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Por que o paciente deve saber a verdade sobre seu diagnóstico?

Saúde Emocional

Por que o paciente deve saber a verdade sobre seu diagnóstico?

É sempre uma tarefa delicada contar a alguém especial sobre um diagnóstico de saúde, principalmente se a condição for grave. Tratar da questão envolve nossas próprias angústias diante da finitude e da nossa fragilidade enquanto seres humanos. 

É inevitável imaginar o que a pessoa vai pensar, como ela vai reagir ao fato, e se seremos capazes de lidar com a vulnerabilidade do outro diante da situação. Mas é fundamental que o paciente saiba sobre suas próprias condições de saúde, afinal, esse é um direito de todas as pessoas e possibilita que os indivíduos participem ativamente das decisões importantes sobre suas vidas.

Por esse motivo, elaboramos este artigo para ajudar a transmitir um diagnóstico a um familiar da melhor forma possível, garantindo que ele possa se expressar perante a notícia. Acompanhe!

O que significam diagnóstico e prognóstico de saúde?

O diagnóstico se refere à conclusão de um processo investigativo por parte dos profissionais da área da saúde. Ele é composto por uma avaliação geral de todo o quadro clínico e tem por objetivo nortear as próximas condutas e planos de tratamento.

Pode ser considerado simples ou complexo, e deve ser transmitido de maneira compreensível aos pacientes. Caso surjam dúvidas quanto a termos e funcionamento do quadro, é dever de quem transmite a informação explicar esses pontos, até que fique tudo bem claro.

Já o prognóstico, consiste em uma análise voltada a identificar como será o possível desenvolvimento do quadro clínico do paciente. Ele indica se as chances de remissão da situação apresentada no diagnóstico são boas ou não, quais são as possibilidades de melhoria correlacionadas aos tratamentos médicos existentes e as mudanças que podem acontecer no corpo com o passar do tempo.

Quem é responsável por transmitir o diagnóstico ao paciente?

A princípio, é o profissional médico ou da área da saúde que foi responsável por todo o processo de análise e investigação do diagnóstico. Pode ser, por exemplo, o médico, o psicólogo, o fisioterapeuta, a depender de quais aspectos estão sendo avaliados. Apesar de o mais comum ser o diagnóstico clínico, que é atribuição do médico, existem o psicodiagnóstico, o diagnóstico fisioterapêutico, entre muitos outros.

No entanto, em geral, o diagnóstico que causa maiores dificuldades na hora da transmissão é o clínico, porque costuma tratar do quadro geral do paciente, inclusive quando ele é crítico.

Antes da comunicação, é prudente que seja feita uma avaliação do estado emocional do paciente no intuito de identificar se será benéfico ou não que o diagnóstico seja transmitido por um familiar ou representante legal, em vez de um profissional. 

Essa medida, segundo o Código de Ética Médica, pode ser adotada em casos em que há evidências de um possível prejuízo ao paciente por conta de uma comunicação direta, que venha do médico. 

De qualquer forma, a comunicação do diagnóstico não precisa ser exclusiva de um ou outro profissional. O médico, por exemplo, pode solicitar auxílio de outros profissionais, como o psicólogo ou enfermeiro, para transmitir o panorama da situação. Se o paciente permitir que a família tome conhecimento do seu diagnóstico, os profissionais de saúde podem se encarregar da transmissão, caso ele prefira.

Por que é tão desafiador transmitir um diagnóstico complexo?

Porque somos colocados diante das questões que mais afligem a humanidade: a finitude, a fragilidade perante alguns acontecimentos e o desconhecimento sobre os mistérios da vida. É como se todos os nossos medos e angústias fossem colocados em xeque, associados ao fato de que, muitas vezes, não sabemos como lidar com o luto em vida e sofrimento do outro

Existe uma sensação de inadequação, como se fosse desafiador encontrar as palavras certas, agir da maneira correta e, ao mesmo tempo, encontrar meios de compreender os nossos próprios sentimentos diante da condição de saúde de uma pessoa querida.

Nos casos de diagnósticos complexos e críticos, a iminência de um desfecho fatal costuma gerar uma sensação de impotência e inconformismo, relacionada ao medo de perder o familiar. 

Por isso, quem passa por esse tipo de situação precisa trabalhar o autoconhecimento para entender melhor suas próprias emoções e, assim, colaborar para que o paciente enxergue sua condição de saúde da melhor forma possível.

Por que o paciente deve saber a verdade sobre o seu diagnóstico?

Em primeiro lugar, porque é seu direito garantido pela Lei 8.080/90, que orienta, em seu capítulo sobre os princípios e diretrizes para os serviços de saúde no Brasil, que todas as pessoas assistidas devem ser informadas sobre seu estado de saúde.

Além disso, colocar o paciente a par de tudo o que está acontecendo em seu quadro clínico possibilita que ele seja um aliado no seu próprio tratamento — o que é bastante importante.

Vamos ver os principais benefícios de contar a verdade sobre o diagnóstico ao familiar enfermo.

Envolvimento no próprio tratamento

Depois de compreender todas as nuances do seu diagnóstico, o paciente tem mais recursos para ajudar a decidir quais são as melhores alternativas para o seu tratamento. Em conjunto com o médico e com todos os outros profissionais envolvidos, ele pode encontrar as opções que mais se adequam à sua realidade de vida

Além disso, o paciente pode participar da elaboração de rotinas de autocuidado, das estratégias para melhorar sua qualidade de vida, se comprometer com os tratamentos propostos, inclusive medicamentosos, e com a regularidade de comparecimento às consultas médicas.

Reconhecimento das mudanças no corpo

Diversas condições de saúde trazem algumas limitações físicas e mudanças do estado emocional, que demandam adaptações nas rotinas diárias.

Por isso, quando o paciente sabe das especificidades do seu diagnóstico, é capaz de providenciar modificações em seu cotidiano que possibilitem, por exemplo, a prática de exercícios físicos, um acompanhamento psicológico e uma série de outros cuidados que vão favorecer o seu tratamento.

Planejamentos sucessórios e providências para casos extremos 

Em algumas situações, o prognóstico pode não ser favorável. É o caso, por exemplo, de condições de saúde graves, que têm uma ação degenerativa e debilitante a curto prazo, e com as quais os procedimentos médicos não têm tanto efeito. 

Mesmo nesses casos, o paciente deve ser informado sobre o seu diagnóstico. Essa comunicação traz a oportunidade de que ele possa resolver algumas questões importantes, como acionar o seguro de vida, fazer algo que tenha vontade, se for possível, cuidar do seu planejamento sucessório, da elaboração de testamentos ou doação em vida.

Essa possibilidade de se preparar diante de uma situação inevitável traz uma pouco de conforto e tranquilidade à pessoa.

O que fazer para transmitir um diagnóstico delicado?

Se a incumbência de transmitir um diagnóstico delicado foi dada a você, é provável que esteja se perguntando como fazer essa comunicação de maneira empática, humana e, ainda assim, de forma realista e objetiva. 

Como essa tarefa é desafiadora, inclusive para os profissionais, existem protocolos que foram elaborados especificamente para nortear essa ação. O protocolo mais utilizado é chamado de SPIKES, e tem por objetivo orientar a transmissão de más notícias.

Apesar de não existir uma regra na hora de comunicar um diagnóstico crítico, existem alguns caminhos baseados nesse protocolo que podem ajudar. Veja só:  

        Faça uma autoanálise sobre como você se sente diante desse cenário para se preparar melhor;

        Avalie o estado emocional da pessoa, o que ela pensa sobre sua própria condição de saúde e os seus sentimentos sobre a situação;

        Escolha um momento adequado para comunicar o diagnóstico sem interrupções;

        Transmita o diagnóstico com delicadeza, em linguagem acessível e aos poucos, para que a pessoa possa processar as informações; 

        Evite o uso de frases fatalistas e negativas, focando nas possibilidades de tratamento;

        Para os prognósticos desfavoráveis, dê ênfase às medidas existentes para alívio de sintomas, que trarão o máximo de bem-estar possível;

        Acolha as emoções que surgirem após a comunicação e dê espaço para que a pessoa se expresse, sem minimizar ou aumentar a situação, nem exigir positivismo excessivo.

Transmitir um diagnóstico a um familiar, principalmente para os casos mais delicados, exige muito cuidado e sensibilidade por parte do comunicador. Afinal, essa tarefa mobiliza muitos sentimentos, angústias e ansiedades em quem comunica, além de impactar diretamente na vida da pessoa enferma.

Contudo, como vimos, é de extrema importância que o paciente tome conhecimento de todas as questões relacionadas à sua condição de saúde, tanto para preservar os seus direitos quanto para engajá-lo em seu próprio tratamento e aumentar as chances de que viva com qualidade de vida.

Conteúdo revisado pela Equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas. 

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