Setembro é o mês de prevenção ao suicídio. Esse problema ainda é um grande desafio porque as causas que levam a ele são as mais variadas. Isso faz com que o grupo de pessoas que tiram a própria vida seja muito heterogêneo.
Sendo assim, para
os especialistas em prevenção ao suicídio, torna-se difícil compreender as
influências ou as causas que precedem o ato. Elas são multifacetadas e muito
complexas, além de combinadas com experiências individuais e uma série de
fatores de risco, como culturais, sociais, genéticos e psicológicos.
Por isso, esse tema deve ser debatido entre pessoas de todas as classes sociais e nos mais diferentes ambientes, inclusive empresas. Assim, podemos adotar ações para fazer a prevenção de uma forma eficaz. Neste artigo, conversaremos um pouco sobre o assunto. Continue com a gente!
Qual é a importância da prevenção ao suicídio?
Você viu que a
prevenção ao suicídio é um processo desafiador por causa das características
multifacetadas do problema. Portanto, é preciso debater esse tema para que as
pessoas estejam bem-informadas sobre ele e para que o preconceito seja
desconstruído.
Como o suicídio
apresenta aspectos individuais, a prevenção deve ser feita por meio da
conscientização. Assim, a sociedade compreende melhor o que pode levar a esse
ato, inclusive, para conseguir identificar os comportamentos suicidas e
oferecer ajuda a quem precisa.
Como esse assunto
ainda é muito estigmatizado, quem está vivenciando um problema nem sempre
consegue encontrar uma oportunidade para buscar apoio. Logo, o mês de prevenção
ao suicídio é muito importante justamente para trabalhar esses dois lados da
moeda.
Ele faz com que as pessoas compreendam que o suicídio não é um ato de covardia, como alguns ainda acreditam. Ao mesmo tempo, mostra para quem precisa de ajuda quais são os caminhos para conseguir esse apoio e superar os problemas, evitando o ato de desespero.
O impacto do suicídio na sociedade
A prevenção ao
suicídio é um movimento fundamental no mundo inteiro. De acordo com o
Ministério da Saúde, todos os anos, 800 mil mortes acontecem porque pessoas tiraram a própria
vida. Isso caracteriza um suicídio a cada 40 segundos, o que faz desse mal uma
das 20 principais causas de óbito entre pessoas todas as idades.
Porém, o suicida
não é o único prejudicado. Cerca de 135 pessoas têm sofrimento ou luto devido ao suicídio, ou são afetadas de alguma forma
por um único ato suicida. Portanto, 108 milhões de indivíduos são atingidos
todos os anos ao redor do mundo.
Suicídio no brasil e suas principais causas
O mês de prevenção
ao suicídio, assim como todo o trabalho realizado ao longo do ano inteiro, é
fundamental para a população brasileira. Isso porque o nosso país também tem
números significativos que precisam de atenção.
Ainda de acordo com
o Ministério da Saúde, todos os anos, são registrados 12 mil suicídios, o que
leva a cerca de 33 por dia em nosso país. A maioria dos casos (96,8%) tem
relação com transtornos mentais. A depressão é a primeira da lista, sendo o principal motivo para as pessoas tirarem a própria vida. Logo em
seguida está o transtorno bipolar e o abuso de algumas substâncias.
Vale ressaltar que
pessoas mais jovens também são afetadas por esse problema. Na população entre
15 e 29 anos, o ato suicida está entre as três principais causas de morte no
mundo inteiro.
Quais são as formas de prevenção ao suicídio?
O primeiro passo para realizar a prevenção ao suicídio é fazer com que o bem-estar e a saúde mental sejam prioridades. É fundamental buscar uma vida mais equilibrada, que evite as doenças e os transtornos mentais. Além dessa ação básica, existem ainda outras formas de prevenir o problema. Veja a seguir quais são elas.
Conversar sobre o tema
Debater sobre esse
tema não incentiva o ato suicida, pelo contrário, mostra para as pessoas que
estão com problemas que existe uma saída e que elas não estão sozinhas.
Mais uma vez
reconhecemos a importância do Setembro Amarelo para levar informação, conscientização e
quebrar tabus e preconceitos. Aderir às campanhas e auxiliar o movimento é um
excelente caminho para colocar o tema em evidência.
Reconhecer o comportamento suicida
Quando uma pessoa
tem tendência para o suicídio, ou está com ideação suicida, é possível
reconhecer alguns comportamentos típicos, como:
- apresentar alterações de humor extremas;
- nutrir sentimento de vingança ou de raiva em excesso;
- ter excesso de culpa ou de vergonha;
- falar sobre morte;
- dizer que sente vontade de desaparecer;
- afirmar que a vida não vale a pena;
- expressar o desejo de morrer ou de sumir;
- praticar o desapego em relação a bens materiais;
- ter atitudes perigosas ou irresponsáveis;
- abusar de álcool e drogas;
- fazer mudanças significativas na rotina;
- abandonar atividades prazerosas;
- apresentar isolamento social;
- ter falta de autoestima;
- alimentar visão negativa em relação à vida e ao futuro;
- ter sentimento de desesperança.
Saber acolher a pessoa
Ao identificar
esses comportamentos, é fundamental saber como acolher a pessoa. A postura
nesse momento deve ser medida com cautela para demonstrar apoio e acolhimento.
Mostre respeito pelo sentimento do outro, escute com atenção suas dores e
demonstre interesse em ajudar.
O Ministério da
Saúde lançou um manual de prevenção ao suicídio. Ele é voltado para
profissionais que atuam em equipes de saúde mental, mas traz informações
importantes sobre como ajudar uma pessoa em risco. Inclusive, ensina a maneira
correta de se comunicar com ela.
Centro de valorização da vida
É interessante
saber, também, que existe um número de prevenção ao suicídio. Basta discar 188
para conversar com o Centro de Valorização da Vida (CVV). Ele realiza um
trabalho de apoio emocional gratuito para aqueles que precisam conversar ou
desabafar. Tudo ocorre com muito sigilo e o suporte fica disponível por
telefone, chat, e-mail e VoIP (ligações a partir de um smartphone, computador,
tablet ou outro dispositivo conectado à Internet) 24 horas por dia.
Oferecer e procurar ajuda
Uma vez que a
pessoa deu abertura para você se aproximar, esteja à disposição para buscar
ajuda, ou seja, apoiar o tratamento para combater o problema de base. Caso você
não consiga resolver a questão por conta própria, procure o aconselhamento de especialistas. Assim, saberá como lidar
com a situação da melhor maneira possível.
Como abordar o tema em empresas?
O debate sobre
saúde mental precisa ser constante nas empresas. Oferecer bem-estar e qualidade
de vida para os trabalhadores também é uma forma de prevenção ao suicídio. É
possível conversar sobre isso no diálogo diário ou semanal de segurança e
saúde.
Mas o tema pode ser
abordado de uma maneira muito mais intensa em setembro, o mês de prevenção ao
suicídio, acompanhando as campanhas que acontecem no Brasil inteiro. É
interessante convidar especialistas para fazerem palestras, dinâmicas e outros
eventos.
Também vale criar
rodas de discussão para abordar o tema e falar sobre saúde mental, inclusive,
explicando a relação que o suicídio tem com os transtornos mentais e
emocionais. O assunto precisa ser abordado de forma clara e aberta.
Ao mesmo tempo, é
importante associar com outras ações, como suporte psicológico, ouvidoria
interna e divulgação do CVV e de outros centos e unidades de apoio para quem
precisar de ajuda.
Oferecer suporte
para as pessoas que demonstram comportamento suicida é fundamental para
proteger a vida. Mas a prevenção ao suicídio precisa começar muito antes, por
meio de um cuidado adequado com a saúde mental. Assim, evitamos, dentro das
empresas e na vida pessoal, os fatores que podem levar a esse ato.
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Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.