Mãos suando, coração palpitando em ritmo
acelerado, falta de foco, dor de barriga... Você já notou que esses sintomas
costumam aparecer quando nos sentimos ansiosos? Pois é. A ansiedade é uma
emoção natural do ser humano. O problema é quando ela se torna recorrente,
capaz de afetar seu bem-estar e trazer prejuízos tanto para a vida
pessoal quanto para a vida profissional.
Pensando em explicar o que é essa condição,
quais são seus sintomas e principalmente como controlar a ansiedade,
conversamos com a psicóloga Daniele Cristine Fanti, que faz parte da equipe de
Medicina Preventiva da Unimed Campinas.
O resultado desse bate-papo você confere
neste post. Boa leitura!
O que é a ansiedade?
De forma resumida, a ansiedade pode ser
considerada uma resposta do nosso corpo a um ou mais estímulos estressores. Ela
é desencadeada por diferentes fatores, que nem sempre são externos. Muitas
vezes, aliás, envolvem questões internas, como é o caso de preocupações que
temos com problemas do cotidiano.
Neste ponto, inclusive, vale fazer uma
diferenciação: ansiedade e estresse são coisas diferentes, apesar de andarem
lado a lado. Enquanto a ansiedade é uma resposta do nosso corpo, o estresse se
refere a episódios pelos quais passamos que nos levam a um desequilíbrio
emocional, psicológico e/ou físico, que pode ser moderado ou intenso.
"A ansiedade aumenta a produção de
adrenalina, enquanto o estresse provoca a liberação de cortisol no
organismo. Esses dois hormônios aumentam a predisposição para doenças
mentais", pontua a psicóloga.
Quais são os sintomas da
ansiedade?
Tremor, confusão mental, cefaleia,
taquicardia, sudorese aumentada, queda de cabelo, dores de barriga e dificuldades
cognitivas, como de concentração, memória e atenção são os principais sintomas
experimentados por quem sofre com a ansiedade.
Daniele Cristine Fanti destaca que tais
sintomas da ansiedade costumam ser classificados como físicos, mas, na verdade,
são psicológicos.
"O que acontece é que as emoções
sentidas pelo indivíduo, principalmente quando contínuas e intensas, causam
reações fisiológicas que são expressadas pelo corpo. Por isso há frequentemente
essa confusão", pontua.
Outro ponto destacado pela psicóloga é que
a ansiedade pode desencadear a recorrência a válvulas de escape, que são usadas
para aliviarem os sintomas ou simplesmente como apoio para que o ansioso não se
sinta imerso em pensamentos de medo, preocupação e pessimismo.
"Entre as principais válvulas de
escape estão a compulsão alimentar, o consumo de bebida alcoólica e drogas
ilícitas e o excesso de exercícios físicos", enumera a psicóloga da
Medicina Preventiva da Unimed Campinas.
Até que ponto é normal sentir
ansiedade?
Diferentemente do que muita gente pensa,
sentir ansiedade é algo normal e até mesmo essencial.
"Ansiedade é ansiar por algo. Ela faz
com que a gente levante da cama, com que a gente saia de casa, busque melhorar
enquanto indivíduos. Porém, a ansiedade passa a ser preocupante quando ela se
torna patológica — isto é, considerada um problema de saúde. Neste ponto, ela
passa a nos impedir de realizar nossas atividades diárias", explica a
psicóloga.
Isso porque quando a ansiedade se torna
excessiva, você se torna menos produtivo, não consegue mais se engajar nas
coisas que fazia ou gostava até então e passa a ter dificuldades nas suas
relações interpessoais, profissionais, acadêmicas e sociais. Tudo isso, é
claro, sem falar nos sintomas físicos que trazem uma redução significativa na
qualidade de vida.
"O ansioso patológico tem uma
característica marcante: ele se preocupa demais com o futuro. Vive em estado de
alerta, querendo sempre estar um passo à frente. Ele vive em um tempo em que se
coloca muita expectativa e energia, mas no qual não é possível ter qualquer
controle ou capacidade de mudar que coisas vão acontecer (ou mesmo como e
quando elas vão acontecer). O resultado disso, infelizmente, é que ele está
fadado a ficar angustiado, frustrado e pessimista quanto ao futuro",
detalha a psicóloga da Medicina Preventiva da Unimed Campinas.
Como controlar a ansiedade no
dia a dia?
A psicóloga elenca algumas dicas úteis
sobre como controlar a ansiedade que também contribuem para diminuir o
surgimento de crises ansiosas, ou seja, momentos muito angustiantes nos quais
os sintomas ansiosos se tornam mais intensos e incapacitantes. São elas:
●
evitar locais em que você se sinta desconfortável, pressionado ou exposto — já que isso funciona como um elemento que
gera ansiedade;
●
buscar estar próximo de pessoas conhecidas ou íntimas ao longo do dia, principalmente em ambientes ou
contextos novos, pois isso ajuda a manter a calma e a reduzir as sensações de
medo, insegurança e preocupação;
●
focar na respiração diafragmática,
permitindo que os pulmões obtenham um maior volume de oxigênio — que será
transportado para os outros órgãos, incluindo o cérebro. Isso vai permitir que
você se tranquilize, consiga recuperar o foco no ambiente ao seu redor e
diminua a sensação de pânico;
●
tirar pequenas pausas no dia para fazer
atividades que promovam bem-estar, relaxamento e ócio criativo, como praticar
atividade física, escrever um diário, ler um livro, pintar, bordar etc.;
●
não passar tempo demais no celular,
especialmente nas redes sociais conferindo postagens e outros conteúdos que
possam ser gatilhos de ansiedade e estresse;
●
olhar para si, com o intuito de recobrar e manter a consciência sobre quem você é, onde está e o que faz naquele momento. Isso é
muito útil para racionalizar a situação em que você está e reconhecer que o
medo, a angústia e o pessimismo que sente são desproporcionais e não condizem
com a realidade.
Quando procurar ajuda
profissional?
Se você percebe que vem se sentindo mal
diariamente, com uma angústia que não passa e que causa sofrimento, é o momento
de buscar ajuda.
"Do contrário, a ansiedade pode passar
a manifestar sintomas cada vez mais fortes que se convertem em episódios de
crise de difícil controle e ainda podem desencadear diferentes transtornos
mentais, como a síndrome do pânico", explica Daniele Cristine Fanti.
Neste momento, é possível procurar de
imediato um psicólogo para fazer um acompanhamento terapêutico e aprender como
controlar a ansiedade. Outra possibilidade é se consultar com um clínico geral
que atenda pelo seu plano de saúde, por exemplo.
Isso porque, por meio de exames, o médico
pode avaliar se você apresenta disfunções ou alterações orgânicas responsáveis
pelo aumento da ansiedade. Em caso negativo, o próprio profissional encaminhará
o paciente para um psicólogo, considerando que a origem do problema é
emocional.
Já em casos de crise de ansiedade, você
pode procurar atendimento em um pronto-socorro. A equipe multidisciplinar do
local estará apta a ajudar a passar por esse momento e, quando preciso, medicar
para reduzir os sintomas da ansiedade.
Agora que está mais claro como diminuir a
ansiedade e, em especial, quando identificar se ela está em um nível
patológico, você já sabe como proceder. Procure ajuda especializada em saúde
mental. Dessa forma, será possível trabalhar a sua reação diante de fatores
estressores e aprender táticas que poderão ser incorporadas na sua rotina para
promover mais bem-estar emocional e psicológico.
Aproveitando que o assunto do artigo é sobre ansiedade, não deixe de conferir nossas dicas de como relaxar a mente após o trabalho!
Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.