Com a chegada de outubro, um assunto se
torna bastante frequente na mídia, na internet e, principalmente, nas
instituições de saúde: o outubro rosa. Isso porque durante todo o mês ocorrem
propagandas, ações, dinâmicas e muitas outras atividades com o objetivo de
aumentar o diálogo sobre o câncer de mama e a forma de se prevenir e tratar
esse problema que atinge tantas mulheres anualmente.
Porém, por ser um assunto extenso e rico em
detalhes, é normal que muitas pessoas fiquem com dúvidas e queiram buscar o máximo
de informações em um só lugar. Por esse motivo, reunimos as principais dúvidas
sobre o outubro rosa e o câncer de mama neste post. Leia e saiba mais!
O que é outubro rosa?
Muita gente, certamente, já viu algo sobre
o outubro rosa. Afinal, essa é uma campanha de saúde com forte adesão em vários
países do mundo — e não só pelos estados e instituições ligadas diretamente à
saúde pública neles, mas também por organizações sociais, culturais e até mesmo
do mercado de trabalho.
Porém, esse mês dedicado à atenção e aos
debates sobre o câncer de mama não é de agora. Na verdade, ele iniciou em 1982,
com o surgimento de uma importante organização não governamental nos EUA: a Susan
G. Komen. Hoje, é responsável por promover pesquisas científicas,
programas sociais, assistência financeira e muitos outros serviços a mulheres
diagnosticadas com a doença.
À época, após um levantamento de fundos,
ocorreu a primeira Corrida pela Cura, um evento público que contou com 800
participantes em 1983, no Texas. Já em 1986, o instituto foi pioneiro e lançou
o movimento National Breast Cancer
Awareness Month que, em português, fica traduzido como o Mês de
Conscientização sobre o Câncer de Mama — que ocorreu justamente em outubro.
Já nos anos 1990, a Corrida pela Cura
passou a ser realizada em mais de 50 cidades estadunidenses e, inclusive, teve
a primeira versão internacional sediada na Costa Rica, em 1998. De lá para cá,
essa campanha se consolidou em território estadunidense e ganhou desdobramentos
em muitas outras localidades.
No Brasil, o movimento ganhou contornos
concretos em 2010, com o início de ações do Ministério da Saúde, mais
especificamente do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que foram pensadas para
a promoção da saúde das mulheres. Porém, foi em 2018 que o país reconheceu e
instituiu em âmbito nacional, por meio da lei nº13733/18, a campanha do outubro rosa e a
importância dela para a prevenção ao câncer.
O que é o câncer de mama?
Explicando de forma simples, ela surge
quando as células presentes no tecido mamário de um ou mesmo dos dois seios
passa a se multiplicar sem controle e em um curto intervalo de tempo, sofrendo
mutações e se tornando cancerígenas. Isso leva, eventualmente, ao surgimento de
nódulos ou mesmo lesões na superfície e na textura das mamas.
"Então toda e qualquer alteração no
seio é câncer?", você pode estar se perguntando. A resposta é não. É
importante saber que nem sempre essas alterações se tratam, de fato, de um
tumor maligno. Em muitos casos, é algo benigno (não causa risco à saúde).
Somente após a avaliação médica e a
realização de exames é que você terá a confirmação do caso e os devidos
esclarecimentos sobre o tratamento mais adequado ao seu perfil e ao tipo de
câncer de mama. É por isso que o acompanhamento médico é indispensável — algo
que vamos retomar mais à frente.
Qual o panorama atual do
câncer de mama?
Segundo dados oficiais da Organização Mundial da Saúde
(OMS), esse tipo de câncer foi responsável, sozinho, por cerca de 2,3 milhões
de casos apenas em 2020. Vale pontuar que esse número diz respeito apenas a
mulheres. Inclusive, o órgão reforça que o público com mais possibilidades de
desenvolver esse problema tem duas características: ser do sexo feminino e ter
faixa etária de 40 anos para cima.
Por sua vez, um artigo de 2015 produzido no Centro de Estudos e
Pesquisas da Mulher (Cepem) aponta que homens também podem desenvolver o câncer
de mama. Contudo, a probabilidade é consideravelmente reduzida, chegando a
apenas 1% entre todos os casos.
No Brasil, o levantamento de 2021 do Ministério da Saúde
mostrou que foram diagnosticados 66.280 no ano. Ou seja, uma média de 181,5
novos casos por dia.
Quais são os tipos de câncer
de mama?
Apesar do nome "câncer de mama",
essa doença não aparece sempre da mesma forma em todas as mulheres que foram
diagnosticadas com ele. É aquela velha máxima do "cada caso é um
caso". Isso acontece porque, na verdade, há vários tipos de câncer,
podendo variar onde eles se desenvolvem, nas particularidades que apresentam e
no nível de ocorrência.
Abaixo, você vai conhecer um pouco melhor
das duas principais categorias de tumor e a prevalência nos diagnósticos de câncer,
segundo informe do órgão Susan G. Komen:
●
carcinoma ductal — é o mais
frequente de todos, aquele que acontece nos ductos da mama. Em fase inicial,
ele permanece in-situ. Ou seja,
localizado nessa área, sem se proliferar para outras partes. Quando ocorre esse
processo, que é responsável por 70 a 80% dos casos de câncer invasivo, ele se
espalha pela camada de gordura presente nos seios;
●
carcinoma lobular — é o segundo
mais recorrente, responsável por 5 a 10% dos casos. Como o nome entrega, ele se
concentra nos lóbulos quando é in-situ.
Quando é do tipo invasivo, o que representa entre 5 a 10% dos casos, ele se
espalha pelo tecido mamário de forma menos centralizada e consistente, o que,
muitas vezes, dificulta o diagnóstico desse tipo.
Há fatores de risco para o
câncer de mama?
Alguns estudos, como o publicado em 2011 no Caderno de Saúde Pública, o divulgado em 2019 no Caderno de Medicina e o veiculado em 2020 na Research, Society and
Development, apontam alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento do
câncer de mama. Abaixo, vamos falar um pouco mais detalhadamente de cada um.
Fique de olho!
Envelhecimento
O envelhecimento aparece como um dos
fatores de risco mais marcantes para essa doença. Afinal, com o avanço da
idade, as mulheres passam por muitas mudanças e alterações biológicas — o que
inclui, por exemplo, a menopausa. Justamente por isso, as brasileiras com mais
de 50 anos são o público-alvo no qual se concentram as ações do outubro rosa.
Histórico familiar
O histórico familiar é outro ponto que
merece atenção. Isso porque se há casos pontuais ou recorrentes de parentes
próximas — principalmente de primeiro e segundo grau (como irmã, mãe e avó) —
que tiveram câncer de mama (ou mesmo de outro tipo), isso pode ser um
indicativo de predisposição genética.
Portanto, é algo que vai demandar mais
autocuidado e, em especial, uma rotina de acompanhamento médico para detecção
precoce da doença.
Uso de medicamentos com
impacto hormonal
O uso de medicamentos para reposição
hormonal ou contraceptivos hormonais também representa um fator de risco,
principalmente se é feito sem orientação e indicação médica. Isso porque ambos
estimulam a produção de estrogênio e progesterona, o que pode ocasionar um
desequilíbrio ou um aumento considerável nas taxas deles.
O X da questão é que os dois hormônios
estão conectados com o crescimento das células mamárias — e isso vale tanto
para aquelas que são identificadas como normais quanto as são avaliadas como
atípicas ou alteradas.
Diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2 também tem uma relação
com o surgimento do câncer de mama. O motivo disso é que nessa doença crônica —
ou seja, para a qual ainda não há cura, apenas tratamento e monitoramento —
ocorre uma desregulação das taxas de insulina.
Esse hormônio não atua apenas no sistema
endócrino, como muitos podem achar. Na verdade, ele se faz presente em
diferentes áreas do corpo, já que é necessário para o desenvolvimento adequado
das células. Portanto, quando está desregulado, ele leva as células a crescerem
e ficarem com uma quantidade desordenada. Ou seja, um alteração capaz de ter
efeitos colaterais sérios para as mulheres.
Obesidade
Entre os fatores de risco está a obesidade
que, por si só, já se trata de uma doença crônica que afeta consideravelmente a
qualidade de vida muitas pessoas.
Para se ter ideia, 20,3% de toda a
população do Brasil é obesa — o que dá, aproximadamente, quase 43 milhões de
cidadãos. O percentual é ainda maior considerando apenas as mulheres: o índice
sobe para 20,7%, de acordo com os dados da Associação Brasileira para o Estudo da
Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).
A questão da obesidade é que a presença
desse quadro de saúde pode desencadear processos inflamatórios recorrentes no
organismo. Algo que, a longo prazo, é capaz de desregular os níveis hormonais
no corpo das mulheres.
Sedentarismo
O sedentarismo também pode estar por trás
do aparecimento do câncer de mama. Isso porque a falta de atividade física e/ou esporte contribui para o ganho de peso e,
consequentemente, a entrada em quadros de obesidade. Algo que, como mostrado no
tópico anterior, traz complicações hormonais para as mulheres.
Isso sem mencionar, é claro, que o
sedentarismo reduz a imunidade e pode levar ao desenvolvimento de outros
problemas de saúde, como é o caso do diabetes, que também faz parte dos fatores
de risco para o câncer.
Álcool e cigarro
O consumo de álcool e cigarro também entram
na lista, tendo em vista que são produtos com muitas substâncias tóxicas e/ou
mesmo cancerígenas, que alteram o funcionamento de tecidos, órgãos e sistemas
do corpo.
Ou seja, podem desencadear não só o câncer
de mama, mas também o de pulmão e o de esôfago, além de quadros de deficiência
hepática ou mesmo cirrose.
Má alimentação
A má alimentação é outro problema a ser
considerado aqui. Isso porque, como os estudos esclarecem, o consumo excessivo
de alimentos processados acarreta a ingestão
constante de compostos químicos e tóxicos que têm o potencial de afetar o
funcionamento do organismo.
Quais são os principais
sintomas do câncer de mama?
Segundo cartilha promovida em 2021 pelo Instituto
Nacional de Câncer, um dos sintomas mais comuns é o aparecimento de nódulos.
Tanto é que cerca de nove a cada 10 mulheres o vivenciam. Esse nódulos podem
ter tamanhos diversos entre si e estarem localizados em áreas diferentes ou
próximas.
Além dele, é possível que a pele da mama
apresente inchaço, hipersensibilidade (o que pode ocasionar dores), fique
avermelhada ou com a textura parecida com uma "casca de laranja" em
alguns pontos. Também é possível perceber a existência de alterações na areóla
do seio e no próprio bico dele. Algumas mulheres, inclusive, notam presença de
secreção pelo mamilo.
Caso um ou mais desses sintomas sejam
identificados, não se desespere. O ideal é procurar um mastologista para que o
especialista avalie o seu quadro corretamente. Mais à frente, vamos falar sobre
a importância do acompanhamento médico!
Qual é a importância do diagnóstico precoce?
O diagnóstico precoce é possível a partir
da combinação de duas ações: a realização recorrente do autoexame e a
manutenção do acompanhamento médico (que envolve avaliação clínica e exames de
rastreamento).
Quando ambas são colocadas em prática, você
tem mais chances de um prognóstico positivo — o que significa uma evolução da
doença mais controlada e menos invasiva— e uma melhor reabilitação no câncer de
mama. Isso sem falar na possibilidade de cura que, nesse cenário, chega a 90%,
segundo artigo da Research, Society and Development.
É justamente por isso que a campanha
outubro rosa dedica ações, atividades e propagandas focadas nesse tema. Afinal,
o diagnóstico precoce salva vidas. Além disso, ele é importante para que o seu
médico trace o método de tratamento mais eficaz para o tipo de tumor
encontrado. Um dos mais conhecidos é, justamente, a quimioterapia — que
consiste no uso de medicamentos específicos para acabar com ele.
Além dela, como mostra o portal do Ministério da Saúde, há também a
possibilidade de serem feitos tratamentos a partir de radioterapia,
hormonioterapia, terapia biológica e intervenção cirúrgica.
Como fazer o autoexame?
O autoexame de mama é um procedimento
simples, rápido e, acima de tudo, prático para identificar possíveis alterações
nela. Ele é recomendado pela comunidade médica por ser uma prática que qualquer
mulher pode fazer em si própria, com total privacidade. Abaixo, você confere o
passo a passo para realizá-lo:
1.
fique diante de um espelho no
qual você tenha uma visão clara e completa dos seus seios, sem precisar se
agachar, abaixar ou ficar em uma posição desconfortável;
2.
inspencione, por meio do
espelho, se há algo diferente na superfície dos seios ou nos bicos deles (como
manchas, nodulações e inchaços). Você pode fazer isso, inclusive, levantando os
braços e arqueando na cintura;
3.
escolha uma mama para começar o
teste do toque. Supondo que seja a esquerda, coloque a mão esquerda na cabeça,
levantando o braço e deixando toda a região do seio desse lado livre. A parti
daí, você começa a apalpar a mama de maneira circular e fazendo uma leve
pressão sobre a pele. É importante fazer isso não só na parte
frontal (o que inclui a aréola), mas também na axilar;
4.
repita esse processo na outra
mama, dedicando o mesmo cuidado e tempo. Tenha em mente que isso permitirá
avaliar se há uma sensibilidade maior em algum lugar, se o toque causa dor ou
desconforto e identificar se há nódulos e qual a localização deles no tecido
mamário.
Aqui, há alguns pontos importantes aos
quais você deve estar atenta. O primeiro deles é quanto à periodicidade desse
autoexame. Uma vez por mês é considerado suficiente. O segundo, por sua vez, é
que se você estiver menstruada, é interessante adiar o autoexame em uma semana
a contar do fim desse período.
Afinal de contas, durante a menstruação,
diversas mulheres passam por alterações hormonais e fisiológicas que
desencadeiam, entre diferentes sintomas, o inchaço e a hipersensibilidade das
mamas.
O terceiro e último ponto diz respeito ao
peso dessa prática. Sem dúvidas, o autoexame é de grande ajuda na identificação
precoce do câncer de mama, além de ser uma técnica que permite às mulheres
estarem mais conscientes sobre o próprio corpo e eventuais mudanças que ocorrem
nele.
Porém, ele sozinho não é suficiente para o
diagnóstico da doença. Isso porque há casos em que o tumor não apresenta sinais
físicos muito evidentes ou que podem simplesmente passar despercebidos. Isso
também vale para o que já mencionamos sobre os tumores benignos no tópico
"o que é o câncer de mama?". Portanto, sempre será necessário o
acompanhamento médico.
Por que é importante fazer um
acompanhamento médico?
O acompanhamento regular com um
mastologista é uma das ações mais importantes para a prevenção e a detecção
precoce do câncer, especialmente se você tem 40 anos ou mais. Isso porque, como
aponta nota da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM),
a partir dessa faixa etária é necessário fazer, uma vez por ano, uma mamografia.
Esse exame radiológico, que é solicitado
pelo seu médico após a avaliação clínica, é fundamental para encontrar
possíveis alterações com potencial de serem tumores que ainda não são
perceptíveis durante o autoexame. Algo que acontece, por exemplo, nos estágios
iniciais de desenvolvimento dele, quando o tumor é assintomático. Ou seja, sem
manifestar os sintomas que já mencionamos.
Além disso, sempre que for preciso, o
mastologista vai solicitar exames complementares para identificar com precisão
se o achado é realmente maligno ou benigno. É o caso de ultrassons,
ressonâncias e biópsias.
Vale mencionar ainda que o acompanhamento
médico também deve se estender a outras especialidades pensando na saúde da mulher como
um todo. Entra aí o ginecologista — que vai dar o suporte sobre aspectos
reprodutivos e sexuais — e o endocrinologista — que vai dar o suporte em questões
hormonais e metabólicas.
Já saindo da medicina, é interessante
também contar com outras áreas da saúde que vão ser úteis para ajudar a
estabelecer hábitos mais saudáveis que reduzam os fatores de risco para o
câncer de mama. Por exemplo, um nutricionista e um psicólogo.
O primeiro vai auxiliar a repensar sua
dieta e a ter uma alimentação mais saudável e equilibrada. Já o segundo vai
contribuir para promover seu bem-estar mental e emocional, dois pontos
essenciais para um melhor estilo de vida.
Como a Unimed Campinas pode
ajudar?
A Unimed Campinas conta com um corpo médico
com mais de 3.500 profissionais de mais de 50 especialidades diferentes. Além
disso, são 10 serviços próprios de atendimento exclusivo
para você. Entre eles, pronto-atendimento, centro de promoção à saúde e o próprio hospital Unimed Campinas.
Neste último, você ainda dispõe do setor de
medicina diagnóstica, um área com tecnologia de ponta para a realização de
diferentes exames por imagem. Outro serviço muito importante é o Centro de Quimioterapia Ambulatorial (CQA),
formulado para o tratamento personalizado e eficiente de pacientes com câncer.
Nesse espaço, é possível fazer não apenas
exames, consultas e tratamentos, mas também acompanhamento com equipe
multidisciplinar em saúde para uma maior qualidade de vida, aumento do
bem-estar e consolidação da rede apoio de enfrentamento no processo de adoecimento.
Entre os profissionais presentes estão enfermeiros, psicólogos, nutricionistas,
fisioterapeutas, farmacêuticos e educadores físicos.
Como você leu, o outubro rosa vai além de
uma simples campanha anual da saúde. É uma estratégia que envolve instituições
e profissionais da área com o objetivo de promover conhecimento e
conscientização, em âmbito nacional, sobre os cuidados e medidas de prevenção
contra o câncer de mama.
Afinal, com a mudança de hábitos é possível reduzir as chances de desenvolvimento da doença. Já com a detecção precoce é possível ter tratamentos cada vez mais efetivos, rápidos e com menos impactos na qualidade de vida. Portanto, vale a pena acompanhar as ações que ocorrem durante o mês de outubro e manter o seu acompanhamento médico em dia. Assim, você se mantém bem informada e com a sua saúde resguardada!
Conheça o Movimento 365, a campanha criada pela Unimed Campinas une as tradicionais campanhas de conscientização de prevenção ao câncer de mama e câncer próstata, especialmente nos meses de outubro e novembro!
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Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.