Os distúrbios alimentares estão cada vez mais presentes na vida dos brasileiros. Maus hábitos alimentares associados à ausência de atividade física na rotina são os principais responsáveis, além da predisposição genética.
De acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia, 70% da população apresenta algum tipo de gastrite. Nas últimas décadas, os fatores emocionais se tornaram outras causas da gastrite. Estresse e ansiedade podem agravar o quadro ou desencadeá-lo.
Listamos informações importantes sobre o assunto neste post. Continue a leitura e fique por dentro do tema!
O que é gastrite?
Neste ponto, precisamos de uma explicação bem técnica. Mas calma, é fácil de entender! O nosso estômago tem uma mucosa que o reveste e protege contra a ação de ácidos presentes nos alimentos que consumimos — como chocolate, café e limão. Quando a pessoa tem gastrite, identifica-se que essa mucosa está inflamada, de forma aguda ou crônica.
Eventualmente, esse mal é confundido com a úlcera, principalmente por causa dos sintomas, que se assemelham — mas a úlcera é ainda mais grave.
A gastrite comum é provocada por uma bactéria: a Helicobacter pylori. Ela se instala abaixo da camada de muco do estômago e, lá, passa a liberar urease, uma enzima que altera o pH da região. A liberação contínua dessa substância, motivada pela multiplicação desse microrganismo, causa uma reação inflamatória no estômago. Se o órgão não estiver fortalecido, ou seja, não contar com uma boa defesa, a mucosa começa a ser corroída.
Essa corrosão permite que o ácido gástrico aja diretamente sobre o estômago, o que ocasiona sintomas como azia e queimação. Esses sinais podem ser temporariamente silenciados pela ação de remédios, mas se não ocorrer o devido acompanhamento médico e nutricional, a doença se agrava e pode evoluir para uma úlcera ou até mesmo um câncer.
Quais são as causas da gastrite?
A causa da gastrite depende do tipo. Quando é acionada pela bactéria já citada, a gastrite pode ser provocada por meio de alimentos, objetos e até água contaminada. Quando se trata da versão reativa, a pessoa adquire a doença por meio de seus hábitos de vida, como o excesso de ingestão de medicamentos anti-inflamatórios.
Além disso, quem bebe ou fuma tem chances elevadas de contrair o distúrbio. Em situações mais raras, também é possível adquirir gastrite após uma cirurgia de redução de estômago ou por exposição à radiação.
Já a gastrite nervosa, como seu próprio nome indica, tem relação com a saúde mental. Episódios constantes de estresse e ansiedade são capazes de desencadear essa reação no sistema digestório.
Por fim, o jejum prolongado seguido de refeições exageradas, a ingestão de alimentos industrializados, como refrigerantes e carnes processadas, e o consumo excessivo de café fazem mal e podem acabar desencadeando a doença.
Quais são os sintomas?
É comum que, ao sentir azia ou queimação no estômago, a pessoa associe à gastrite, mas nem sempre os sinais de má digestão estão relacionados ao distúrbio. Os sintomas e suas intensidades variam de acordo com a forma que a doença foi contraída. Em geral, são estes:
● queimação na parte superior do abdômen;
● náusea;
● vômito;
● distensão abdominal;
● empachamento (ou a sensação de estar com a barriga cheia, ainda que a última refeição tenha sido moderada).
Como identificar a gastrite?
Ao apresentar esses sintomas com frequência, isto é, notar que eles aparecem todos os dias (ou em curtos intervalos), o ideal é marcar uma consulta com o gastroenterologista. A primeira medida será realizar uma endoscopia, a fim de analisar como está o órgão e se seu revestimento está fragilizado.
Vale ressaltar que esse exame é útil, inclusive, para o diagnóstico de doenças mais graves, como o câncer e a úlcera. Durante a realização do exame, que é feito sob sedação e jejum, o médico pode coletar alguns fragmentos do tecido e, assim, identificar o problema.
Caso haja necessidade, o profissional também pode solicitar outros exames (de sangue, de fezes etc.) para aprofundar a investigação. Esses sintomas também são comuns em casos de esofagite e inflamação no pâncreas, por isso, é preciso contar com acompanhamento médico para ter o diagnóstico concreto e tomar a medicação correspondente.
Qual é a diferença entre gastrite e refluxo?
Diferenciar gastrite de refluxo é um desafio para muita gente. Embora esses distúrbios se assemelhem nos sintomas, eles atacam partes diferentes do sistema digestório. Enquanto a gastrite acontece no estômago, corroendo seu revestimento, e causando desconforto na região abdominal; o refluxo atinge a região do esôfago, causando queimação e azia logo após a ingestão de alimentos (o que é agravado em alguns casos). Também há episódios de intensa dor no tórax e tosse seca.
O diagnóstico da gastrite depende de exames relativamente invasivos como a endoscopia. Já o refluxo pode ser identificado com a ficha de anamnese do paciente, na qual são relatados seus sintomas e hábitos relacionados. Vale lembrar que essa análise deve ser feita por um gastroenterologista.
Qual é a importância do acompanhamento médico?
Felizmente, a gastrite tem tratamento e cura, mas seu êxito depende da disposição da pessoa em abrir mão do fator desencadeante. Alguns casos são considerados mais fáceis, como o que é gerado pela bactéria, mas outros, como a gastrite nervosa, se tornam mais complicados por exigir uma mudança mais profunda de hábitos, comportamentos e estilo de vida.
De qualquer forma, o acompanhamento médico é indispensável para o diagnóstico e o tratamento serem efetivos. O profissional será o responsável por prescrever os remédios adequados, a dosagem e por quanto tempo serão necessários para a recuperação completa. É importante lembrar que a automedicação é muito arriscada e pode não apenas comprometer o tratamento, como agravar o quadro. Em caso de dúvida ou piora, comunique o seu médico.
Prevenir-se contra esse distúrbio ajuda a afastar, inclusive, outras ameaças. Alimentar-se bem — incluindo frutas, legumes e carnes magras na dieta —, praticar uma atividade física prazerosa, evitar o consumo de álcool e o tabagismo são ações que auxiliam seu organismo a viver bem e diminuem a incidência de doenças como a gastrite. Invista nesse estilo de vida!
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Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.