Eis que chega o momento: suspender o uso dos métodos contraceptivos para aumentar a família com a chegada de uma criança. Ou, então, é a hora em que a sonhada e aguardada adoção finalmente acontece. Esses momentos estão nos sonhos de muitas pessoas, mas, ao mesmo tempo, também geram muitas reflexões.
Uma paternidade responsável é um desafio grande. As decisões e condutas podem influenciar toda a vida de uma criança, desde o seu nascimento até a sua vida adulta. Por isso, é fundamental, desde o primeiro momento, entender tudo que é necessário sobre o assunto.
Confira a seguir os princípios da paternidade responsável e
comece já a trabalhar essas questões para proporcionar um ambiente saudável
para seus filhos.
O que é paternidade responsável?
A formação do ser humano como indivíduo acontece, justamente, nos primeiros anos de vida. É o momento no qual são desenvolvidas capacidades cognitivas, emoções e a capacidade de se adaptar a situações adversas. Além disso, a criança vai aprendendo a criar resiliência e a se sentir segura em diferentes situações desafiadoras.
A paternidade responsável diz respeito à presença dos pais
na criação de forma a realizar as principais medidas para que os pequenos
possam ter uma formação humanizada, proporcionando o melhor desenvolvimento das
competências socioemocionais. Claro, prezando por uma boa relação entre pais e
filhos.
Quais são os princípios da paternidade
responsável?
Mas, afinal, uma paternidade responsável está relacionada apenas à presença da figura parental na vida da criança? Claro que não. Esse conceito está relacionado à forma de educar de pais e mães, nas mais variadas configurações de família.
Vamos conhecer os principais princípios da paternidade
responsável a seguir.
●
estar presente e ser participativo ativamente na
vida dos filhos em todos os âmbitos (educação, emocional, lazer, entre outros);
●
acolher a criança;
●
ser complacente com as falhas, educando de forma
adequada, em vez de aplicar punições desproporcionais ao problema;
●
equilibrar uma boa proximidade sem perder a
autoridade;
●
assumir responsabilidades, inclusive jurídicas,
em relação à guarda da criança (por exemplo, a necessidade de prover alimentos,
segurança, bem como outros direitos que o ECA garante a elas);
●
respeitar o desenvolvimento emocional e de
aprendizagem da criança.
Qual a importância da paternidade
responsável no desenvolvimento da criança?
Os cuidadores de uma criança influenciam diretamente na formação daquele indivíduo por toda uma vida. Por isso, o desenvolvimento familiar é uma parte essencial para que a criança se torne um adulto saudável e feliz.
Ambientes inseguros e instáveis podem proporcionar,
inclusive, o desenvolvimento de depressão infantil, quadros de ansiedade, além de
problemas de aprendizagem e sociabilização.
Como exercer uma paternidade responsável?
Agora que você entende a importância da paternidade
responsável, é o momento de conhecer as principais formas de exercê-la. Veja
mais a seguir.
Ser um bom exemplo
Crianças aprendem facilmente pelo exemplo. E elas conseguem, de acordo com seu desenvolvimento, perceber quando há uma diferença entre o que é ensinado e aquilo que vê seus pais fazendo na prática.
Essas distorções podem gerar um sentimento de insegurança e
instabilidade nos filhos, além de evitar que eles adotem aquilo que é o correto
em suas vidas.
Participar ativamente da vida da criança
A paternidade responsável está muito além do fornecimento de uma estrutura financeira para que a criança possa sobreviver. É preciso que pai e mãe participem ativamente de sua vida.
Isso passa por comparecer aos principais eventos
(formaturas, eventos no colégio etc.) a acompanhar o desenvolvimento escolar,
os cuidados de saúde e, até mesmo, a participar de forma ativa da parte
emocional, oferecendo carinho, amor e suporte para que os pequenos se sintam
seguros.
Planejar o futuro
A partir do momento em que um indivíduo nasce até o momento em que ele alcança sua maturidade e independência emocional, profissional e física, ele deverá estar sob responsabilidade dos pais. Por isso, é muito importante que eles sempre pensem no longo prazo.
Por exemplo, oferecer uma educação de qualidade desde o
começo da vida poderá influenciar em possibilidades de conseguir entrar nas
melhores universidades e construir um futuro de sucesso. Por isso, o
planejamento do futuro é fundamental para pavimentar este caminho.
Oferecer acolhimento e suporte
Pais responsáveis também devem saber que as crianças, por estarem em formação, precisam estar em ambientes seguros e, quando não, devem encontrar na figura dos cuidadores um porto seguro para suas necessidades.
Por isso, é preciso sempre proporcionar um ambiente seguro,
estável e de confiança para que elas possam expressar seus medos, inseguranças
e necessidades. Isso as ajuda a recorrer aos pais sempre que tiverem algum tipo
de dificuldade.
Identificar as demandas da criança
A criança é um ser que está em vulnerabilidade, e é dever de
pais responsáveis identificar as demandas que elas tenham, e isso passa por
diversos aspectos da vida, entre eles:
●
segurança física e emocional;
●
necessidade de diversão;
●
proximidade com a família;
●
aproximação com sua história familiar;
●
acolhimento dos erros, mesmo com a correção
(sempre de forma adequada, sem violência verbal e física).
Pais responsáveis conseguem identificar quando há necessidades extras também. Por exemplo, crianças neurodivergentes vão apresentar uma maior dificuldade de aprendizagem dentro dos moldes tradicionais, caso não tenham o acompanhamento com neuropediatra e terapeutas.
Ao perceber as dificuldades, eles devem buscar auxílio dos
profissionais competentes para identificar o quadro e, assim, proporcionar
todas as adaptações necessárias para que os pequenos possam crescer saudáveis e
ter o desenvolvimento intelectual assegurado.
Fornecer seus direitos básicos
Outro ponto fundamental de uma paternidade responsável é
proporcionar para a criança os seus direitos básicos, que estão, inclusive,
previstos em lei, a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Estão
entre eles:
●
direito à
vida e saúde (por exemplo, fornecendo as vacinações para preservar a saúde);
●
direito à liberdade e à dignidade;
●
direito à cultura, esporte, lazer;
●
direito à convivência familiar e comunitária;
●
direito à proteção.
Quais são as consequências de não
exercê-la?
Quais são os impactos de uma paternidade que não é exercida
de forma responsável e plena? Alguns deles podem, até mesmo, serem duradouros e
prejudicar a formação como indivíduo:
●
processos
de estresse crônico, ansiedade e depressão;
●
queda na autoestima da criança;
●
crianças rebeldes e problemas com autoridade na
adolescência;
●
sentimento de culpa e dificuldade de
autovalidação;
●
crianças tímidas, com dificuldades em se
expressar;
●
surgimento de alguns transtornos de
personalidade, como o transtorno borderline.
Além disso, a falta de uma paternidade responsável pode fazer, também, com que os relacionamentos entre pais e filhos fiquem fragilizados e isso prejudique tanto a experiência quanto a lembrança de ambos no futuro. Além disso, pode até mesmo gerar afastamentos que poderão demorar para serem resolvidos.
Uma paternidade responsável ajuda tanto as crianças a terem o desenvolvimento adequado quanto a gerar boas lembranças entre pais e filhos. Esperamos que este conteúdo ajude você nesse processo.
Por fim, os cuidados com a criação da criança começam já na gestação. Dessa forma, conheça o Programa de Saúde Clube da Gestante e comece já, na companhia de seu parceiro ou parceira, a exercer os primeiros cuidados com seu filho com o auxílio de uma equipe multidisciplinar completa!
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.