Crianças, idosos, indígenas e mulheres grávidas formam um
grupo importante na fila de priorização de vacinas. Devido a seu sistema
imunológico mais fragilizado, as autoridades de saúde reforçam a importância de
ampliar a cobertura contra as mais variadas enfermidades. Além disso, há o caso
da gravidez, em que a vacina pode imunizar mãe e criança com uma única dose. Um
bebê no ventre é ainda mais vulnerável, logo, vacinação da gestante precisa ser
levada a sério.
Logo no início do pré-natal, a mamãe deve ser orientada pelo
obstetra em relação a quais doses devem ser administradas, visto que cada uma
respeita o tempo de gestação, a fim de ter um melhor efeito de proteção para
mãe e bebê.
Continue a leitura e saiba mais sobre a vacinação da
gestante!
Qual é a importância da vacinação da
gestante?
As vacinas salvam milhares de vidas todos os anos. Milhões
são investidos para que elas sejam desenvolvidas e consigam cumprir essa
finalidade. Mesmo assim, segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo),
mais da metade das grávidas deixaram de se vacinar durante a gestação em 2020.
Quando isso ocorre, seja pela falta de orientação médica,
seja pela negligência da grávida, ela e o bebê correm riscos, renunciando uma
parte importante do pré-natal. Vale destacar que a proteção adquirida
com a vacinação, além de proteger a ambos, não vale apenas para quando o bebê
está dentro do útero, mas também para mantê-lo imunizado em seus primeiros
anos.
Para a mulher, especificamente, é igualmente primordial. Na
gravidez, sua imunidade passa por várias alterações, estando mais suscetível ao
ataque de agentes infecciosos. Como seu organismo está bastante ocupado,
mantendo-se em funcionamento e gerando uma nova vida, é comum que ela fique
mais vulnerável e, sem a devida proteção, o perigo é maior.
Seguindo as recomendações vacinais, ela se previne contra o
parto prematuro, aborto, além de ajudar na formação do sistema nervoso central
e cardiovascular da criança. Os anticorpos passam de um para o outro por meio
da placenta e, após o parto, por meio do aleitamento materno.
Essa é uma das razões pelas quais a amamentação é tão importante. Apenas depois dos 2
anos o organismo do bebê está maduro o bastante para produzir seus próprios
anticorpos.
Quais vacinas devem ser administradas na
gestante?
Ainda que sejam recomendadas pelas autoridades de saúde, é
importante que, antes de tomá-las, a grávida converse com o obstetra
responsável pelo seu pré-natal para confirmar as informações e saber o melhor
momento da administração.
DTPA
A vacina dTpa protege mãe e bebê contra a difteria, tétano e
coqueluche. Trata-se de um imunizante inativado, ou seja, não causa a doença.
Além da gestante, deve ser aplicada como reforço em crianças a partir dos 3
anos e em pessoas que convivem com bebês com idade inferior a 2 anos.
A dTpa é apenas uma dose. Deve ser tomada a partir da 20ª
semana de gestação, ou seja, a partir do quinto mês. Caso a mulher não tome
ainda estando grávida, é necessário que tome imediatamente após o parto. Vale
lembrar que, caso ela engravide outras vezes, a imunização deve ser repetida.
A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS),
podendo ser administrada em qualquer posto de saúde. Ela é segura, mas pode
apresentar algumas reações, como vermelhidão e inchaço no local da aplicação,
irritabilidade e sonolência.
Hepatite B
Assim como a dTpa, a vacina de Hepatite B é um imunizante
inativado. Ela protege contra infecções no fígado. Se a gestante não tomá-la, é
importante imunizar o bebê logo no puerpério, porque eles ficam bastante vulneráveis
ao saírem do útero.
Ela pode ser tomada em qualquer fase da gestação e é
especialmente recomendada para mulheres que nunca se imunizaram contra
hepatite. São três doses. É possível tomar uma a cada trimestre, planejando-se
bem para não esquecer nenhuma. As possíveis reações são similares as da dTpa.
Influenza
Disponibilizada pelo SUS, a vacina contra influenza protege
da gripe. Ainda que não seja possível se defender 100% contra, ela evita que
complicações decorrentes aconteçam, bem como o índice de internações e óbitos
relacionados. Como esse vírus muda com frequência, a formulação do imunizante
também.
Quem toma pode sentir dor de cabeça, mal-estar e febre, além
do inchaço no local da aplicação. Mesmo os sintomas sendo parecidos com os de
uma gripe comum, é importante destacar que é um imunizante inativado, ou seja,
a pessoa não adoece para se tornar imune.
Covid-19
Por último, recomenda-se a vacinação contra a Covid-19. A
última formulação, chamada de bivalente, tem dois componentes. O primeiro
consegue proteger contra a primeira cepa do vírus; a segunda é eficiente contra
a nova variante ômicron (cujo aparecimento aconteceu após a primeira vacina).
As gestantes que contraem a doença correm mais riscos,
principalmente se não tiverem tomado nenhuma dose. Ficam mais suscetíveis a internação
em UTI, baixo peso do bebê e parto prematuro. Protegendo a si, ela também
protege o bebê, que só poderá tomar sua primeira dose a partir dos 6 meses.
Além dessas vacinas, o obstetra pode recomendar outras, como
a contra hepatite A e as pneumocócicas, conforme o histórico da gestação. Em
tempo: uma que não deve ser administrada é a da febre-amarela, pois é
contraindicada, exceto se os riscos de infecção forem maiores.
Por que atualizar o esquema vacinal?
As vacinas são benéficas tanto para a mãe quanto para o
bebê. Depois do nascimento, a criança segue um calendário de vacinas que abrange
mais de dez, portanto, quanto antes começar a ser imunizado, melhor.
Vacinas são imunizantes que visam ampliar a atuação do seu
sistema imunológico. Boa parte é cedida gratuitamente pelo SUS e pode ser
tomada a qualquer momento, sem a necessidade de esperar campanhas. Aproveite
esse benefício!
A vacinação da gestante, assim como a boa alimentação e a prática de uma atividade
física leve, é fundamental. Após a descoberta da gestação, converse com o
obstetra e tire suas dúvidas sobre a imunização, se precisar. Manter-se em dia
com esse calendário é uma forma de cuidar do bebê desde o começo.
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Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.