Sensação de calor intenso, dificuldade para
dormir, diminuição da libido e oscilações de humor. Todos esses
sintomas fazem parte da menopausa, uma fase que acompanha as mulheres por volta
dos 50 anos e representa o fim da menstruação e período fértil. Mas e quando
esse momento é antecipado? O que desencadeia a menopausa precoce?
Antecipado ou não, esse fenômeno natural e
previsível é influenciado pela queda dos hormônios femininos: o estrogênio e a
progesterona. Ambos são sintetizados pelos ovários e produzidos durante a vida
reprodutiva da mulher. Esse desequilíbrio afeta a saúde como um todo e vamos
entender melhor seus desdobramentos a seguir. Continue a leitura!
O que é menopausa precoce?
Também conhecida como falência ovariana
prematura, é chamada de menopausa precoce aquela que se manifesta antes dos 40
anos de idade. A ovulação para de ocorrer em intervalos regulares, isto é,
mensalmente, e a produção hormonal diminui. Trata-se de um efeito em cadeia,
pois a menstruação depende do equilíbrio de progesterona e, especialmente,
estrogênio no organismo da mulher.
Esse período é comumente confundido com o
climatério. Esse outro quadro, no entanto, se refere à fase de transição entre
o ciclo reprodutivo e o não reprodutivo. É por isso que os ginecologistas só
consideram que a paciente está na menopausa quando ela passa da última
menstruação, no mínimo, 12 meses sem sangrar.
O que causa a menopausa
precoce?
A principal causa por trás da antecipação
da menopausa são as anomalias genéticas, o hábito de fumar, cirurgias,
infecções e fatores idiopáticos, ou seja, causas desconhecidas. Há estudos,
inclusive, que associam a chegada do quadro à má alimentação, quando ela é rica
no consumo de glúten e carboidratos de alto índice glicêmico, presente em
alimentos industrializados e processados.
O contrário também foi demonstrado: se a
mulher tem um estilo de vida saudável e consome ômega 3 com frequência
(presente em peixes, oleaginosas e algumas sementes), é possível postergar o
fim da fertilidade em até 3 anos. É o que aponta um estudo
da Universidade de Leeds, no Reino Unido.
Vale destacar que a pesquisa reforça que a
alimentação, seja boa ou má, não evita a menopausa: apenas influencia em
antecipá-la ou atrasá-la.
Como saber se estou na
menopausa precoce?
É essencial que a mulher conheça seu corpo
e seus ciclos. É verdade que nem sempre eles são regulares, e vários fatores
influenciam nisso. Portanto, o acompanhamento de um ginecologista é necessário
para entender cada fase e saber como proceder a fim de amenizar os sintomas.
O principal sinal de menopausa precoce é a
irregularidade na menstruação. Se a mulher tiver SOP (Síndrome dos Ovários
Policísticos) ou alguma disfunção hormonal, esse sintoma deve estar combinado a
outros (como diminuição da lubrificação vaginal, queda na libido e alterações
de humor e no sono).
Observar esses sinais é necessário a fim de
ter um diagnóstico mais preciso, além de serem recomendados exames para
confirmar o quadro, solicitados pelo ginecologista.
quais são os principais
sintomas?
Os sintomas da menopausa precoce são os
mesmos da menopausa normal. São muitos, mas nem todos vão aparecer. Para ajudar
a compor o diagnóstico do especialista, a mulher deve acompanhá-los,
registrando o início e a frequência em que aparecem. Abaixo, destacamos os mais
comuns.
Ondas de calor ou fogachos
Mais de 80% das mulheres sentem o
afogueamento na menopausa precoce. Trata-se do sinal mais comum quando o fim
dos ciclos menstruais se aproxima. Sua causa está associada à diminuição da
produção do hormônio estrogênio, que desregula o termostato normal do
organismo. Infelizmente, é um sintoma bastante incômodo e pode levar anos para
que passe completamente.
Além do calor, a pessoa pode sentir
palpitações, calafrios, tremores e até agravar um quadro de ansiedade, se ela já sofre com isso. A frequência
varia, mas são mais comuns durante a noite, impactando, inclusive, no sono.
Distúrbios do sono
Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo
(USP) constatou que, nesse período, as mulheres têm maior dificuldade para
pegar no sono. Além disso, quando finalmente adormecem, têm um sono menos eficiente,
com um número maior de despertares em comparação àquelas que ainda estão na
fase reprodutiva.
Outro sinal comum que compromete a
qualidade do sono é a atrofia do sistema urinário, causada pelas alterações
hormonais. Isso faz com que a pessoa sinta mais vontade de ir ao banheiro,
especialmente à noite.
Ansiedade
A chegada da menopausa precoce pode
despertar ansiedade e até depressão em algumas mulheres, devido à queda na
qualidade de vida. O humor oscila, o sono não é mais o mesmo, o calor compromete
o bem-estar e a libido afeta a autoestima feminina. Assim, a combinação desses
fatores tende a prejudicar a saúde mental.
Qual especialista procurar se
eu desconfiar que estou na menopausa precoce?
A especialidade médica responsável pelos estudos,
diagnósticos e tratamentos relacionados ao sistema reprodutor feminino e,
portanto, de fases como a menopausa normal e precoce, é a ginecologia.
A mulher deve iniciar seu acompanhamento
médico desde a menarca, isto é, após a primeira menstruação. Assim, quando a
menopausa chegar, ela vai estar bem amparada para saber como proceder e qual
tratamento é o mais indicado para sua realidade.
Qual é o tratamento para
menopausa precoce?
Vale a pena reforçar que a menopausa, mesmo
prematura, não é uma doença. O tratamento para esse período é indicado para
amenizar seus sintomas, que, naturalmente, incomodam e não devem comprometer a
qualidade de vida nem a autoestima da mulher.
A terapia hormonal costuma ser o tratamento
mais recomendado. Ela pode ser receitada tanto via contraceptivos orais, por
meio das pílulas anticoncepcionais, ou por uma dose elevada de estrogênio,
ingerida diariamente, e de progesterona, ingerida por 12 a 14 dias por mês.
Iniciando antes dos 40 anos, a mulher é
medicada até a idade que deveria começar a menopausa de fato (por volta dos
51). Se a mulher desejar engravidar, ela deve tentar a
FIV (Fertilização in Vitro).
Por fim, a manutenção de bons hábitos de
vida, como não fumar, beber moderadamente, praticar atividades físicas e se alimentar bem,
são dicas excelentes para complementar o tratamento da menopausa precoce.
Converse com seu médico!
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Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.