Acordar feliz e ficar triste durante o dia ou o inverso: quem nunca passou por isso? Essa oscilação de humor é algo normal, mas há situações em que a mudança repentina de emoções pode ser uma doença. Quando os episódios são frequentes e/ou muito intensos, a pessoa pode ficar “presa” àquele sentimento, prejudicando sua rotina e a realização de atividades. Mas como identificar esse momento de alerta?
Neste texto, vamos explicar mais sobre a
oscilação de humor, como ela acontece e quando ela evolui para um quadro
clínico. Acompanhe!
O que é oscilação de humor?
Há situações negativas em que somos tomados pela emoção e demonstramos estado de aborrecimento, mau humor, tristeza, raiva, entre outros. No entanto, com o passar do tempo, esse sentimento diminui e temos outros estímulos durante o dia que podem alterar o humor consideravelmente. Esse é um exemplo clássico da oscilação do humor, que é fruto de uma reação natural e saudável.
Outra situação comum é a indisposição ou irritabilidade na segunda-feira pela manhã e a euforia de sexta-feira à tarde. A chegada de uma notícia, como uma promoção ou demissão no trabalho, também pode alterar bastante o humor.
Mas até que ponto essa inconstância é considerada normal? É importante destacar que períodos constantes e excessivos de tristeza ou de euforia são, sim, um sinal de alerta. Esses períodos podem ser marcados por uma reação exagerada ao estado comum que a pessoa apresenta diante da sua rotina.
Por exemplo: um excesso de energia — com sensação de euforia e poder além do normal —, um aborrecimento acompanhado de palavras e ações violentas ou uma tristeza profunda com estado de melancolia persistente.
Esse agravamento pode ser classificado como
transtorno de humor ou transtorno afetivo, presente em doenças como a síndrome de Burnout, transtorno bipolar,
depressão, transtorno misto ansioso e depressivo, transtorno esquizoafetivo e
ciclotimia. Por isso é tão importante manter a saúde preventiva na sua rotina e buscar
acompanhamento médico logo que identificar sintomas de oscilação de humor.
Quais são os principais
sintomas?
Como o próprio nome diz, o principal sintoma é a variação de humor, mas com um aumento ou queda de energia repentina. Uma pessoa, por exemplo, pode estar muito alegre (mania ou hipomania) ou muito triste (depressão) num curto intervalo de tempo.
No primeiro exemplo, há uma excitação maior, adrenalina e aumento de dopamina. No outro caso, o indivíduo sofre com baixa energia, isolamento e baixa autoestima. Esses fatores podem ser demonstrados nas áreas de comportamento, sentimento ou pensamento. Por isso, muitas vezes é difícil que o paciente identifique os sintomas. Logo, todos os casos requerem uma análise clínica.
A seguir, veja alguns exemplos de situações
críticas que merecem atenção e acompanhamento médico.
Inquietude
Quando há uma euforia em excesso, o indivíduo passa a avaliar a realidade de maneira distorcida. Ele se torna muito confiante e acredita que tudo sempre vai dar certo. Com isso, ele age por impulso e não consegue dominar a si próprio, podendo ficar bastante irritado ou raivoso caso alguém discorde dele.
Em um momento de euforia extrema, por
exemplo, a pessoa acredita que pode dirigir sem cinto de segurança e avançar os
semáforos, pois está com uma confiança extrema em si e pensa que nada de mal
pode acontecer. No entanto, ele está colocando não apenas a sua vida em risco,
mas também a de todos os outros ao seu redor.
Isolamento
Quando a pessoa está passando por problemas ou enfrenta um período negativo, ela perde o interesse ou prazer em situações comuns do seu cotidiano, como tomar banho, se alimentar, trabalhar ou praticar atividades físicas e hobbies. Sua atenção e concentração são reduzidas, a autoestima abaixa, o sono fica irregular e tende a se afastar de tudo que exige alguma energia.
No início, a pessoa reage sempre com mau
humor e irritabilidade, mesmo sem perceber. Depois vem o desânimo frequente, a
ponto de se transformar em tristeza e trazer a predominância de pensamentos
negativos. Esse estado se torna ainda mais preocupante porque o isolamento a
afasta inclusive da percepção de outras pessoas que poderiam alertar sobre essa
oscilação de humor e indicar a busca por ajuda médica.
Como lidar com a oscilação de
humor?
A família e os amigos são muito importantes para a identificação dos sintomas e no apoio durante o tratamento. Afinal, são pessoas que compartilham sentimentos e podem notar algo estranho, além de ter mais relevância para o paciente. No entanto, a presença de um profissional também é necessária para ajudá-lo a perceber e a lidar com a situação que está passando.
Muitas vezes, por medo ou ignorância, as
famílias podem negar que o problema exista, o que evita ou retarda o
diagnóstico, prejudicando o tratamento. Dessa forma, é importante disseminar
cada vez mais o tema da saúde mental para que as pessoas entendam melhor o
problema e se dispam dos preconceitos.
Existe tratamento para
oscilação de humor?
Na maioria das vezes, os casos requerem apenas cuidados momentâneos. Já os casos mais graves demandam cuidados prolongados ou permanentes, portanto, caso observe um quadro de oscilação de humor, não ignore os sintomas e se coloque à disposição para prestar o apoio necessário.
Caso seja você a pessoa que está passando
por essa patologia, informe à sua família e aos amigos próximos para que eles
possam ajudar com as demais etapas e não hesite em buscar ajuda médica. Somente
um profissional pode prescrever o tratamento adequado, que pode incluir algumas
mudanças na rotina, psicoterapia ou terapia medicamentosa.
Quando buscar ajuda e qual
especialista procurar?
O principal fator que traz um estado de alerta para a situação é quando a condição afeta a vida do indivíduo, seja de forma familiar, profissional ou social, ou quando sua vida é colocada em risco. Em caso positivo, o paciente deve se consultar com um clínico geral para avaliar os sintomas e, depois, procurar um psicólogo ou psiquiatra. A psicoterapia, por exemplo, é um dos tratamentos mais comuns.
Como você viu, a oscilação de humor é uma condição a que todos estamos sujeitos, afinal, somos seres emocionais. Por isso, é importante manter uma rotina saudável e ficar atento a alterações no ciclo do sono, no ânimo, na autoestima, na atenção e na concentração. Identificar o caso e buscar tratamento especializado é uma forma de zelar pela qualidade de vida, seja sua ou de alguém próximo.
Gostou do texto e quer uma dica para melhorar o seu estado? Então, entenda porque procurar refúgio na natureza pode ser renovador emocionalmente e experimente essa prática!
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.