Acredite: cerca de 7 em cada 10 pessoas têm intolerância à lactose. Sabe o que é pior? Aproximadamente 80% delas nunca receberam um diagnóstico médico, vivendo com o problema sem saber. Isso acontece porque existem diferentes graus, que podem afetar a vida com mais ou menos intensidade.
Quando falamos somente do Brasil, os números caem um pouco. Cerca de 40% da população apresenta o quadro — e, novamente, é a minoria que sabe. Segundo uma pesquisa feita pelo DataFolha, apenas 4% dos entrevistados buscaram ajuda médica; o restante das pessoas vive com o desconforto sem saber o que é.
Quer saber mais sobre o assunto e entender quais são os sintomas da intolerância à lactose? Continue a leitura deste post e fique por dentro do tema!
O que é a intolerância à lactose?
A intolerância à lactose consiste na dificuldade do nosso corpo em digerir o açúcar presente no leite, a lactose. Em síntese, tudo isso acontece por causa da deficiência (ou ausência) da enzima lactase no nosso organismo. Como resultado, não conseguimos decompor a substância em carboidratos mais simples, o que prejudica a digestão.
Dor de barriga e/ou barriga inchada, gases e diarreia são alguns dos sintomas mais recorrentes. Vale ressaltar que a intolerância não é o mesmo que uma alergia. Na intolerância, a reação costuma demorar e varia conforme quantidade de leite ingerido. Na alergia, a reação do corpo é quase instantânea. Mesmo em baixa quantidade, o alérgico que ingere leite ou produtos derivados terá efeitos colaterais.
É possível desenvolver intolerância à lactose na vida adulta?
Sim. Em síntese, a intolerância à lactose aparece em três contextos diferentes: na infância, por doenças intestinais e/ou por envelhecimento. No primeiro caso, a criança tem uma deficiência congênita, isto é, nasceu com ela e é genética.
O segundo tipo é causado pela redução da produção da lactase em função de alguma doença intestinal — doença de Crohn, síndrome do intestino irritável e doença celíaca. A intolerância por envelhecimento é chamada de deficiência primária, que é quando a diminuição na produção da enzima ocorre com o passar dos anos.
Acredita-se que alguns grupos são mais propícios a esse terceiro contexto, como a população negra.
Quais sintomas indicam que a pessoa pode ter intolerância à lactose?
Os sintomas de intolerância à lactose costumam variar conforme o grau da doença. De modo geral, eles se dividem em três grupos: dores locais, no aparelho gastrointestinal e outros tipos de reações.
A dor no abdômen é um dos sintomas mais comuns. Depois dela, estão as mudanças gastrointestinais:
● arroto;
● náusea;
● diarreia;
● gordura nas fezes;
● dor de estômago;
● gases.
Em bebês e crianças, o quadro costuma se manifestar por meio de cólicas e mal-estar.
Como ela compromete a qualidade de vida de quem tem?
Quando falamos de alimentação no verão, o sorvete costuma ser um dos favoritos, mesmo não sendo ideal para os intolerantes. Pense só: o dia está quente. A única coisa que queremos é nos refrescar. Consumir o alimento, no entanto, pode significar a sensação de dor. Em alguns casos, a pessoa pode apresentar vômito ou diarreia.
Os sintomas de intolerância à lactose variam conforme o grau da doença. Para algumas pessoas, ela surge como um pequeno desconforto. Para outras, náuseas e dores abdominais e são sintomas recorrentes.
Existem casos em que a pessoa precisa parar de tomar leite e consumir produtos derivados dele. O cálcio, mineral presente no alimento, é essencial para a saúde do nosso corpo, então, além de se privar de algo saboroso e que faz parte de várias receitas, a pessoa precisa ter uma dieta especial para repor esse elemento.
Existem diferentes graus/níveis de intolerância?
Os graus de intolerância à lactose estão diretamente relacionados aos impactos na qualidade de vida. Para algumas pessoas, basta consumir porções menores de alimentos que contêm leite. O tipo de alimento também faz toda diferença. O queijo fresco, por exemplo, costuma ter menos lactose.
O iogurte costuma ser outro parceiro dos intolerantes — ainda mais se pensarmos que os organismos vivos presentes nesse produto digerem parte do açúcar. Para quem tem um grau mais intenso de intolerância, basta uma pequena quantia para desencadear vários sintomas.
Como dito anteriormente, esse grupo precisa seguir uma dieta específica — tanto para suprir a ausência do leite quanto para reduzir os impactos na qualidade de vida. Assim como em doenças crônicas, como diabetes e colesterol alto, o intolerante à lactose precisa controlar sua alimentação. Esse é um detalhe essencial para evitar crises.
Neste contexto, alguns alimentos que costumam ser indicados pelos nutricionistas são o leite de amêndoa, o leite de soja e, até mesmo, o leite de coco. Da mesma forma, existem determinadas comidas que devem fazer parte da rotina para compensar a ausência do leite, como espinafre, sementes, entre outros. Caso suspeite de intolerância à lactose, é essencial procurar o apoio de um especialista.
Como é feito o diagnóstico?
É muito comum que as pessoas suspeitem de intolerância à lactose por terem reações a alimentos com leite, mas não é só a intolerância que causa este tipo de sintoma. A síndrome do intestino irritável, por exemplo, apresenta reações bem parecidas.
Ao perceber qualquer irregularidade no funcionamento do seu corpo, o primeiro passo é ir ao médico. Ao analisar o histórico clínico e fazer alguns exames físicos, é comum que o profissional queira realizar alguns testes.
Antes dos testes laboratoriais, costuma ser indicado realizar restrições na dieta para entender o que está acontecendo. Depois disso, se ainda não for encontrado o causador dos sintomas, os exames são recomendados. São dois os principais métodos para medir a digestão da lactose: o Teste Respiratório do Hidrogênio Expirado e o Teste de Acidez das Fezes.
No primeiro, o paciente tomará uma bebida láctea. A partir disso, sua respiração será monitorada para medir a quantidade de hidrogênio. Ao final, a resposta do nível do composto poderá indicar a presença ou não do quadro.
O segundo teste é mais indicado para bebês e crianças jovens. A proposta é medir a quantidade de lactose presente nas fezes.
Qual é o tratamento?
A intolerância à lactose não é considerada uma doença, pois ela pode ser tratada com uma dieta específica e medicamentos. No início, é normal que ocorra a suspensão do leite para reduzir os sintomas, mas dependendo do grau do quadro, ele pode voltar a fazer parte da rotina da pessoa, mesmo que em menor quantidade.
O tipo de medicamento e o tratamento ideal dependem do caso. Neste sentido, é necessário procurar ajuda de um especialista.
A intolerância à lactose é a deficiência de uma enzima que digere o açúcar do leite. No momento, esse é um dos quadros mais comuns na população de todo o mundo, mas costuma não ser diagnosticado. Os impactos na vida do paciente dependem do grau de intolerância à lactose.
Gostou do conteúdo e quer ficar por dentro de outras informações para manter a sua saúde em dia? Então, assine nossa newsletter.
Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.