Com uma equipe de especialistas em parto humanizado ao seu lado e uma boa infraestrutura, dar à luz pode ser um momento mágico! O procedimento coloca a mulher e o seu bebê como protagonistas, sempre prezando pelo bem-estar de ambos.
Segundo um estudo feito pelo Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade Federal do Rio De Janeiro (UERJ) 2021, cerca de 18,3% a 44,3% das gestantes são vítimas de violência obstétrica. É nesse contexto que o movimento feminista e os grupos que tentam resgatar a fisiologia do parto propõem uma nova forma de parir.
Vale lembrar que parto humanizado não necessariamente significa ter o bebê em casa ou em uma banheira. Entenda!
O que é o parto humanizado?
O parto humanizado consiste na assistência da mulher em todas as etapas. É um conjunto de procedimentos, que vão desde situações de abortamento ao puerpério, compartilhando, ouvindo e respeitando a mãe. Tudo isso tem o objetivo de proporcionar uma experiência mais segura e acolhedora.
Como dito anteriormente, o parto não precisa acontecer na banheira ou em casa. Seja por cesárea, seja por meio do parto tradicional, o termo “humanizado” refere-se à forma como o procedimento é feito. Em vez de tratar o parto como uma metodologia fechada, as vontades e características da gestante são consideradas — o que faz com que o processo seja personalizado.
No parto humanizado, a mulher é a protagonista. Ela tem a chance de escolher e guiar o momento — cabendo à equipe médica atuar somente quando (e se) ocorrer algum problema.
Como funciona o parto humanizado?
O procedimento se sustenta em três pilares principais:
● dar o protagonismo do parto à mulher;
● considerar os aspectos sociais, biológicos, culturais e emocionais;
● ter as evidências científicas como base.
Todo o processo pode começar ainda nos exames pré-natais, seguindo até o pós-parto. No parto humanizado, a mãe tem controle de situações como a posição que deseja ter seu filho, onde acontecerá o parto, se vai fazer uso de anestesia ou não, a luz do local, entre outros fatores. Não há pressão para acelerar o nascimento do bebê e/ou outros quadros que propiciam a ocorrência de violência obstétrica.
A espera será paciente, sempre buscando formas de reduzir a dor e as contrações. Para que tudo aconteça da melhor forma, é ideal escolher uma equipe de profissionais que esteja de acordo com os valores da grávida. Esse é um momento que precisa do apoio e da colaboração de todos, para que aconteça da melhor forma.
Quais são os benefícios do parto humanizado?
A violência obstétrica é um problema de saúde pública no Brasil. Já existem estudos que mostram como os desrespeitos e abusos no nascimento podem fazer mal à saúde da mãe e do bebê. O parto humanizado age da forma oposta: coloca o bem-estar dos dois como prioridade, por isso, oferece uma experiência livre de traumas.
A seguir, separamos alguns benefícios de tal escolha.
Redução dos casos de depressão pós-parto
Uma pesquisa feita pela Universidade de York comprovou os impactos de uma cesárea de emergência no bem-estar psicológico de mães de primeira viagem. O estudo feito com 5 mil britânicas mostrou que, quando não planejada, a cesárea aumentava em cerca de 15% a chance da mãe desenvolver depressão pós-parto.
Isso sem falar nos traumas para toda uma vida, visto que, muitas vezes, o procedimento é utilizado após horas de dor e desconforto para a mãe — junte isso aos riscos para a vida dela e do bebê. Em contraponto, no parto humanizado, até mesmo a cesárea pode ser humanizada.
Redução do trauma para o bebê
No modelo tradicional, o bebê passa por um momento estressante logo nos segundos iniciais de vida. Em alguns casos, ele nasce antes da hora, com todo o processo sendo forçado. Quando chega ao mundo, o bebê encontra uma sala gelada, é afastado da mãe logo nos momentos iniciais e ainda escuta ruídos altos. O choro, a dor e o desconforto são, muitas vezes, o resultado de tudo isso.
No parto humanizado, todo o ambiente é controlado e pensado de modo a oferecer aconchego e carinho.
Criação de um laço afetivo mais forte
Durante o parto, diversos hormônios são liberados no corpo da mulher. Essas substâncias são essenciais para a relação entre mãe e filho. O contato pele a pele após o nascimento é um importante aliado. O aleitamento logo após os minutos iniciais de vida do bebê é outro ponto importante — não só por causa dessa relação de laço afetivo mais forte, mas pelo bem-estar físico e psicológico da mãe e do bebê.
Quando fatores internos e externos são controlados, é mais fácil ter todos esses momentos de qualidade.
Redução da ansiedade e do estresse
Quando a mãe está no controle, ela sabe o que esperar. Todo o parto foi planejado e há confiança na equipe envolvida. Como resultado, a ansiedade e o estresse são reduzidos, tornando o momento ainda mais mágico. Além disso, caso seja do interesse da gestante, um acompanhante pode estar presente — que pode ser o pai da criança, a outra mãe, a avó ou quem a grávida quiser.
Por mais incrível que seja gerar uma vida, ter alguém que amamos ao nosso lado antes e depois do parto torna todo o processo ainda melhor. Como consequência, costuma ser menos necessário o uso de medicamentos e outras drogas para estimular o nascimento do bebê.
Como escolher o hospital?
A escolha do hospital é um passo importante, pois é preciso ter sinergia entre a equipe e o local escolhido. É essencial que a mãe se sinta segura e confiante, e conte com a estrutura necessária em caso de complicações. Assim como em um parto natural, algumas dicas são:
● veja todas as opções disponíveis ou o máximo que conseguir;
● escute o seu obstetra, mas também procure a opinião de outros especialistas;
● confira se existem pessoas de plantão no lugar;
● verifique se a maternidade é acreditada (certificação da modalidade);
● evite deixar decisões importantes para última hora;
● visite o local pessoalmente e conheça os profissionais que vão acompanhar o processo.
Ao longo deste artigo, vimos que o parto humanizado consiste em colocar a mulher como protagonista desse momento tão importante, respeitando as suas escolhas e compartilhando as decisões. As vantagens disso vão desde a redução dos casos de depressão até a criação de um laço mais forte entre mãe e filho.
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Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas.