De acordo com uma nota de 2021 do Ministério da Saúde, o transtorno de ansiedade já afeta mais de 18 milhões de pessoas no território nacional. Esse número revela o quanto os problemas mentais têm impacto na saúde do brasileiro.
Afinal, geralmente, essas condições trazem prejuízos não só para o bem-estar individual, mas também para as relações íntimas das pessoas, afetando o seu círculo familiar, a vida profissional que constroem e muito mais.
Por isso, neste post, vamos explicar o que
é ter ansiedade patológica, quais são os sintomas e como é possível tratar
efetivamente o problema, que acabou ganhando ainda mais força com o cenário de
perdas de entes queridos, isolamento e preocupação com a saúde gerado pela pandemia de Covid-19. Continue a leitura!
O que é o transtorno de
ansiedade?
O transtorno de ansiedade, também chamado de transtorno de ansiedade generalizada (TAG), é um dos distúrbios ansiosos que afetam os seres humanos. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, ele é mais frequente em adultos.
Isso, porém, não exclui a possibilidade de ocorrência em crianças e adolescentes. Inclusive, trata-se de uma condição que, sem o devido tratamento, pode afetar drasticamente o desenvolvimento psicológico deles.
Além disso, o problema se manifesta de modo quase igualitário entre homens e mulheres, ficando numa média de quatro para seis, respectivamente. Outro ponto de destaque é que o TAG é identificável em diferentes culturas e sociedades ao redor do mundo. Ou seja, é um transtorno que afeta a população global.
"Mas o que, de fato, é ter transtorno de ansiedade?" — você deve estar se perguntando. Em termos simples, significa conviver com um nível de ansiedade constantemente acima da média, causando respostas emocionais de medo, nervosismo e estresse que podem afetar a imunidade e até causar sintomas fisiológicos.
Tudo isso acontece porque a pessoa se preocupa com o que pode dar errado nas atividades da rotina, cobra-se em excesso, fica inquieta em relação ao futuro e não consegue lidar com a falta de controle sobre as coisas, por exemplo.
Assim, temos um cenário que leva o
indivíduo a um ciclo eterno de apreensão, desespero, desequilíbrio emocional e
imaginação de catástrofes em relação a tudo que faz. Na prática, esse quadro o
afeta mesmo que não haja "sentido" ou motivo concreto para isso.
Quais são os sintomas do
transtorno de ansiedade?
Os sintomas do transtorno de ansiedade
envolvem, além de muitos pensamentos intrusivos e com conteúdos negativos e
distorcidos, diferentes manifestações físicas. Algumas das mais comuns são a
falta de ar, o aperto no peito, o baixo nível de concentração, as dores de
barriga, os enjoos, a dificuldade para dormir e o esgotamento físico e mental.
Como é feito o diagnóstico do
transtorno de ansiedade?
Há dois caminhos para o diagnóstico não só do transtorno de ansiedade, mas também dos demais transtornos mentais.
O primeiro é por meio da avaliação com o psiquiatra, afinal, esse é o profissional da Medicina que se especializou para acompanhar a evolução desses problemas e as práticas necessárias para controlar os efeitos negativos que eles trazem — sendo o tratamento medicamentoso a principal delas.
O segundo é por meio do psicólogo, mais especificamente daquele que atua com processos de avaliação psicológica e psicodiagnóstico em saúde mental. É o caso do psicólogo da saúde ou do neuropsicólogo, por exemplo.
Nesse sentido, estamos falando de algo que é respaldado não só pela Resolução nº 3/22 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), mas também pela Lei nº 4.119/62.
Assim, a partir de sessões de anamnese, da aplicação de testes — que são exclusivos da categoria — e da investigação clínica, o profissional vai indicar se há ou não a incidência de algum transtorno. O mesmo vale, inclusive, para a possibilidade de haver comorbidades.
Ou seja, além do quadro patológico de
ansiedade, é avaliado se o paciente também desenvolveu outros problemas. A
depressão, o estresse agudo e os transtornos alimentares são os mais usuais.
Qual é o tratamento utilizado
para o transtorno de ansiedade?
O tratamento para o transtorno de ansiedade
ocorre de forma multidisciplinar, envolvendo a participação ativa tanto de um
psiquiatra quanto de um psicólogo clínico — e, por vezes, de outros
profissionais. Veja mais a seguir!
Acompanhamento psiquiátrico
O psiquiatra vai acompanhar e monitorar continuamente o quadro de sintomas que o paciente apresenta. Assim, o profissional poderá identificar, a partir da dimensão deles, se é necessário recorrer ao uso de medicamentos para o transtorno de ansiedade (chamados de ansiolíticos).
Em caso positivo, ele vai não só fazer a
prescrição dos remédios, mas também orientá-lo sobre a sua administração,
acerca dos possíveis efeitos colaterais e sobre a necessidade de retorno mensal
para avaliar se houve um controle positivo dos sintomas ou mesmo a remissão
total. Isto é, quando não há mais a presença de aspectos que afetam a saúde
mental do indivíduo.
Acompanhamento psicológico
O psicólogo, por sua vez, ficará a cargo do processo terapêutico. Nas sessões, serão desenvolvidas estratégias de redução e de reavaliação cognitiva da ansiedade e do enfrentamento de situações que desequilibram o emocional.
Também é comum que sejam trabalhadas a contenção e a superação de crises de pânico — o que gera sofrimento intenso, sensação de desamparo e perda do autocontrole. Trata-se de algo que muitas pessoas com ansiedade patológica vivenciam.
A ideia é que, combinando essas duas
intervenções, seja viável fortalecer o bem-estar psicológico, emocional e
cognitivo do indivíduo. Assim, o paciente se tornará apto para lidar com a
ansiedade na rotina sem deixá-la afetar ou incapacitar a sua trajetória.
Acompanhamento nutricional e
físico
Vale pontuar que, além das especialidades mencionadas, não é raro que psiquiatras e psicólogos recomendem fortemente que os pacientes contem com o suporte de nutricionistas e de educadores físicos. Afinal, exercitar-se e manter uma alimentação equilibrada é de grande ajuda para melhorar a imunidade, a disposição física, a rotina de sono e o humor.
Todos esses fatores influenciam diretamente o equilíbrio psicoemocional. Isso, é claro, sem mencionar que a prática de atividades físicas ainda representa um meio útil para aliviar a tensão provocada pelo estresse e pela ansiedade, promovendo, assim, o relaxamento e o bem-estar.
Como visto, o transtorno de ansiedade envolve sofrimento contínuo e, por vezes, intenso diante da antecipação de problemas e de ideias catastróficas sobre o futuro. Além disso, é uma condição que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, sem distinção de idade, classe ou gênero. Por isso, é importante estar atento aos primeiros sinais de ansiedade excessiva para procurar ajuda especializada e iniciar o mais cedo possível o tratamento.
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Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.