Será que você age como impostor(a) na sua própria rotina? Essa é uma dúvida que não passa pela cabeça de muita gente, mas que muitas vezes acaba sendo uma realidade. A síndrome de impostor é frequente na nossa sociedade, mais do que possamos imaginar.
A sensação de não merecer uma conquista ou achar que foi por pura sorte acompanha as pessoas. Talvez pior ainda seja o medo de encarar desafios e de dar novos passos na vida. Você já se sentiu assim ao menos uma vez?
Pensando na importância desse tema, preparamos um conteúdo com várias informações e dicas para esclarecer as maiores dúvidas sobre o assunto. Aprenda a reconhecer a situação e escapar dos problemas que ela pode trazer para a sua vida!
O que é síndrome do impostor?
A maneira mais simples de definir a síndrome do impostor é falando de autossabotagem. O impostor é aquele que engana o outro e, nesse caso, acaba enganando a si mesmo por não acreditar na sua capacidade de realizar algo.
Um exemplo é na hora de desempenhar uma atividade no trabalho ou no ambiente escolar. É uma insegurança que acompanha o comportamento de impostor, dificultando que algumas tarefas sejam realizadas ou decisões tomadas, como fazer uma apresentação importante, assumir um novo cargo, mudar de cidade ou de carreira ou iniciar um relacionamento amoroso.
Isso normalmente acontece sem que a pessoa perceba com clareza que está se sabotando. Ela tende a se sentir incapaz de fazer e conquistar determinadas coisas, tendo a sensação de que seus esforços não serão suficientes ou que não merece aquilo. Então, as chances de permanecer estagnado e sofrer com isso são grandes.
Imagine que você consegue uma ótima oportunidade no trabalho, mas decide não aceitar pela insegurança de não cumprir bem a função. Sua empresa e seu chefe confiam em você, mas você não consegue fazer o mesmo.
O perfil do impostor é contrário a quem tem autoconfiança para aceitar os desafios da vida, aproveitar oportunidades e se sentir realizado com elas. A grande questão é que não falta potencial para o impostor. Ainda que muitas vezes seja preciso se esforçar mais para atingir seus objetivos, o que mais falta é autoconfiança para não desistir ou colocar obstáculos no caminho.
Por que acontece?
Essa é uma síndrome ligada a fatores psicológicos que precisam ser avaliados individualmente. Algumas pessoas desenvolvem o problema por situações vividas no passado. A baixa autoestima, por exemplo, costuma ser um dos disparadores.
Sendo assim, cada pessoa tem um gatilho, que a faz desenvolver ou agravar a síndrome, e isso independe de classe, orientação sexual ou faixa etária. A síndrome do impostor está presente no cotidiano de milhares de pessoas.
A autossabotagem também é recorrente nos relacionamentos interpessoais. Algumas pessoas não se sentem "boas" o suficiente e acabam sofrendo com perdas importantes durante a vida.
Diante dos desdobramentos que a síndrome pode ocasionar, é fundamental descobrir as suas causas para tentar evitar que o problema se torne cada vez maior.
Quais as características e como reconhecer a síndrome?
Nem sempre o problema é facilmente identificável. Aliás, na maioria das vezes, contar com a ajuda de um especialista é necessário para avaliar cada caso e, consequentemente, encaminhar o tratamento. Psicólogos e psiquiatras são os mais indicados para essa tarefa, já que estamos falando de saúde mental.
A Escala Clance do Fenômeno do Impostor (Clance Impostor Phenomenon Scale) foi criada pela canadense Pauline R. Clance para ajudar no diagnóstico. São considerados 20 itens na avaliação pessoal de cada paciente.
De forma mais generalista, podemos dizer que alguns sinais que estão presentes no dia a dia do impostor são:
- Negatividade;
- Sensação de incompetência;
- Ansiedade, angústia e insegurança;
- Dificuldades de receber elogios ou feedbacks positivos;
- Resistência com os momentos de exposição pessoal;
- Baixa autoestima;
- Autocrítica exagerada;
- Dedicação excessiva e perfeccionismo;
- Procrastinação;
- Tristeza e depressão.
A auto-observação e o autoconhecimento são essenciais para avaliar as suas próprias posturas — em todos os âmbitos da vida, não apenas profissional.
Como escapar da síndrome do impostor?
Não há uma fórmula "mágica" para se livrar de questões emocionais e evitar esse tipo de problema. Porém, certas atitudes podem ajudar a escapar da síndrome do impostor. Confira algumas delas:
- Cultivar o pensamento positivo;
- Investir em autoconhecimento;
- Trabalhar habilidades comportamentais (autoconfiança, liderança, comunicação etc.);
- Evitar o hábito de se comparar aos outros;
- Encarar desafios e aceitar possíveis fracassos como aprendizados;
- Ser gentil consigo mesmo;
- Fazer terapia.
Outra dica superinteressante e utilizada por alguns profissionais da psicologia é fazer uma lista de coisas positivas para internalizar cada uma delas. Explore os seus talentos e conquistas como um exercício de reconhecimento do seu valor.
Quando procurar ajuda?
Como falamos acima, procurar a ajuda de profissionais especializados é muito importante, não só para identificar a síndrome do impostor, como para iniciar um tratamento que ajude a superar o problema. Isso é fundamental para tentar evitar que as consequências se agravem com o tempo. Portanto, quanto antes agir, melhor.
A psicoterapia é uma ótima sugestão para quem busca suporte psicológico e quer mudar alguns comportamentos. Procure um bom profissional e se abra com ele para vencer esse ciclo vicioso da autossabotagem!
Bom, agora você já sabe o que é síndrome do impostor e o quanto ela pode colocar em risco o seu desenvolvimento, bem-estar e felicidade. Então, continue de olho na sua saúde mental para tentar evitar esse e outros problemas!
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.