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Alimentação na gravidez: o que muda na rotina alimentar das gestantes?

Viver com Saúde

Alimentação na gravidez: o que muda na rotina alimentar das gestantes?

Uma dieta balanceada é fundamental em qualquer fase da vida, mas não podemos negar que a alimentação na gravidez pede atenção em dobro. Afinal, a mulher precisa nutrir não apenas a si mesma, como também um novo ser humano que está sendo formado.

Para isso, ele vai precisar da ação poderosa de legumes, frutas e verduras. Sem esse cuidado, a mãe põe em risco a sua saúde — podendo desenvolver diabetes gestacional ou pré-eclâmpsia — e a de seu filho.

Neste artigo, vamos explicar melhor a importância de manter uma alimentação adequada durante e após a gestação. Isso porque, quando chega a hora de amamentar, o organismo feminino é ainda mais exigido. Confira nos próximos tópicos!

Qual a importância da boa alimentação na gravidez?

Uma dieta rica em hortaliças, grãos, frutas e peixes traz benefícios até mesmo antes de o bebê ser gerado. Ela fortalece o corpo de quem consome e melhora a qualidade dos óvulos e espermatozoides (no caso do homem).

A Organização das Nações Unidas (ONU) aconselha que os cuidados com a mulher devem começar até três meses antes de gerar, isto é, quando os casais estão se preparando para engravidar. A alimentação age como uma influência ambiental, impactando na expressão genética e elevando ou reduzindo a propensão de doenças no futuro.

Segundo outro órgão americano, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, manter um padrão alimentar equilibrado é a principal medida para prevenir a ocorrência de problemas gestacionais. É o caso de diabetes, hipertensão e até o parto prematuro.

Portanto, não significa que a mãe deve se privar de comer o que gosta nem de seguir propostas restritivas, mas que precisa priorizar a nutrição do seu corpo e do bebê. Para isso, devem ser levadas em consideração as necessidades do momento.

Recorrer a práticas alimentares mais saudáveis é uma maneira de driblar a ansiedade que acompanha muitas mulheres nessa fase. Em especial, aquelas que estão tentando conceber há mais tempo ou que já sofreram perda gestacional.

Ingerindo bons alimentos, elas vão fazer a sua parte para suprir a necessidade nutricional de seus bebês, contribuindo para que eles se desenvolvam bem.

Como a nutrição da mãe afeta a saúde dela e do bebê?

Para quem está gerando um filho, é possível que os nove meses passem lentamente. Mas se considerarmos que um novo ser humano está sendo formado, sistema por sistema, e que ele nasce em perfeitas condições para progredir nesse desenvolvimento, adquirindo habilidades sociais e motoras, parece pouco tempo, não é?

Os primeiros dois anos de vida de uma pessoa são fortemente influenciados por seus cuidadores. É nesse período que eles aprendem a se comunicar, andar e raciocinar. No entanto, para esse progresso acontecer do lado de fora, quando ele estiver em formação, ou seja, do lado de dentro, o ambiente propiciado deve ser o melhor possível.

Isso significa que os nutrientes devem ser fornecidos na medida certa. Aqueles que a alimentação não for capaz de suprir devem ser suplementados. Aliado a isso, a mãe deve conversar com o obstetra sobre qual atividade física é mais indicada, considerando seus hábitos de vida e tempo disponível. Uma simples caminhada diariamente faz a diferença.

Se a mãe já é adepta de esportes, como musculação ou pilates, é interessante alinhar com o especialista que acompanha seu pré-natal se pode prosseguir e quais cuidados tomar. Ainda que a orientação de não fazer atividades físicas na gravidez seja um mito, quando se trata de uma gestação de risco, a atenção é redobrada e as precauções, específicas.

Como a alimentação pode ajudar na prevenção de doenças relacionadas à gestação?

Na genética, existe uma subárea denominada epigenética. Ela estuda como o meio ambiente impacta em nosso código de genes. Nas últimas décadas, com o boom dos alimentos ultraprocessados, os genes ruins estão sendo mais estimulados.

Na prática, isso é representado pelo aumento de casos de obesidade, doenças vasculares e diabetes, que estão fazendo vítimas cada vez mais jovens.

Os itens processados ganham esse nome devido ao seu processo de fabricação. Seu custo é menor, são mais práticos para consumir e foram os favoritos durante o período de isolamento social.

Mas proporcional a essa facilidade, são os malefícios que proporcionam. Em uma gestação, sua ingestão compromete a formação do feto e o desenvolvimento do bebê.

Quando a mãe capricha no consumo de fibras, por exemplo, ela está ajudando a moderar os níveis de glicose no sangue, afastando uma possível diabetes gestacional. Fazendo isso, ela evita que o crescimento e o peso de seu filho sejam desproporcionais, além de ser menos propensa a ser diagnosticada com um quadro de diabetes 2 no futuro.

Quais os principais mitos e verdades sobre alimentação nessa fase?

Não é preciso estar grávida para ter escutado as afirmações que listaremos a seguir. Ainda assim, é importante conhecê-las e desmitificá-las para não perpetuar informações enganosas, bem como evitar fazer terrorismo com mulheres que já estão em uma fase tão delicada.

O conhecimento sempre ajuda! Veja abaixo quais são os mitos mais comuns relacionados à alimentação na gravidez.

Comer por dois

Toda gestante tem sua própria necessidade nutricional, com base em seu peso atual e em suas respectivas restrições. Porém, é seguro afirmar que, mesmo gerando um novo ser humano, não há necessidade nem comprovação científica para que precise comer o dobro. Pelo contrário.

Essa prática causaria um sobrepeso, que deve ser evitado a todo custo na gravidez. Além de prejudicar a mobilidade, o ganho de peso deve ser moderado nesse período, sem ultrapassar os 10 kg (uma média de 1 kg por mês). O que deve aumentar é o consumo de vitaminas, nutrientes e minerais.

Alívio dos enjoos

A reclamação mais frequente do primeiro trimestre de gravidez são eles: os enjoos. Para combatê-los, a dica de “cheirar um limão” provavelmente não vai surtir efeito.

Mas isso muda se, ao invés de sentir o aroma, você ingeri-lo com gengibre. Esse último causa relaxamento no trato gastrointestinal, enquanto o primeiro, por ser ácido, diminui a salivação e a sensação de boca seca. Lembre-se de que o consumo deve ser moderado!

Café: pode ou não pode?

Desconfie de extremismos! Mulheres grávidas podem, sim, tomar seu cafezinho, desde que sejam doses pequenas (no máximo duas) e, se possível, não sejam diárias. Remover a bebida do cardápio de quem o consome no dia a dia pode causar dor de cabeça e mal-estar. Portanto, ainda que haja recomendação, deve-se tirar as doses aos poucos.

Desejos inusitados

Quem nunca ouviu uma história engraçada sobre os desejos culinários que uma mulher teve na gestação? Por serem esquisitos em maioria, alguns podem acreditar que sejam um mito — mas não são. Esse acontecimento está relacionado à sabedoria do próprio corpo humano.

Uma gestante carente de vitamina C, por exemplo, pode acabar sentindo vontade de comer morangos (ainda que com algum acompanhamento). É assim que o organismo manifesta alguma carência e dá a oportunidade de supri-la, ajudando a mãe e o bebê. Mas a parte de que, se o desejo for negado, a criança nasce com a cara do tal desejo, é brincadeira, ok?

Consumo de álcool

Diferentemente da cafeína — que, vale citar, não está presente apenas no café, mas também em refrigerantes de cola e alguns tipos de chás —, o álcool é, de fato, proibido durante a gestação. Além de causar problemas na formação do feto, a ingestão da substância pode influenciar em seu futuro, causando sensibilidade ou tolerância excessiva.

Durante a amamentação, a restrição não é absoluta, mas deve-se ingerir bebidas alcóolicas com bastante cautela, respeitando um intervalo de tempo necessário entre o consumo e a próxima mamada do bebê. Há, ainda, a possibilidade de armazenar leite, deixando a mãe mais flexível para relaxar com um bom vinho.

Dieta sem leite

O consumo de leite e seus derivados, como iogurte e queijos, é liberado, salvo para as mamães que possuem intolerância a lactose. Para aquelas que têm histórico de APLV (alergia à proteína do leite), também não é recomendado. Entretanto, não precisa se preocupar quanto ao consumo de cálcio: a natureza tem inúmeros substitutos (até mais saudáveis!).

Sem o consumo ideal (o equivalente a 1.200mg por dia), o feto vai suprir sua necessidade "roubando" a substância dos ossos e dentes da mãe, favorecendo o aparecimento de uma osteoporose no futuro. Por isso, inclua o cálcio na sua dieta através de alimentos como aveia, grão de bico, brócolis, amêndoas, gergelim e couve.

Quais são os cuidados ao longo de cada trimestre?

Sabemos que os primeiros três meses são decisivos, pois é quando o feto está em seu estado mais delicado. O que não significa que nos trimestres seguintes a mãe possa se descuidar. Entenda melhor como proceder em relação à alimentação em cada fase gestacional!

Primeiro trimestre

O sistema neurológico é o mais importante de todo o organismo, pois é o responsável por direcionar o que acontece em todo o resto. Portanto, no primeiro trimestre, a mulher precisa consumir aquilo que vai ajudá-lo a se desenvolver da melhor forma.

Alimentos ricos em ácido fólico, como os vegetais de folhas verde-escuras (brócolis, rúcula, couve, entre outros) e cereais integrais (como aveia e arroz integral) são excelentes fontes desse componente, também conhecido como vitamina B9.

Segundo trimestre

Nos três meses intermediários, a grávida deve incrementar o cardápio com itens fontes de magnésio, vitamina C e ferro. O magnésio previne a hipertensão gestacional, aliviando a fadiga tão comum nesse período, e ajuda na formação dos tecidos do bebê. A substância está presente no abacate, na banana e em ervilhas.

Já a vitamina C está presente na goiaba, na acerola e na laranja, representando uma ótima aliada para fortalecer o sistema imune, auxiliando a absorção do ferro. Por último, esse nutriente essencial previne a anemia e é indispensável para oxigenar o sangue e produzir hemoglobina. É encontrado nos ovos, no feijão e no grão de bico.

Terceiro trimestre

No trimestre final, o bebê já está praticamente formado, restando apenas crescer e ganhar peso. Assim, o que sua mãe mais precisa é consumir cálcio, para fortalecer seus ossos, e ômega 3, presente nos pescados e vital para o sistema neurológico. Outra dica: ele auxilia a prevenir a depressão pós-parto!

Quais os cuidados durante a amamentação?

O neném nasceu, e agora? Ainda que a rotina exija semanas de adaptação e ajuste, a mulher deve manter a alimentação saudável nessa fase, que é tão importante quanto a gestação. Afinal, seu corpo está produzindo o alimento do filho e, quanto mais nutrientes tiver, mais será repassado.

O consumo de 2 a 3 litros de água mantém o organismo hidratado e apto para produzir mais leite, principalmente nos três primeiros meses de lactação, quando o corpo ainda está ajustando a produção.

Além disso, recomenda-se a ingestão de bastante proteína, iodo, selênio, zinco, ômega 3 e as vitaminas A, C, E, B6 e B12. Saiba onde encontrar cada uma delas:

        proteínas: carnes, ovos, peixes, amêndoas, leite e derivados;

        iodo: peixes de água salgada, como atum, bacalhau e camarão;

        zinco: frutos do mar, grãos integrais e sementes;

        ômega 3: sementes, oleaginosas e peixes;

        vitamina A: fígado, manga, ovos e mamão;

        vitamina C: morango, kiwi e caju;

        vitamina E: pera, abacate e oleaginosas;

        vitamina B6: uva, arroz e couve-flor;

        vitamina B12: leite e derivados, mariscos e ovos.

O que não é recomendado?

Agora que já falamos sobre o que é indicado, cabe reforçar quais alimentos e hábitos riscar definitivamente da rotina durante o período gestacional. Começamos pelo uso de álcool e drogas.

Como destacamos, a ingestão de bebida alcoólica na gravidez é a principal causadora de más formações fetais, podendo causar aborto e complicações durante o parto.

Já as drogas, como maconha e cocaína, são tão prejudiciais quanto. Elas atravessam a placenta, afetam o desenvolvimento psicoafetivo e causam retardamento intelectual e até abstinência da substância no recém-nascido.

O consumo de café e chocolate — antes considerados vilões pela possibilidade de causar cólicas e desconfortos no bebê — não é proibido. A única ressalva é em relação à quantidade, pois o excesso de cafeína tende a influenciar no sono da mãe e da criança. Quanto ao chocolate, o ideal é priorizar as versões com maior índice de cacau, se possível a partir de 70%.

A alimentação na gravidez deve priorizar o bem-estar de mãe e filho, pois, fazendo um, estará automaticamente fazendo o outro. Assim, é possível contribuir para uma boa formação do bebê e melhorar a sua qualidade de vida e disposição, em uma fase que exige tanto de sua saúde física e mental. Vale ressaltar que um acompanhamento ou orientação nutricional é essencial.

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Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas. 

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