Métodos contraceptivos fazem parte da vida de homens e mulheres. Alguns são definitivos, como a laqueadura e a vasectomia, outros não. Esse é o caso do Dispositivo Intrauterino (DIU). Ele é o método contraceptivo reversível mais comum, escolhido por mais de 160 milhões de usuárias, ficando à frente da pílula anticoncepcional.
A versatilidade e a praticidade do DIU são as principais razões do uso desse método contraceptivo. Antes de optar por ele, no entanto, é importante que a mulher entenda os prós e contras.
Neste post, explicamos como funciona o DIU e se é a melhor opção para você. De antemão, pontuamos que essa recomendação varia de mulher para mulher e considera condições, como seu fluxo menstrual, intensidade das cólicas nesse período, se apresenta alguma doença no sistema reprodutor (como SOP) etc.
Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura!
O que é o DIU?
O DIU é um método contraceptivo que apresenta 99% de eficácia. É um objeto pequeno, que é introduzido no útero por um ginecologista. O procedimento pode ser realizado em ambiente hospitalar, com sedação, ou seja, a paciente não sente nenhum desconforto e já sai de lá com ele.
Esse dispositivo está ganhando cada vez mais adeptas no Brasil, especialmente para quem está vivendo o puerpério e não deseja usar a pílula ou influenciar no ciclo menstrual. Prático, o DIU pode ser inserido até mesmo após o parto.
Assim como qualquer outro método contraceptivo — salvo a camisinha —, o DIU não tem efeito protetor contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Quais são os tipos de DIU?
Há dois tipos de DIU: com e sem hormônio. O que eles têm em comum é a atuação — ambos impedem a fecundação, isto é, inviabilizam o encontro do óvulo com o espermatozoide, e a formação do zigoto.
A partir disso, existem subtipos, com particularidades que apresentam vantagens e desvantagens. Entenda como funciona a classificação.
Hormonal
Nascido na década de 70, na Alemanha, quando já existia a versão não hormonal, o DIU hormonal não teve uma aceitação imediata, mas isso foi mudando com o passar das décadas. Ele impede a passagem dos espermatozoides, tornando a camada do útero mais fina, com ajuda do hormônio progesterona, o que também diminui o fluxo menstrual.
Hoje, o Mirena e o Kyleena — que chegou recentemente ao Brasil — são os dispositivos disponíveis no mercado. O primeiro dura até 5 anos, ajuda no controle de sangramentos vaginais e na reposição hormonal, sendo indicado, principalmente, para mulheres na menopausa (ou na pré-menopausa). O segundo tem a mesma validade e é menor, por isso, é menos desconfortável na introdução. Outra diferença entre eles é a liberação de hormônios: a do Kyleena é menor.
Falando em hormônios, tanto o DIU como a pílula possuem esse princípio ativo. Porém o DIU usa apenas progesterona. E a pílula usa uma combinação de estrogênio e progesterona.
Não hormonal
A versão não hormonal do DIU surgiu no início do século XX, também na Alemanha. Assim como o hormonal, são dois subtipos: de cobre e de prata com cobre. Ambos impedem a fecundação ao alterar a secreção uterina, sem impedir a ovulação. Mas como fazem isso sem hormônios? Simples: através de ação iônica. É ela que torna o útero um ambiente inóspito para o espermatozoide.
O DIU não hormonal não interfere na libido feminina, não causa desconforto durante a relação sexual, mas pode aumentar o fluxo menstrual. O tempo de validade varia de 3 a 10 anos, dependendo do material escolhido.
Qual deles é melhor?
A escolha depende do objetivo da mulher. Apenas na consulta, junto ao especialista, ela pode avaliar qual é a melhor opção, de acordo com suas expectativas e vontades. Antes de bater o martelo, é melhor se informar direitinho sobre como funciona cada versão e optar pela que melhor atende ao seu propósito e lhe proporciona qualidade de vida.
Quais são as vantagens e desvantagens?
Nenhum método contraceptivo é 100% eficiente, mas alguns se sobressaem quando a necessidade é segurança e praticidade. Conheça os prós e contras de usar o DIU.
Praticidade
Uma vez colocado o dispositivo, só é preciso checar anualmente, por meio de um exame de ultrassom, se ele está na posição ideal, isto é, a mesma quando foi inicialmente inserido, o que pode acontecer em uma simples consulta ginecológica.
Diferentemente da pílula — que precisa de uma cartela diferente a cada mês, além da boa memória da usuária. Para removê-lo, é igualmente prático e rápido: basta marcar uma consulta com o ginecologista e retirá-lo.
Tempo
A validade mínima do DIU é de 3 anos. Dependendo do tipo, o dispositivo pode durar até o triplo de disso, sem necessidade de troca. Uma de suas principais vantagens é o tempo que ele permanece cumprindo sua função no sistema reprodutor.
Eficácia
O índice de eficiência do DIU é de 99%. A taxa de falha está entre 0,2 a 0,9 em 100 mulheres observadas por ano. Para quem acha o número relevante, vale lembrar que nem mesmo a laqueadura, um método considerado irreversível, tem eficácia total. O que influencia nisso é o acompanhamento médico, essencial, inclusive, para prevenir infecções.
Custo-benefício
É verdade que a pílula e a camisinha são baratos, mas é preciso estar sempre renovando o estoque. O DIU, não. Sua inserção é disponibilizada tanto por planos de saúde quanto por unidades do SUS (na rede pública, são oferecidos o de cobre e o Mirena).
O DIU custa entre R$ 100 e R$ 400 para as versões não hormonais, e de R$ 800 a R$ 1.200 para as versões hormonais. Isso significa que mesmo que gaste o valor máximo (no caso do não hormonal, que dura, no mínimo, 3 anos), a mensalidade sairia por menos de R$ 12. Já para a versão hormonal, o gasto por mês seria de, em média, R$ 33 (considerando a vida útil de 5 anos).
Aumento do fluxo menstrual
Certos tipos de DIU intensificam o fluxo menstrual, que é incômodo para muitas mulheres. Ao optar pelo DIU não hormonal, é possível investir em coletores e calcinhas absorventes, indicados para quem sangra mais ou por mais tempo.
Desconforto
Há quem considere a introdução do dispositivo desconfortável. Entretanto, para reverter essa desvantagem, é fácil: basta coloca-lo em um hospital, onde é possível ser sedado e passar pelo procedimento rapidamente. Por outro lado, em cerca de 30% das usuárias desse método contraceptivo, há um aumento nas cólicas pré-menstruais.
Efeito imediato
Para as mulheres que escolhem o DIU hormonal, é importante ressaltar que o efeito só é imediato se o procedimento acontecer nos primeiros 7 dias de menstruação. Se não for o caso, não dá para abrir mão do preservativo nesse período. No caso do DIU não hormonal, o efeito começa logo após a introdução. De qualquer forma, é recomendado realizar um ultrassom para confirmar se a posição está correta.
Mesmo sendo simples, a aplicação do Dispositivo Intrauterino deve ser realizada por um profissional. É ele que vai acompanhar, nos meses e anos seguintes, se o objeto continua no mesmo lugar e se está funcionando como deveria. Se puder, conte com um plano de saúde que ofereça cobertura para a inserção do DIU, além da assistência necessária para que você fique tranquila e satisfeita.
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Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.