Muito se fala sobre os meios para termos mais saúde no corpo, certo? Dormir bem, praticar atividades físicas, ter uma alimentação adequada, entre outras dicas. No entanto, é importante ressaltar também toda a relevância desses cuidados para a saúde mental das pessoas. E mais: é importante falarmos sobre saúde mental!
Questões envolvendo o emocional, como é o caso do estresse pós-traumático (TEPT), são comumente negligenciadas pela mídia, o que acaba gerando desinformação, preconceito e muitas dúvidas.
Pensando nisso, preparamos um conteúdo para
falar sobre os sintomas do estresse pós-traumático, além de contextualizar esse
transtorno e trazer dicas para que você possa se cuidar ou ajudar alguém que
esteja passando por isso no momento. Continue a leitura e tire as suas dúvidas!
O que é estresse
pós-traumático?
Analisar o nome desse transtorno já é um bom ponto de partida para começar a entendê-lo. É possível perceber que estamos frente a uma situação em que há estresse após a ocorrência de um trauma.
O estresse é uma reação natural do nosso corpo, que acontece quando estamos enfrentando uma situação perigosa. Nesse caso, o cérebro libera substâncias que nos fazem ficar mais alertas, correr mais rápido, etc.
No entanto, o problema existe quando esse tipo de reação acontece o tempo inteiro (estresse crônico) ou sem uma real situação de perigo. Esse último caso é o que ocorre no estresse pós-traumático.
Aqui, a pessoa afetada acaba vivenciando
crises que remetem a um trauma, vivendo em situação de estresse quase
constante. É um sofrimento psicológico bem intenso, especialmente porque nem
sempre é possível prever quando as crises vão acontecer.
Quanto tempo dura o transtorno
de estresse pós-traumático?
Depende. Em boa parte dos casos, os episódios duram cerca de um mês e diminuem com a implementação do tratamento. No entanto, há casos que podem chegar a 6 meses de duração ou até mesmo ultrapassar essa média.
Há casos de TEPT que duram anos e, para
outras pessoas, a vida toda. Esses são chamados de TEPT crônico e demandam
acompanhamento profissional vitalício, a fim de ajudar o paciente a conviver
com a situação sem que isso afete a sua qualidade de vida.
Quais são os sintomas do
estresse pós-traumático?
Confira, agora, alguns dos principais
sintomas do estresse pós-traumático:
●
persistência de memórias
indesejadas, especialmente dolorosas e que causam sofrimento emocional;
●
isolamento social;
●
esquiva de situações que
relembrem o trauma vivido;
●
problemas de memória;
●
alterações de humor;
●
choro fácil;
●
dificuldade para dormir;
●
pesadelos;
●
alterações no apetite (aumento ou diminuição);
●
perda ou ganho de peso;
●
entre outros.
Vale a pena ressaltar que os sintomas podem variar muito de uma pessoa para a outra. É possível que alguém apresente todos os sinais acima, enquanto outro indivíduo pode demonstrar apenas alguns deles.
Por isso, é fundamental que o paciente seja
avaliado por um profissional competente, que poderá analisar os sintomas e até
mesmo solicitar exames, a fim de chegar a um diagnóstico preciso.
O que o estresse
pós-traumático pode causar?
O transtorno de estresse pós-traumático é um problema que gera muitas consequências para a vida da pessoa afetada. Muitas vezes, as crises vêm sem aviso, o que pode deixar os indivíduos inseguros e temerosos de enfrentá-las em público.
Além disso, há os casos de esquiva, que fazem com que as pessoas afetadas pelo transtorno evitem certas situações em seu cotidiano. Assim, podem perder oportunidades e ter dificuldade em se relacionar em sociedade.
Por fim, existem os efeitos nocivos do TEPT
para a saúde, já que ele prejudica o sono e outras questões do dia a dia, como
a alimentação. Como consequência, a pessoa pode ter reações físicas, com o
comprometimento do bem-estar do organismo.
Quais são os tipos de estresse
pós-traumático?
O estresse pós-traumático pode ser dividido
em alguns tipos. Eles são:
●
agudo: ocorre como uma resposta
normal a um evento traumático. É classificado como de curto prazo pois, em
geral, as emoções e o corpo voltam ao estado normal relativamente rápido;
●
agudo episódico: ocorre quando
o estresse agudo acontece com frequência. Também pode acontecer devido às
constantes situações de alto estresse vivenciadas. Nesse tipo, não há tempo
para voltar a um estado relaxado e calmo, pois os efeitos das tensões agudas de
alta frequência se acumulam;
●
descomplicado: é a forma mais leve do problema,
sendo facilmente tratada, e está normalmente associada a perdas de membros da família, problemas no
trabalho e outros;
●
complexo: é um tipo mais elaborado de
transtorno de estresse pós-traumático, estando associado a traumas também mais
complexos, como abusos, exposição a guerras e outros;
●
comórbido: está relacionado ao
TEPT de um indivíduo que lida com outros problemas de origem psicológica, ou
seja, é uma comorbidade;
●
crônico: esse é o resultado de
estressores que continuam por um longo período de tempo, parecendo
interminável.
Como tratar o estresse
pós-traumático?
Psicoterapia
A psicoterapia é uma das formas mais eficientes de trabalhar o transtorno do estresse pós-traumático. Aqui, o paciente vai se encontrar com um psicólogo e buscar estratégias para lidar com o estresse e com o mundo a sua volta.
A terapia de exposição é um bom exemplo
utilizado nas sessões. Aqui, o objetivo é expor o paciente ao seu trauma em um
ambiente seguro e controlado, a fim de identificar as melhores maneiras de
ajudá-lo a lidar com a situação.
Medicação
O uso de medicamentos também é muito bem-vindo nesse tipo
de tratamento. Remédios para ajudar com o sono, alterações de humor, aumento da
ansiedade e controle das crises podem ser usados.
Mudanças no estilo de vida
Por fim, voltamos ao assunto que abordamos no comecinho da nossa conversa. As mudanças no estilo de vida são muito úteis para ajudar pacientes com transtorno de estresse pós-traumático, pois permitem que o organismo e a mente fiquem mais equilibrados.
Boas mudanças são a implementação de uma rotina com hora para dormir e acordar, além da prática de atividades físicas frequentes. Outra dica envolve a escolha de um hobby que possa distrair e, por vezes, ajudar na reintegração dessa pessoa em uma rotina em sociedade.
Como podemos ver, os sintomas do estresse pós-traumático podem prejudicar muito a qualidade de vida de quem convive com o transtorno. Portanto, o tratamento é a melhor saída para aliviar esses sinais e fazer com que os pacientes fiquem mais equilibrados e seguros, podendo aproveitar o dia a dia com mais plenitude.
Gostou do conteúdo? Então, que tal aproveitar e se cadastrar na nossa newsletter? Assim, você contribui para o seu autoconhecimento e e se mantém informada com conteúdos de qualidade!
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.