A fertilização in vitro, também conhecida como FIV é uma técnica de
reprodução assistida muito utilizada por casais que enfrentam dificuldades para
engravidar. Entre os avanços destaca-se o método ROPA, uma inovação que permite
que casais homoafetivos femininos compartilhem a experiência da maternidade de
forma especial.
Este texto mostra o que é e como funciona este método de fertilização.
Leia e entenda todas as suas etapas e quais são os benefícios para os casais
que escolhem essa alternativa.
A FIV é um procedimento médico em que a fertilização do óvulo pelo
espermatozóide ocorre fora do corpo humano, ou seja, em ambiente laboratorial.
Nesse processo, óvulos são
coletados e depois fertilizados, resultando em embriões,
posteriormente transferidos para o útero da mulher que vivenciará a gestação.
Essa técnica é muito recomendada para casos em que há dificuldades de
fertilidade, como obstrução das trompas, baixa qualidade espermática ou
condições médicas específicas, como endometriose.
● Leia
também: Congelamento de
óvulos: um caminho para a preservação da fertilidade
Embora ambas sejam técnicas de reprodução assistida, a FIV e a
inseminação artificial diferem significativamente. Na inseminação artificial,
os espermatozóides são inseridos diretamente no útero durante o período fértil,
dependendo que a fertilização ocorra naturalmente no corpo.
Por outro lado, a fertilização in vitro envolve a fertilização externa,
permitindo maior controle sobre o processo e aumentando bastante as chances de
sucesso.
Para casais homoafetivos formados por duas mulheres, a FIV se torna uma
opção mais inclusiva, permitindo que ambas participem ativamente na gestação
por meio do método ROPA, que exploraremos em mais detalhes a seguir.
O método ROPA, ou Recepção de Óvulos da Parceira, é uma técnica
especialmente voltada para casais
homoafetivos femininos. Nele, uma das parceiras doa os óvulos, enquanto a outra
carrega a gravidez, permitindo que ambas tenham participação biológica na
maternidade.
QUEM PODE SE BENEFICIAR DO MÉTODO ROPA
O método ROPA é indicado para casais homoafetivos femininos em que ambas
as parceiras desejam participar do processo de forma ativa. Isso pode incluir
casos onde uma delas não pode gerar a gravidez, mas deseja contribuir
geneticamente, enquanto a outra se sente pronta para viver a experiência da
gestação.
CONTEXTO LEGAL NO BRASIL
No Brasil, o método ROPA é legal e regulamentado pelo Conselho Federal
de Medicina (CFM). Para realizá-lo, é necessário que o casal seja legalmente
reconhecido em união estável ou casamento civil. Além disso, todas as etapas
devem ser realizadas sob supervisão médica em clínicas especializadas,
garantindo que o processo seja seguro e eficaz.
O método ROPA envolve três etapas principais, cada uma desempenhando um
papel essencial no sucesso do tratamento, confira como funciona esse processo
de fertilização em vitro:
ESTIMULAÇÃO OVARIANA
Nesta etapa, uma das parceiras, a que será a doadora, passa por
estimulação hormonal para produzir um número maior de óvulos. Durante o
processo, são realizados ultrassons e exames de sangue para monitorar o
desenvolvimento dos folículos e verificar a viabilidade da coleta.
COLETA E FERTILIZAÇÃO DOS ÓVULOS
Os óvulos maduros são coletados por meio de um procedimento chamado
aspiração folicular. Em seguida, eles são fertilizados em laboratório com
espermatozoides de um doador, geralmente anônimo, selecionado previamente pelo
casal.
TRANSFERÊNCIA DO EMBRIÃO
Os embriões resultantes da fertilização são transferidos para o útero da
outra parceira, que se torna a gestante. Essa fase envolve cuidados especiais
para garantir que o endométrio esteja corretamente preparado para receber o
embrião.
● Leia
também: Pré-natal:
saiba o que é e quando começar os exames da gravidez
Assim como qualquer tratamento médico e laboratorial, o método ROPA
apresenta vantagens e desafios que devem ser considerados antes de seu início.
Entenda:
VANTAGENS
● conexão
emocional: ambas as parceiras participam do processo de forma única,
fortalecendo o vínculo entre elas;
● inclusão
biológica: a doadora dos óvulos contribui geneticamente para a formação do feto
enquanto a outra se encarrega de gerar durante os 9 meses;
●
chances de sucesso: a FIV, atualmente, é a técnica de
reprodução assistida com maior taxa de sucesso.
● custos:
a FIV pode ser financeiramente desafiadora, e o casal deve estar preparado para
os investimentos;
● aspectos
emocionais: o processo pode gerar ansiedade ou expectativas, tornando
fundamental o acompanhamento psicológico. Se possível, trabalhe este aspecto
antes mesmo de iniciar o procedimento, para evitar frustrações;
●
limitações médicas: nem todas as parceiras são
elegíveis para participar de todas as etapas, dependendo de condições de saúde
preexistentes.
Se você planeja vivenciar esse tipo de procedimento, é preciso entender
que a preparação para o método ROPA exige um equilíbrio entre aspectos médicos
e emocionais. Veja algumas recomendações a seguir.
Consultas com especialistas em reprodução assistida são essenciais para
avaliar a saúde reprodutiva de ambas as parceiras. Exames como ultrassonografia,
análises hormonais e avaliações ginecológicas ajudam a planejar o tratamento de
forma segura.
APOIO PSICOLÓGICO
Cuidar da saúde mental na gravidez ou mesmo
durante o processo de concepção é fundamental para que o casal lide de forma
mais tranquila com as expectativas e os desafios. Sessões de terapia podem
ajudar as envolvidas a atravessar essa jornada de maneira mais leve e confiante.
● escolha
uma clínica de reprodução assistida confiável para o processo;
● realize
todos os exames necessários para cada etapa e use medicações pertinentes.
● planeje
os custos envolvidos e avalie a possibilidade de financiamentos ou parcerias
com planos de saúde.
●
mantenha uma comunicação aberta entre as parceiras para
alinhar expectativas e metas, para maior bem-estar desta família que está se
formando.
O método ROPA representa uma alternativa inovadora e inclusiva para
casais homoafetivos femininos que desejam construir uma família de maneira
compartilhada. Se você está considerando essa opção, buscar orientação
profissional e preparar-se da maneira certa, é o primeiro passo.
Se você se interessa pelo tema de fertilidade de fertilização e quer
aumentar ainda mais seu conhecimento sobre o tema, leia também o nosso artigo “Estou grávida, e agora?” e saiba mais sobre os
cuidados iniciais na gestação.