Independentemente da
idade, existem alguns fatores que causam problemas relacionados ao
desequilíbrio hormonal e metabólico. Um dos mais comuns é a hipoglicemia, que pode ter relação com
o diabetes. Tais problemas exigem atenção especial, antes
que evoluam para quadros mais graves.
Sob essa ótica,
explicaremos o que é hipoglicemia,
seus sintomas e como reconhecer as principais manifestações desse distúrbio.
Ainda, conheça as formas de prevenção
e as opções de tratamento para reduzir os impactos dessa condição que tanto
desafia a Saúde Pública. Boa leitura!
Afinal, o que é
hipoglicemia?
Em vias gerais,
pode-se afirmar que a hipoglicemia é
um desequilíbrio provocado pela redução da glicose, o açúcar do sangue. Essa
substância é responsável pelo fornecimento de energia para a realização das
funções do organismo. Se a concentração dela estiver baixa, é preciso corrigir
o problema para evitar certas complicações.
Devido aos diferentes
mecanismos que envolvem as funções hormonais, a hipoglicemia pode surgir tanto em indivíduos já diagnosticados com
diabetes como em quem não tem a doença. Isso acontece porque em certas pessoas,
às vezes, a insulina, hormônio
produzido pelo pâncreas, não funciona bem.
O papel da insulina é
promover a entrada da glicose nas células para que elas tenham energia para
desempenhar suas funções. Porém, podem ocorrer desajustes hormonais que
atrapalham esse processo. No caso da hipoglicemia, o sangue fica com pouca
quantidade de glicose circulante, que é a principal característica dessa
condição.
Além disso, também é
importante que você saiba que há três
níveis de hipoglicemia. Observe:
●
Nível 1 — valores entre 69 – 54 mg/dL
●
Nível 2 — valores entre 53 – 46 mg/dl
●
Nível 3 — valores abaixo de 45, que é considerado hipoglicemia severa.
Quais os tipos de
diabetes e qual a sua relação com a hipoglicemia?
Ainda que estejam
relacionadas, convém conhecer as diferenças entre esses dois mecanismos. Como
já descrito, a hipoglicemia é uma
manifestação clínica resultante da diminuição das taxas de açúcar (glicose) no
sangue. Por sua vez, o diabetes apresenta características contrárias, já que o
quadro é marcado pela hiperglicemia.
Contudo, existem
vários tipos de diabetes e os mais comuns são o Diabetes mellitus (ou Diabetes
Juvenil ou DM Tipo 1), Diabetes mellitus (ou DM Tipo 2) e o Diabetes
gestacional. Geralmente, o tipo da doença depende de suas peculiaridades, já
que o diabetes ocorre por diferentes causas.
O DM Tipo 1 é mais
comum em crianças e adolescentes e está relacionado às questões autoimunes. Já
o DM Tipo 2 resulta da resistência à
insulina, mesmo que esse hormônio seja produzido normalmente pelo pâncreas.
Nos dois casos, ocorre o acúmulo de açúcar no sangue, quadro chamado de
hiperglicemia.
Vale destacar,
entretanto, que esses são os distúrbios fisiológicos mais comuns na população.
Assim sendo, entender a relação entre diabetes e hipoglicemia ajuda a identificar os sintomas e a buscar ajuda o
quanto antes.
Nesse sentido, tais
distúrbios exigem atenção profissional especializada, pois são associados a
comorbidades que afetam a qualidade de vida. No âmbito econômico, o tratamento
desses pacientes demandam altos custos para o governo, já que o risco
de complicações é elevado.
Como identificar
a hipoglicemia?
Na maioria dos
pacientes, a hipoglicemia provoca
sintomas associados a diferentes fatores. As manifestações são classificadas de
acordo com a gravidade e os órgãos mais afetados. Observe!
Os principais sinais físicos são:
●
fraqueza muscular;
●
tremores;
●
palidez.
Quanto aos sinais
cardiovasculares, veja os que merecem atenção:
●
aumento da frequência cardíaca;
●
alteração da pressão arterial;
●
falta de ar.
Também é preciso
observar as seguintes alterações gastrointestinais:
●
mal-estar geral;
●
náusea;
●
vômito;
●
dores abdominais;
●
sensação de fome.
Além desses, a crise
hipoglicêmica também apresenta sinais relacionados à diminuição da glicose no cérebro. Os mais
comuns são:
●
tontura;
●
dores de cabeça;
●
confusão mental;
●
sensação de desmaio e convulsões;
●
redução do
nível de consciência;
●
dificuldades visuais.
Por fim, vale frisar a
importância de conhecer esses sinais para evitar que sejam confundidos com
alcoolismo, cansaço, fraqueza e indisposição. Isso ajuda a agir rapidamente na
busca de ajuda médica para evitar a progressão do quadro.
O que causa a
hipoglicemia?
Nos diabéticos, esse
distúrbio é causado por um desequilíbrio entre a quantidade de insulina
reposta, as doses de medicamentos e a quantidade de açúcar consumido. Porém, em quem não tem diabetes, a hipoglicemia pode se manifestar logo
após a ingestão de carboidratos.
Outra possibilidade de
ocorrência desse problema é em indivíduos com hábito de “pular” refeições,
principalmente em dietas de emagrecimento. Nesses casos, o risco de crise
hipoglicêmica é maior porque há um longo período de jejum. Essa condição faz
reduzir, drasticamente, os níveis de glicose sanguínea.
Destacamos as
principais causas de hipoglicemia em
jejum. Confira:
●
tumores pancreáticos;
●
uso abusivo de álcool;
●
excesso de
atividade física sem compensação alimentar;
●
uso
inadequado de medicamentos para o tratamento de diabetes;
●
deficiência
na taxa de hormônios responsáveis pela liberação de glicogênio;
●
desequilíbrio
metabólico que leva à produção excessiva de insulina pelo pâncreas;
●
complicação
de cirurgia bariátrica, que é popularmente chamada de redução de
estômago.
É verdade que a
hipoglicemia pode virar diabetes?
Em primeiro lugar é
preciso destacar que o desenvolvimento de uma enfermidade não ocorre apenas por
um único motivo. Geralmente, há vários fatores envolvidos. No entanto, as
pessoas que têm distúrbios metabólicos como hipoglicemia são mais vulneráveis a complicações.
Assim como existem
diferentes tipos de diabetes, também há manifestações clínicas distintas da hipoglicemia. Entre elas, a que mais
aumenta a chance de evoluir para diabetes é a crise hipoglicêmica reativa,
também chamada de pós-prandial. Por isso, ela é vista como um sinal de risco
para o diabetes.
Nesse quadro, a pessoa
apresenta queda de glicose entre 3 a 5 horas após as refeições. Isso acontece
devido ao desequilíbrio entre os valores de glicose e do hormônio insulina no
sangue. Em geral, tais sintomas são mais comuns em quem consome alimentos ricos
em carboidratos simples (açúcares), o que eleva as chances para o desenvolvimento do diabetes.
É possível
prevenir as crises de hipoglicemia?
Sim. Mas especialmente
os portadores de diabetes devem ficar atentos às recomendações que ajudam a
evitar novos episódios da doença. Para se resguardar desse problema, eles
precisam observar o seguinte:
●
reduzir o consumo do açúcar branco e de alimentos à base de farinha de trigo;
●
fazer 4
refeições diárias contendo frutas, legumes, verduras e cereais;
●
não pular
nenhuma refeição para evitar o risco de diminuir o aporte glicêmico;
●
observar
as orientações do nutrólogo ou do nutricionista sobre a quantidade ideal de
carboidratos na dieta;
●
evitar o
consumo de bebidas alcoólicas, pois o álcool provoca reações no organismo que
afetam diretamente o seu funcionamento;
●
manter um
cronograma de atividade física de forma regular e moderada;
●
controlar a ansiedade e minimizar o estresse diário;
●
cuidar
para não errar nas doses diárias das medicações prescritas;
●
priorizar
o equilíbrio das emoções, pois o estado psicológico influencia a saúde física.
Quais são os
melhores alimentos para quem é hipoglicêmico?
Independentemente do
tipo de doença, a composição da refeição faz toda a diferença. Isso ainda é
mais evidente nos distúrbios metabólicos, já que a hipoglicemia se manifesta pelo desequilíbrio das taxas de açúcar no
sangue. Por tal razão, ter cuidado com o que vai à mesa é fundamental.
Assim, para um melhor
controle dos sintomas e prevenção desse quadro, o ideal é apostar nos alimentos
integrais, que contenham fibras. Incluir proteínas como aves, ovos, leite e
derivados também influencia o aporte
nutricional recomendado. Nozes e castanhas também são indicadas, pois
contêm óleos essenciais e saudáveis.
Além do mais, convém
ressaltar a importância da combinação dos alimentos na correção da
hipoglicemia. Nesse sentido, todo cuidado é pouco quanto ao consumo dos
carboidratos. Pão branco e batata, por exemplo, devem ser consumidos em
separado.
Evite combinar esses
alimentos com fibras, proteínas ou gorduras, pois eles são de difícil digestão
e podem retardar a correção das taxas de glicemia. Lembre-se de que, além do
pão, açúcar, bolos, biscoitos e todos os tipos de massa também são carboidratos
A hipoglicemia
pode causar complicações?
Sim. Ainda que a hipoglicemia seja menos frequente nos
pacientes acometidos por DM Tipo 2, essa doença pode atingir um alto nível de
gravidade. Em algumas condições, o açúcar no sangue pode baixar bruscamente.
Normalmente, isso costuma acontecer em situações que podem ser evitadas.
As mais comuns são
quando a dose de medicamento está errada e durante a realização de exercícios
físicos sem a alimentação adequada.
Tais quadros também podem se desenvolver se a ingestão de carboidratos for
menor que a indicada. Isso é mais evidente em circunstâncias em que há perda de
alguma refeição, atraso no horário ou mesmo por esquecimento.
Nessas circunstâncias,
as taxas de insulina se tornam tão baixas que as células não conseguem absorver
a glicose, o que compromete a produção de energia. Por tal motivo, o organismo
lança mão de outros recursos para obter a energia necessária ao desempenho de
suas funções.
Com isso, a pessoa pode
ter graves complicações. Devido às próprias características da doença, o
descontrole nas funções orgânicas causa a desidratação. Sem a quantidade ideal
de água, os órgãos como rins, fígado e cérebro não conseguem funcionar direito.
Em situações assim, a orientação é encaminhar a pessoa para atendimento
emergencial.
Nessa situação, você
saberia reconhecer os principais sintomas que surgem nos pacientes diabéticos
mais graves? Observe os sinais que merecem atenção:
●
polidipsia (muita sede);
●
poliúria
(aumento do volume de urina);
●
polaciúria
(aumento da frequência de urina):
●
respiração ofegante
(hiperventilação);
●
mal-estar,
náusea e vômito;
●
cansaço extremo e fadiga;
●
desconforto abdominal;
●
hálito “azedo” (ou cetônico).
Como é o
diagnóstico de hipoglicemia?
Tanto em pacientes
diabéticos como nos que não são diagnosticados com esse distúrbio, o
diagnóstico de hipoglicemia é
semelhante. Ou seja, a doença é definida como um mecanismo que leva à
concentração de glicose plasmática anormal, com valores abaixo dos padrões de
referência.
Assim, a confirmação
diagnóstica requer a avaliação do histórico clínico, além da análise de exames
laboratoriais de dosagem de glicemia. Outros exames complementares também são
essenciais, como o teste de hemoglobina
glicada, que indica o nível de eficácia do tratamento de diabetes.
Quais são as
doenças que causam hipoglicemia?
Alguns quadros
clínicos marcados por doenças crônicas ou distúrbios hormonais podem
influenciar o surgimento da hipoglicemia.
Contudo, é necessária uma análise médica criteriosa dos sintomas antes de
estabelecer o diagnóstico.
Geralmente, as
condições que podem resultar nesse distúrbio são:
●
doenças do
rim, fígado e do coração, quando em alto nível de complexidade;
●
níveis reduzidos
de hormônios como glucagon e adrenalina;
●
tumores no
pâncreas, que levam à produção descontrolada de insulina ou impeçam a produção
desse hormônio.
Como corrigir a
hipoglicemia?
Como já descrito, as
condições em que as taxas de glicemias estejam abaixo de 70mg/dl são sinais de
alerta. Normalmente, essa doença é acompanhada de sinais que podem evoluir para
situações mais graves como convulsões e perda da consciência.
Por tal razão, ter
conhecimento suficiente para perceber os sintomas é crucial para a
detecção da hipoglicemia e, assim,
procurar meios de reverter esse quadro. Entretanto, a forma mais adequada de
controlar os sintomas para melhorar a qualidade de vida é pela monitoração da
glicemia.
Assim sendo, os
pacientes já diagnosticados, ou que pertençam ao grupo de risco, devem estar
atentos às orientações para controle e prevenção desse problema. Em situações
de crises, é possível oferecer ao paciente algum alimento via oral. O ideal é que a composição desse produto tenha
em torno de 15 gramas de carboidrato simples.
Na impossibilidade de
administrar essa quantidade de carboidrato, existem outras alternativas para a
correção da hipoglicemia. Observe:
●
uma colher
de sopa de açúcar, que pode ser dissolvida em 200 ml de água;
●
uma colher
de sopa ou 3 sachês de mel puro ou com sabor de frutas;
●
150 ml de refrigerante comum;
●
300 ml de
suco de laranja integral;
●
ou 3-4
balas comuns (não dietéticas) mastigáveis.
Por fim, vale
ressaltar a relevância de manter um cronograma de visitas regulares ao médico
para prevenir e tratar doenças como a hipoglicemia.
Tendo em vista as projeções estatísticas para esse tipo de distúrbio, também é
importante adotar um estilo de vida mais
saudável para evitar problemas assim.
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Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.