Ainda que a gravidez seja considerada um momento mágico na vida da mulher, também é nesse período que seu humor é influenciado pela ação hormonal, que está preparando seu organismo para formar uma nova vida.
Isso significa que ela pode se sentir mudanças drásticas de humor ao longo do dia. A boa notícia é que isso passa, pois se trata de uma fase da maternidade. A experiência de outras gestantes e mães auxilia bastante nessa hora, ao mostrar que a mulher não está sozinha.
O compartilhamento é essencial para deixar
a vivência mais leve e não ocasionar um esgotamento materno. Pensando nisso,
neste artigo, vamos explicar como funciona e como lidar com as mudanças
hormonais da gestação.
Aproveite a leitura!
O que é maternidade?
A maternidade se refere ao ato de ser mãe. Apesar de cada pessoa ter a sua própria experiência, pode-se afirmar que, ao lidar com o maternar, a mulher tem sua vida transformada, assim como sua rotina e prioridades modificadas.
Apesar de bastante romantizada, os relatos honestos publicados nas redes sociais recentemente têm contribuído para desmitificar muitos temas relacionados a ser mãe.
A identificação com com o "ser
mãe" se inicia na gestação, já que os primeiros meses são marcados por um
misto de emoções associados à descoberta. Geralmente, essas emoções são
intensificadas pelos sintomas da própria gravidez, que mexem consideravelmente
com a saúde mental da mulher.
Quais são as mudanças
hormonais durante a gestação?
A fim de entender melhor como se dão as mudanças de comportamento durante a gravidez e maternidade, alguns estudiosos da Universidade de Denver, nos Estados Unidos, constataram que as alterações hormonais ocorridas no início preparam o cérebro da mulher para maternar. Para começar, ele aumenta de tamanho.
Provavelmente você já ouviu que uma grávida tem facilidade para esquecer, que a memória não fica tão boa durante os nove meses. Os profissionais envolvidos nessa pesquisa acreditam que isso pode ter relação com o fato de que a gestante está redirecionando seu foco para o bebê — assim, sua atenção se volta quase que completamente para o que diz respeito a ele.
As modificações cerebrais inevitavelmente interferem na regulação emocional, o que é explicado, também, pelo aumento da produção hormonal. Isso acontece justamente para tornar o organismo um ambiente mais favorável para sustentar a gestação.
Os hormônios que mais se destacam na
gravidez são:
●
HCG — que serve para confirmar
a gestação por meio de um exame que antecede o pré-natal;
●
progesterona — produzida pelos ovários,
é ela quem prepara o útero para o desenvolvimento do bebê;
●
estrógeno — atua no sistema
circulatório e estimula o crescimento uterino;
●
prolactina — hormônio que
favorece a produção de leite materno.
Quais são as mudanças
hormonais no pós-parto?
Enquanto a taxa hormonal sobe na gravidez, esses níveis caem de forma brusca no pós-parto — mais especificamente, após a expulsão ou remoção da placenta.
Essa queda não é novidade: durante a menstruação, alguns desses hormônios já têm esse comportamento. Porém, isso não acontece de forma abrupta, o que impacta bastante o emocional da recém-mãe — em especial, as que são de primeira viagem.
Essa mudança provoca oscilações de humor, melancolia, culpa, tristeza, dificuldade para se concentrar e choro fácil. A junção desses sintomas ganhou o nome de baby blues, que acomete até 80% das mulheres no puerpério. A tendência é que apareça na primeira semana de pós-parto e acabe no mesmo mês.
Apesar de esperado devido à baixa hormonal, é essencial que a mãe conte com uma rede de apoio, principalmente para cuidar da casa e do bebê. A fase inicial exige um cuidado maior em relação à alimentação, aplicação de vacinas, realização de exames etc.
Essa rede não deve ser formada apenas por
parentes e familiares, mas amigos, que lhe deem suporte nesse momento de tantos
altos e baixos. Além de pessoas próximas, algumas vezes, é necessário ter ajuda
psicológica, principalmente se os sinais prosseguirem por meses após o fim da
gravidez. Isso porque o baby blues pode
evoluir para uma depressão pós-parto.
Como lidar com as
transformações emocionais durante a maternidade?
Viver a nova rotina acompanhada do bebê pode se relevar um misto de satisfação — por finalmente tê-lo em seus braços — e culpa por não apreciá-lo como acha que deveria. Isso ocorre, principalmente, ao se tratar de um bebê prematuro, que chega em uma atmosfera de ansiedade e angústia.
Essa combinação de sentimentos deve ser compartilhada com alguém de confiança, que ao invés de julgamentos, possa oferecer um ombro amigo e uma palavra de conforto. A rede de apoio, se existir, pode auxiliar realizando atividades domésticas, enviando uma comida gostosa para a família e se colocando à disposição quando preciso.
Amigos também são importantes para lembrar aos novos pais que eles ainda desejam fazer parte de suas vidas nessa nova fase. Afinal, é comum que, ao virar mãe e pai, o círculo de amigos mude — as prioridades, os temas de conversa e as afinidades mudam paralelamente.
Por fim, ter suporte psicológico vai facilitar a transição
para a maternidade, após a chegada do bebê. Um profissional de saúde mental
poderá apresentar uma visão mais realista, adaptada para aquela realidade,
acalmando a mulher e fazendo-a ver que é apenas uma fase e que está tudo bem
levar algum tempo para se acostumar.
Como evitar o esgotamento
materno?
Geralmente, o esgotamento materno pode aparecer quando a mãe não tem suporte algum — nem com as atividades domésticas, nem com os cuidados com o bebê. Por isso, o melhor caminho para eliminar essa possibilidade é procurar ajuda. Se não for uma mãe solo, é necessário conversar com o parceiro abertamente sobre a divisão das tarefas.
Cabe lembrar que a responsabilidade pelo novo morador da casa é de ambos os pais. Mesmo que seja exigido mais da mãe, que amamenta, o pai deve se colocar à disposição e ser proativo para aliviar o cansaço da mulher — especialmente se ela não teve um parto humanizado.
Receber esse acolhimento, assim como ter a consciência de que está amparada e segura em um momento de tanta fragilidade, vai empoderar a mulher para passar por essa fase mais fácil e rapidamente.
A maternidade é um período de muitas transformações na vida de uma mulher. Munir-se de informações atualizadas e conhecimento é fundamental para tornar esse momento menos complicado.
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Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.