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O que é Lúpus: saiba tudo sobre a doença e seus sintomas

Viver com Saúde

O que é Lúpus: saiba tudo sobre a doença e seus sintomas

Nos últimos anos, personalidades mundialmente conhecidas, como Lady Gaga e Selena Gomez, usaram a visibilidade que têm para falar sobre uma doença que atinge mais de 65 mil brasileiros: o lúpus. Conhecido também como Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), ele é uma enfermidade inflamatória e autoimune que atinge vários tecidos e órgãos. 

Neste post, selecionamos informações sobre o que é lúpus, como ele se manifesta, qual é o tratamento para a doença e muito mais. Continue a leitura e fique por dentro do assunto!

O que é lúpus?

Lúpus é um problema de saúde que integra o grupo de doenças autoimunes (juntamente com psoríase, doença de Crohn, esclerose múltipla etc.). Ou seja, ocorre quando o sistema imunológico — que tem o papel de barrar a invasão de micro-organismos no nosso corpo — passa a operar de forma disfuncional, atacando a este último.

O ataque consiste, basicamente, na reprodução desenfreada de anticorpos que atingem os órgãos e tecidos sem motivo, levando o corpo a manifestar, no caso do lúpus, diversas reações inflamatórias — sendo a pele o alvo mais frequente.

Quais são as causas do lúpus?

O lúpus, assim como as demais doenças autoimunes, não tem uma causa específica. O entendimento médico atual é de que há, em especial, influências genéticas, mas também hormonais e de estilo de vida, que levam determinadas pessoas a desenvolver a doença em algum momento da vida.

Como mostra estudo de 2022 veiculado na Revista Acervo Médico, entre essas influências, estão questões que vão desde o estresse até o aumento de hormônios durante a gestação.

O mesmo artigo ainda discorre sobre o gênero e a faixa etária de diagnóstico dessa condição: a massiva maioria, cerca de 85%, ocorre em pacientes já adultos. Desse total, 90% são mulheres.

Quais são os sintomas da doença?

Nem sempre o lúpus demonstra sintomas claros. Isso porque ele pode aparecer de uma hora para outra — inclusive, indo e voltando, com intervalos longos entre o surgimento de um sintoma e outro. Porém, o mais recorrente e facilmente identificável são as manchas ou lesões avermelhadas em áreas da pele, como rosto e peito. Além desses sintomas, a pessoa pode ter:

        dor de cabeça;

        desconforto para respirar;

        dor nas articulações;

        febre;

        queda de cabelo;

        feridas na boca.

Vale pontuar ainda o seguinte: quem tem o problema costuma se sentir mais indisposto para as atividades diárias, ter hipersensibilidade a ambientes claros e bem iluminados e dificuldade para dormir. Já nos casos mais graves, o distúrbio também pode levar as pessoas a passarem por episódios de convulsão e até mesmo ocasionar o óbito por conta de complicações renais.

Um levantamento realizado entre 2002 e 2011, publicado em 2017 na Revista Brasileira de Reumatologia, indicou que nesse período houve 8.761 mortes de portadores de lúpus no nosso país. É por isso que é fundamental ter um plano de saúde para fazer o seu acompanhamento médico.

Quais são os tipos de lúpus?

Existem quatro tipos de lúpus: neonatal, sistêmico, discoide e o que é induzido por medicamentos. Saiba mais sobre eles a seguir.

Lúpus neonatal

É possível já nascer com lúpus, quando a mãe tem o problema. Os anticorpos da gestante afetam o bebê ainda no útero. Ao nascer, ele pode apresentar erupção cutânea, deficiências no fígado e até um número menor de células sanguíneas. Quando esses sintomas não persistem, a doença não se desenvolve.

Lúpus discoide

Um dos sinais mais marcantes do LES são as marcas vermelhas que a doença deixa na pele. Elas aparecem em várias partes do corpo: no pescoço, no rosto, nos cotovelos... É comum que as pessoas, às vezes até médicos, confundam e associem esse sintoma a outras enfermidades que tenham esse mesmo sinal.

No caso do lúpus, as marcas se transformam em lesões, e se mostram em formato de borboleta, ao surgirem nas bochechas e no nariz. Quando expostas ao sol, o problema se agrava.

Lúpus sistêmico

Algumas pessoas podem apresentar o lúpus discoide e, posteriormente, apresentar o tipo sistêmico. Às vezes grave, às vezes leve, essa versão da doença costuma afetar vários órgãos, como rins e pulmões, não se restringindo à pele do paciente.

Lúpus induzido por medicamentos

Além do que já foi citado, é possível contrair um tipo lúpus induzido, como destaca o estudo da Revista Acervo Médico, que já citamos. Ele ocorre por conta da reação do corpo ao uso de alguns medicamentos utilizados para o tratamento de outras enfermidades, como é o caso dos anticonvulsionantes.

Os sintomas que surgem são os mesmos do lúpus sistêmico. O ponto positivo desse quadro é que ele não crônico, mas sim agudo. Ou seja, ele cessa tão logo o uso da medicação é interrompido.

Quais os riscos que a doença oferece?

Os riscos do lúpus estão relacionados aos processos inflamatórios gerados pela doença. Afinal, eles têm capacidade de afetar diferentes órgãos, tecidos e sistemas do corpo humano, comprometendo o funcionamento deles e até mesmo gerando insuficiências parciais ou totais dessas partes do organismo.

O estudo publicado na Revista Brasileira de Reumatologia, citado no tópico dos sintomas do lúpus, destaca que essa doença, quando não é devidamente tratada, se torna um fator agravante para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares e renais.

Lúpus é contagioso?

Devido à falta de informação, algumas pessoas podem acreditar que o lúpus é uma doença contagiosa, já que há sinais visíveis dela pelo corpo de quem tem essa condição autoimune. Por essa razão, é fundamental levantar a bandeira do conhecimento. Ele é o ponto-chave para colocar por terra preconceitos e mitos infundados.

O lúpus não é transmissível de uma pessoa para outra. Logo, não há motivos para cogitar o contágio de colegas, amigos e familiares. Os riscos do lúpus existem apenas para o próprio paciente, como descrito no início deste tópico.

Quais são os fatores de risco para se desenvolver lúpus?

A incidência do lúpus é mais comum no sexo feminino e, em geral, acomete pessoas entre 20 e 40 anos. Para quem teve casos entre os familiares, naturalmente, o risco é maior. 

Como não se tem uma causa específica por trás da doença, especialistas relatam que, provavelmente, o lúpus se manifesta por uma combinação de fatores hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais. 

A etnia também influencia na incidência da enfermidade. Mulheres afrodescendentes, hispânicas e asiáticas têm mais chances de desenvolver o lúpus no decorrer da vida.

Como funciona o diagnóstico e o tratamento?

O diagnóstico da doença nem sempre é fácil, pois os sintomas são comuns a outras enfermidades. Os médicos mais indicados para auxiliar na detecção são o dermatologista — quando os principais sinais são cutâneos — e o reumatologista — quando a doença se apresenta no tipo sistêmico. Para ter certeza do diagnóstico, deve-se analisar não apenas os sinais visíveis, mas um conjunto de alterações clínicas somadas aos resultados laboratoriais.

Neste ponto, é crucial destacar a necessidade de estar com os exames em dia, pois assim você consegue descobrir "doenças silenciosas", como o lúpus, logo no início, ampliando as chances de sucesso do tratamento, que depende da classificação da doença.

Além disso, o tratamento deve ser personalizado e demanda acompanhamento. Considerando que o distúrbio ainda não tem cura, o que a medicina permite é o controle, minimizando sintomas e efeitos, com o objetivo de proporcionar qualidade de vida aos pacientes.

Por se tratar de um processo inflamatório, a primeira indicação medicinal costuma ser de anti-inflamatórios suaves. Em casos mais críticos, os corticoides são recomendados. Cloroquina e metrotrexato também podem ser receitados. 

Vale ressaltar que o uso contínuo desses fármacos pode causar obesidade e diabetes, entre outros efeitos negativos, pois o sistema imunológico tem sua atividade reduzida, tornando o organismo mais vulnerável a outras infecções.

Quando o tratamento não é eficiente ou sequer é realizado, o lúpus é capaz de evoluir para quadros mais graves, podendo causar demência, anemia e infartos.

Existe prevenção para a doença?

Infelizmente, não há meios de se prevenir contra o surgimento do lúpus. Há, todavia, a possibilidade de frear seus sintomas por meio da própria observação. Como qualquer doença, quanto mais cedo for descoberta, mais chances o paciente tem de reverter os efeitos ou minimizá-los.

Em 2004, o dia 10 de maio foi escolhido como uma data para reforçar a conscientização sobre o problema. Ainda há muito caminho a percorrer.

A Federação Mundial de Lúpus fez um levantamento que descobriu que, entre os entrevistados, 36% nem sabiam do que se tratava esse problema de saúde, tampouco do que suas complicações eram capazes de desencadear.

Esse estudo também chamou atenção para a necessidade de alertar as pessoas que não convivem com o lúpus sobre o que ele representa, seus sintomas e as melhores formas de tratá-lo. Tudo isso a fim de quebrar tabus e desmistificar a doença, provando que é possível viver e ter qualidade de vida mesmo após o diagnóstico. 

Resumindo: a visibilidade que artistas conhecidos e queridos pelo público deram ao lúpus é essencial para fazer essa proposta valer a pena, aumentando o interesse da sociedade sobre o tema e levando mais pessoas a um diagnóstico preciso e precoce. Agora que você sabe o que é lúpus, quais são os sintomas da doença e como funciona o tratamento, adote o conceito de saúde preventiva na sua rotina para um maior cuidado com o seu bem-estar.

Gostou do post? Então aproveite para conferir quais alimentos aumentam a imunidade!

Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.


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