Diversos fatores influenciam na saúde dos recém-nascidos, e um dos mais importantes é a idade gestacional. No Brasil, a cada 10 crianças nascidas, uma delas nasce antes do período ideal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um bebê prematuro é aquele que nasce antes das 37 semanas completas de gestação (ou antes de completar 9 meses).
Esses casos exigem ainda mais cuidado. Mães e pais precisam de direcionamentos específicos para driblar as ameaças externas, que dobram nessa condição. Neste post, apontamos quais são as principais medidas para cuidar do bebê prematuro. Acompanhe!
O que classifica um bebê prematuro?
Em média, uma gestação normal vai até as 40 semanas, mas a OMS determina que, a partir das 37, o bebê já está pronto e não é mais considerado prematuro. Ao nascer antes do tempo previsto, o bebê pode se encaixar em uma destas faixas:
● prematuro extremo, quando tem menos de 28 semanas;
● muito prematuro, quando tem entre 28 e 31 semanas;
● moderado, quando tem entre 32 e 36 semanas.
Quanto mais tarde o bebê nascer, maior é a probabilidade de recuperação nas instalações neonatais, para que ele possa finalizar sua formação.
Quais são as principais causas de um parto prematuro?
A gestação é um período delicado para qualquer mulher. Gerar uma vida demanda o dobro do organismo, exigindo alguns cuidados — principalmente em relação aos hábitos de vida. Quando isso é ignorado, uma das consequências possíveis é a prematuridade. Veja as principais causas a seguir.
Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma doença gestacional que pode aparecer no segundo trimestre da gravidez. Ela é caracterizada pela pressão arterial a partir de 14x9. A gestante com pré-eclâmpsia se torna hipertensa e passa a perder proteína pela urina. Trata-se de uma condição de alto risco, tanto para a mãe quanto para o bebê.
Ter uma alimentação saudável é a melhor forma de prevenir esse mal, principalmente nos primeiros meses, que são cruciais para a formação fetal. Fazer o pré-natal corretamente e medir a pressão arterial diariamente são ações que ajudam a evitar o problema.
Descolamento da placenta
Esse descolamento consiste no desprendimento prematuro da superfície do órgão com o útero da mulher. Trata-se de um problema grave, que pode levar à morte materna e fetal, e uma indicação absoluta de cesariana. Ele é diagnosticado por ultrassom, também no segundo trimestre, e demanda repouso da gestante.
Nos casos de descolamento, além de o bebê nascer prematuro, há riscos de que nasça com baixo peso e apresente sequelas em seu desenvolvimento. Infelizmente, não há como prevenir esse problema.
Um ponto de atenção: ao ingerir bebidas alcoólicas ou fumar durante a gestação, a mãe aumenta as chances de ter um descolamento de placenta.
Gravidez múltipla
Cerca de 30% das gestantes de gêmeos entram em trabalho de parto antes do tempo devido. Em caso de trigêmeos ou quadrigêmeos, esse número mais que dobra.
Nessas gestações, problemas como a diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia são mais comuns, assim como a anemia — pois fragilizam ainda mais o organismo feminino, dada a demanda para a formação fetal.
No trimestre final, é comum que a mulher ande e respire com mais dificuldade, já que o peso é consideravelmente maior, e o sistema circulatório é sobrecarregado. Na gravidez múltipla, a partir das 28 semanas, é necessário cuidado e supervisão dobrada, e o acompanhamento médico é indispensável.
Quais são as possíveis complicações?
Os meses de gravidez são fundamentais para que o feto se desenvolva. A prematuridade quebra esse ciclo, portanto, é normal que o bebê nasça com algumas deficiências, ou seja, com sistemas e órgãos que ainda não estão prontos para funcionar totalmente. As complicações acontecem no cérebro, no sistema imunológico e no aparelho digestivo, principalmente.
No cérebro
A região que controla a respiração pode não ter sido 100% desenvolvida, por isso, o bebê pode nascer com dificuldade para respirar ou para fazê-lo enquanto se alimenta, não sabendo como coordenar as atividades. Há, também, chances maiores de hemorragia cerebral.
No sistema imunológico
Os bebês se beneficiam dos anticorpos da mãe, principalmente através do leite materno. Quando vêm ao mundo prematuros, o sistema imune ainda está se aprimorando, e isso os deixam mais propensos a se contaminar.
No aparelho digestivo
Bebês prematuros apresentam mais episódios de regurgitação e têm mais dificuldade para se alimentar, visto que seu trato intestinal é bem mais lento, prejudicando a digestão do leite materno ou da fórmula láctea.
Quais cuidados devem ser tomados com um bebê prematuro?
Uma vez fora do útero e da neonatal, o bebê está pronto para ir para casa. Ao nascer prematuro, os pais precisam redobrar os cuidados para mantê-lo seguro e facilitar seu desenvolvimento. É um momento que demanda muito amor e paciência. Lembre-se que é uma fase e vai passar! Enquanto isso, aplique as recomendações a seguir.
1. Evite lugares fechados e aglomerações
Viver uma pandemia já é motivo suficiente para evitar aglomerações, em função dos riscos de contaminação — se é perigoso para adultos, imagine para um ser humano que acabou de chegar!
Se possível, fique em casa. Tenha em mente que o sistema imune do recém-nascido ainda está se aperfeiçoando e não está pronto para lidar com infecções.
2. Limite o contato com pessoas com infecções respiratórias
As primeiras semanas de um bebê prematuro em casa são desafiadoras. Limite não apenas o contato com pessoas doentes, mas com as pessoas de modo geral — mesmo que sejam parentes.
É um momento delicado e a família está passando por uma fase de adaptação. Respeite essa fase e aproveite os primeiros dias a sós. É um meio de fortalecer os laços entre vocês e proteger o bebê contra ameaças.
3. Lave as mãos com frequência
Usamos as mãos em tantas atividades que mal nos lembramos a quantidade de objetos que tocamos — é por isso que devemos higienizá-las com frequência, especialmente antes de tocar no bebê. Utilize um sabonete neutro, de preferência sem fragrância, para reduzir as chances de irritação na pele do recém-nascido.
4. Priorize o aleitamento materno
O leite materno é o alimento mais completo do mundo e a melhor contribuição que uma mãe pode dar a seu filho. Ele ajuda na maturação gastrointestinal e no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças, além de ser uma forma excelente de fortalecer o vínculo entre a mãe e o filho.
Fazer o pré-natal é essencial para prevenir que seu filho seja um bebê prematuro. O ideal é contar com um plano de saúde que lhe dê ampla cobertura de profissionais — como nutricionista e ginecologista — e exames, e esteja à disposição para uma gestação mais tranquila e um parto humanizado.
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Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.