais de oscilação emocional são comuns em nossas vidas. Afinal, como não
ser impactado, por exemplo, por uma demissão, um familiar doente ou um luto?
Contudo, quando a questão toma uma maior proporção, ou
quando começa a afetar sua vida pessoal, profissional, social e afetiva, é importante
buscar formas de lidar com isso. Os impactos, quando não cuidados, são
graves.
A psicoterapia é uma grande aliada nisso. Ela ajudará
a identificar a origem do problema, a entender o porquê de algumas questões
afetarem fortemente suas emoções e fornecer
ferramentas para conseguir lidar com isso de outra forma.
Em alguns casos, como você viu, o desequilíbrio emocional
pode ser um sinal de um quadro de saúde que demanda tratamento
multidisciplinar com um psiquiatra. Ele poderá prescrever as medicações
indicadas e amenizar esses quadros.
Além disso, algumas outras práticas podem auxiliar no seu
controle. Estão entre elas:
●
pratique atividades físicas regularmente. Elas
ajudam a amenizar a oscilação de humor e promover maior qualidade de vida;
●
pratique hobbies.
Muitas vezes, a causa do descontrole emocional está ligada às rotinas
automatizadas, nas quais a pessoa não pratica atividades prazerosas para si;
●
não deixe
de cuidar da sua vida social. Estar com sua rede de apoio (amigos, familiares,
colegas com quem tenha maior intimidade) pode trazer um bem-estar maior e mais controle;
●
saia da sua zona de conforto, caso isso esteja
prejudicando suas emoções. Se, por exemplo, você se vê em um ambiente que tem
afetado sua saúde emocional, vale a pena começar a se preparar para mudar isso;
●
pratique mindfulness.
Ele ajuda a centrar seus pensamentos e emoções no presente, além de entender as
razões pelas quais as emoções estão saindo dos trilhos.
O descontrole emocional pode prejudicar bastante sua vida
em diferentes frentes e, até mesmo, na sua própria relação consigo mesmo. Por
isso, ao perceber que essas questões estão presentes, não tenha medo de pedir
ajuda — tanto para sua rede de apoio quanto, também, contar com profissionais
especializados que ajudarão a lidar com isso.
Cuide da sua saúde física, mental e afetiva: continue
acompanhando todas as dicas e conteúdos em nosso
blog!
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.