Transtornos alimentares são condições complexas envolvendo
a alimentação, que podem causar danos significativos tanto emocionais quanto
físicos. Milhares de pessoas ao redor do mundo sofrem com esses problemas, e
muitas vezes eles ainda não são levados a sério. Sendo assim, é crucial que
sejam abordados e mais comentados de maneira profissional.
Existem diferentes tipos de transtornos alimentares, e a
compulsão é um deles. Sendo assim, entender mais sobre o assunto é fundamental
para oferecer o apoio e tratamento adequados.
Neste texto vamos abordar o que exatamente é a compulsão
alimentar, os principais sinais e como ocorre seu diagnóstico e tratamento.
O
que é compulsão alimentar?
A compulsão alimentar é um transtorno complexo que vai
além do simples ato de comer em excesso. Em resumo, a compulsão envolve
episódios frequentes de ingestão descontrolada de alimentos, em que a pessoa
consome grandes quantidades em um curto período de tempo, muitas vezes até
sentir-se desconfortavelmente cheia.
Esses episódios são acompanhados por uma sensação
avassaladora de falta de controle sobre o comportamento alimentar, levando a
sentimentos de culpa, vergonha e remorso após as sessões de compulsão.
Além disso, é importante ressaltar que a compulsão
alimentar não está relacionada à fome física genuína, mas sim a impulsos
emocionais, como estresse, ansiedade, tristeza ou raiva. Muitas pessoas com
esse transtorno usam a comida como uma forma de lidar com suas emoções ou para
entorpecer sentimentos desagradáveis.
Esses episódios de compulsão alimentar podem se tornar um
ciclo vicioso, levando a sentimentos relacionados a baixa autoestima, o que por
sua vez pode desencadear mais episódios de compulsão. É um ciclo difícil de
quebrar sem uma intervenção adequada.
Por isso, compreender a compulsão alimentar vai além da
simples definição do transtorno, uma vez que envolve também reconhecer os
fatores emocionais subjacentes e os padrões comportamentais associados a ele.
Sinais
de compulsão alimentar
Além de compreender melhor o que de fato é este distúrbio,
é importante também estar ciente aos sinais de compulsão alimentar para
identificar e intervir precocemente. Dessa forma, caso você observe alguns dos
padrões a seguir em pessoas próximas ou até mesmo em si próprio, já pode ligar
um sinal de alerta:
Consumo excessivo de alimentos
Durante episódios de compulsão alimentar, a pessoa consome
grandes quantidades de comida em um curto espaço de tempo, muitas vezes até se
sentir desconfortavelmente cheia, mesmo sem estar fisicamente com fome.
Sentimento de descontrole
Durante os episódios de compulsão, a pessoa experimenta
uma sensação avassaladora de falta de controle sobre o que e quanto está
comendo, mesmo que tenha consciência de que está exagerando.
Esconder alimentos
Muitas pessoas com compulsão alimentar sentem vergonha de
seus hábitos alimentares e tentam esconder seus comportamentos alimentares
excessivos, comendo em segredo ou escondendo alimentos em locais pouco
acessíveis.
Sentimento de culpa/vergonha
Após os episódios de compulsão alimentar, é comum que a
pessoa experimente sentimentos intensos de culpa, vergonha ou remorso devido à
falta de controle sobre sua alimentação e ao consumo excessivo de alimentos.
Ciclos de dieta seguidos por episódios de compulsão
Muitas pessoas com compulsão alimentar passam por ciclos
de dieta restritiva seguidos por episódios de compulsão. Dessa forma, tem muita
facilidade em criar um padrão prejudicial de restrição e excesso que contribui
para a perpetuação do transtorno.
Como
diagnosticar e tratar compulsão alimentar
Agora que você já entende um pouco melhor do que se trata
este distúrbio alimentar e quais são seus principais sinais, vamos entender
como funciona o diagnóstico e possíveis tratamentos.
O diagnóstico de compulsão alimentar é geralmente realizado por profissionais de saúde mental, que avaliam os sintomas e o histórico médico do paciente. Já o tratamento pode incluir:
aconselhamento psicológico: a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente usada para ajudar os indivíduos a entender e modificar padrões de pensamento e comportamento relacionados à alimentação;
apoio nutricional: trabalhar com um nutricionista pode ajudar a desenvolver hábitos alimentares saudáveis e uma relação mais equilibrada com a comida;
medicação: em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para ajudar a controlar os sintomas, especialmente se houver condições coexistentes, como depressão ou ansiedade, o que não é incomum nestes quadros;
suporte social: participar de grupos de apoio ou contar com o apoio de amigos e familiares pode ser benéfico para o processo de recuperação.
Em muitos casos, os transtornos alimentares se relacionam
profundamente com questões psicológicas. Dessa forma, o acompanhamento com
profissionais da área é uma parte extremamente importante quando falamos em
compulsão alimentar.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando compulsão alimentar, não hesite em procurar ajuda profissional. Saiba mais sobre quando procurar um psicólogo, e dê o primeiro passo em direção à recuperação.
Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.