Os hormônios têm grande influência na nossa
vida, afetam desde o humor até nossa libido. Por isso, se estiverem em
desequilíbrio, todo o organismo vai sofrer o impacto. A glândula responsável
por regular esse funcionamento é a tireoide. Quando a produção hormonal está
baixa ou em excesso, ela apresenta os distúrbios que conhecemos como
hipotireoidismo e hipertireoidismo, respectivamente.
Se desconfia estar desenvolvendo algum
deles e quer saber mais sobre o tema, continue a leitura.
O que é hipotireoidismo?
Mais comum em mulheres, o distúrbio se
instala quando a tireoide produz pouco ou nenhum hormônio. Devido à ausência
desses estimulantes, o organismo entra em desequilíbrio, com falhas no
metabolismo que se revelam por meio de sintomas que nem sempre são percebidos
ou diagnosticados corretamente, justamente por se confundirem com outras
enfermidades.
A especialidade médica responsável por acompanhar
pacientes com hipotireoidismo é o endocrinologista.
É ela que cuida das doenças relacionadas aos hormônios e ao metabolismo. Tal
acompanhamento é indispensável para assegurar que o quadro não vai evoluir para
casos mais graves, como quando afeta o sistema cardiovascular.
Apesar disso, o hipotireoidismo pode ser
identificado por outras especialidades, como em uma consulta de rotina com o
ginecologista com com um clínico geral.
Quais são as principais causas
do hipotireoidismo?
O hipotireoidismo pode ser primário ou
secundário. O primeiro tem como possíveis causas:
• inflamação na glândula, chamada de tireoidite;
• falta de iodo;
• distúrbios hereditários;
• tratamento de câncer na tireoide.
Já o hipotireoidismo secundário se dá
quando a hipófise, outra glândula endócrina, não secreta TSH suficiente, o que
impacta na produção do hormônio T4, causando desequilíbrio na tireoide.
Quais são os sintomas do
hipotireoidismo?
A desregulação hormonal evidencia sintomas
que podem ser confundidos com outras doenças. Por isso, é tão importante
realizar exames regularmente e ser acompanhado por especialistas, para que
diagnósticos como esse sejam dados o quanto antes. Quem sofre com
hipotireoidismo geralmente sente o seguinte.
Queda de cabelo
Os hormônios produzidos pela glândula têm
várias responsabilidades no metabolismo, e uma delas está relacionada ao
desenvolvimento do folículo piloso, as estruturas que mantêm os pelos do corpo.
Entre as fases de manutenção existe o
eflúvio telógeno, quando entram em repouso e podem causar uma queda capilar intensa por algumas semanas ou
meses. Esse processo também acontece no pós-parto. A diminuição dos hormônios
pode acelerar a chegada dessa etapa.
Prisão de ventre
Estando os hormônios por trás do
metabolismo do organismo, sendo essenciais para suas reações bioquímicas, o
intestino é um dos que mais sofrem com seu desequilíbrio. As fezes levam mais
tempo para se formar e para serem esvaziadas do organismo sem ajuda deles para
fazer o trânsito regular.
Cansaço
Com o metabolismo em queda, a pessoa se
sente indisposta, fadigada, sem ânimo ou energia para realizar suas atividades
rotineiras. Por essa razão, não é incomum que o hipotireoidismo desencadeie ou
seja associado a doenças que também trazem esses sinais, como a depressão e a
síndrome de burnout.
Inchaço
O inchaço é mais uma consequência do
metabolismo desacelerado. A comida ingerida leva mais tempo para ser digerida,
o que pode levar a um aumento de peso — mesmo que o indivíduo coma pouco. Isso
se mostra em várias partes do corpo, inclusive no rosto, por meio da retenção
de líquido.
Diminuição da libido
Tanto nos homens como nas mulheres, os
hormônios irregulares comprometem a vontade de fazer sexo. Com o tempo,
inclusive, podem gerar disfunção erétil e ressecamento vaginal. Para o sexo
feminino, tem outro problema: a menstruação inconstante. O hipotireoidismo
influencia até no fluxo e pode interromper o ciclo por vários meses, o que
também impacta em quem deseja engravidar.
Como é feito o diagnóstico?
Apesar de a doença precisar do
acompanhamento de um endocrinologista, até mesmo um clínico-geral pode
diagnosticá-la. , pois, para isso, basta um exame de sangue simples, que avalie
os níveis de TSH, T3 e T4 livres. Além disso, o profissional deve fazer um
exame físico baseado nas queixas do paciente, o que vai ajudar a compor o
resultado.
Fora o hemograma, é comum que o médico
receite um ultrassom da tireoide, para averiguar se existe algum nódulo na
região ou mesmo a possibilidade de um câncer. Vale lembrar que nódulos nem
sempre são malignos.
Se o transtorno não for descoberto cedo,
existe o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares devido ao aumento do colesterol ruim, o LDL. Tal processo
causa obstrução das artérias e pode desencadear um infarto.
Como funciona o tratamento de
hipotireoidismo?
Não há cura para o hipotireoidismo, mas seu
tratamento é eficiente, embora seja recomendado por toda a vida. Todos os dias,
em jejum, o paciente deve tomar um remédio para estimular a produção do
hormônio deficiente. Isso vai ajudar seu metabolismo a normalizar, melhorando,
consequentemente, o funcionamento do organismo como um todo.
Sem o tratamento devido, além da chance de
desenvolver doenças de coração, a pessoa também compromete completamente sua
qualidade de vida. Sem ânimo para trabalhar ou se dedicar ao que gosta, é
provável que o quadro evolua para um estágio mais grave, como o coma
mixedematoso, considerado uma emergência endocrinológica, potencialmente fatal.
Vale destacar que mulheres são mais
afetadas pelo distúrbio, principalmente as que estão no puerpério ou chegando
na menopausa. Contudo, isso não significa que outras pessoas não sejam vítimas.
Homens, idosos e até mesmo crianças podem nascer com isso, o chamado
hipotireoidismo congênito.
Ainda que não exista uma forma específica
de prevenir, alguns nutricionistas recomendam o consumo moderado de glúten e lactose, associados a uma dieta
anti-inflamatória, rica em verduras, legumes, frutas e boas fontes de gordura.
Fora a alimentação, praticar uma atividade física e cuidar da saúde mental,
equilibrando o estresse no dia a dia, são meios de afastar o distúrbio (não
somente esse, mas tantos outros).
Por fim, se tiver recebido esse
diagnóstico, não se preocupe! Seguir as recomendações médicas e não se
automedicar são dicas essenciais e suficientes para manter a qualidade de vida.
O lúpus é uma doença autoimune, assim como o hipotireoidismo sobre o qual falamos aqui. Vale entender mais a respeito?
Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.