Muitos pais, tios, avós, entre outros adultos que convivem com crianças na família, vêm buscando informações sobre o que é e como prevenir a obesidade infantil. Afinal, esse é um assunto que está sendo cada vez mais discutido nos meios de comunicação.
E não é para menos. Afinal, a obesidade infantil se instala, muitas vezes, sem que a família se dê conta, causando impactos negativos na qualidade de vida dos pequenos.
Se você convive com crianças e se preocupa
com as consequências da obesidade para elas, acompanhe esse post e entenda como
identificar e lidar com esse problema!
O que é obesidade infantil?
O termo obesidade infantil tem basicamente o mesmo significado de obesidade em adultos: trata-se do ganho e da manutenção de um grande volume de gordura no corpo, o que pode impactar no funcionamento do organismo e no bem-estar mental.
Tanto é que, como destaca artigo de 2020 da Revista Brasileira de
Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, esse quadro de saúde costuma acarretar
complicações diversas, como:
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disfunções cardiovasculares;
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problemas de diabetes e hipertensão;
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desregulação do sono;
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transtorno mentais;
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redução das capacidades físicas
e motoras.
O que diferencia a obesidade em adultos da obesidade infantil é o fato de os profissionais de saúde estudarem, pesquisarem e avaliarem o aparecimento desse problema especificamente nos anos iniciais da vida.
Como ressalta o artigo já mencionado,
crianças obesas têm alta probabilidade de permanecerem obesas na adolescência
e, consequentemente, na vida adulta — algo que pode impactar de forma
expressiva a vida como um todo de um indivíduo —, afinal, infância é a época de crescimento físico,
psicológico e emocional das crianças. É também a fase de desenvolvimento
imunológico, do início da socialização, do ingresso na vida escolar, do contato
de garotos e garotas com diferentes atividades recreativas etc.
Qual é o panorama da obesidade
infantil?
Um levantamento de 2019 realizado pelo Ministério da Saúde sobre o tema traz dados reveladores sobre o avanço da obesidade infantil no nosso país, a começar pelo fato de que 7,9% das crianças com menos de 2 anos idade estão obesas, enquanto outros 11% já apresentam sobrepeso, que pode evoluir para esse estado de saúde.
Já na faixa etária entre 2 e 4 anos, os percentuais diminuem um pouco. Ao todo, 6,5% se encontram obesas e 7,8% com sobrepeso. No entanto, na faixa etária seguinte, que vai dos 5 aos 9 anos, os números praticamente duplicam.
O levantamento do órgão mostra que há 16,1% de pequenos com sobrepeso e 13,2% com obesidade. O ponto de atenção é que, neste último grupo, uma parcela significativa (cerca de 36,36%) já desenvolveu um estado grave de obesidade.
Ou seja, são futuros adultos que provavelmente vão precisar de intervenções e cuidados específicos de atenção à saúde para não terem outras complicações no bem-estar e qualidade de vida. Em números absolutos, já são 2 milhões de crianças com excesso de peso (seja sobrepeso ou obesidade) no Brasil.
Esses são números expressivos, visto que já
ultrapassam até mesmo o total de habitantes de 5 estados brasileiros, como
mostra projeção virtual do IBGE. São eles: Roraima (672
mil), Amapá (902 mil), Acre (926 mil), Tocantins (1,6 milhão) e Rondônia (1,8
milhão).
Quais são as causas da
obesidade infantil?
A alimentação em excesso, com alimentos de baixo valor nutritivo (como processados, congelados, refrigerantes, doces, massas etc.), está entre os principais fatores para o aparecimento da obesidade em crianças, porém, esse não é o único responsável.
O sedentarismo nos primeiros anos de vida e a
predisposição genética também podem contribuir para o desenvolvimento desse
problema.
Quais as consequências da
obesidade infantil para a saúde da criança?
À medida que avança, esse problema se torna uma doença crônica, ou seja, vai demandar cuidados diversos e recorrentes para que se mantenha sob controle e não ocasione o aparecimento de comorbidades, isto é, outras enfermidades que surgem associadas à primeira.
Esse tipo de medida é necessário pelo tempo em que a criança permanece com esse excesso de gordura corporal. Logo, estamos falando de algo que pode durar meses, anos ou até mesmo a vida toda.
Além disso, a obesidade mórbida infantil é outra consequência séria. Isso porque, em situações em que há um acúmulo ainda mais expressivo de gordura, os riscos à saúde se tornam importantes. Há situações em que a criança pode até mesmo enfrentar dificuldades para se locomover no dia a dia.
Para completar, o principal tratamento para
os casos de obesidade mórbida é o cirúrgico — a chamada cirurgia bariátrica. Porém, no Brasil, ela não é realizada em
crianças. Segundo a resolução nº 2.131/15, do Conselho Federal de Medicina (CFM), ela pode ser feita apenas por
adultos ou jovens com 16 anos ou mais.
Como evitar a obesidade
infantil?
Para prevenir a obesidade infantil é importante incentivar bons hábitos alimentares. Para isso, conte com o acompanhamento de um nutricionista, que é o profissional indicado para orientar sobre como montar a dieta das crianças de forma saborosa e diversificada, sem abrir mão dos aspectos nutricionais.
Além disso, é importante passar por consultas regulares com um pediatra, para que possa ser avaliado como anda o desenvolvimento dos pequenos. Em caso de suspeitas de compulsão alimentar, o atendimento com psicólogo também é indicado, afinal, diversas questões emocionais podem influenciar na relação das crianças com a comida.
Por último, mas não menos importante, incentive meninos e meninas a praticarem exercícios físicos e a fazerem aulas e treinos de algum esporte de preferência deles.
Sempre que possível, também coloque na agenda da família programas recreativos que estimulem os mais novos a se manterem ativos: fazer trilhas, andar de bicicleta, brincar na praia etc.
Como mostramos, a obesidade infantil no Brasil é um problema sério e que merece, sim, a atenção da sociedade para a promoção — dentro e fora dos lares — de ações que resguardem a infância e garantam um desenvolvimento saudável, nos aspectos físico, mental e emocional.
Além disso, é importante que garotos e garotas tenham um acompanhamento multidisciplinar em saúde. Isso é de grande valor para dar o suporte necessário durante o crescimento dos mais novos e estimular bons hábitos alimentares e a atividade física.
Gostou deste conteúdo? Então, aproveite a visita ao blog e saiba mais sobre o papel da medicina preventiva na mudança de hábitos para se alcançar um estilo de vida mais saudável e com menos risco de desenvolvimento da obesidade!
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.